I. NOS
MINISTROS.
Comecemos por aqueles que levam
os vasos do santuário.
1. É de temer que abunde
demasiada pregação não fiel à Palavra apresentada aos não convertidos. Jeremias lamentava-se por este
fato nos seus dias. “Curam a ferida da filha do meu povo levianamente, dizendo:
Paz, paz; quando não há paz.” (Jr 6:14) Não é esta a mesma razão que devia
levar-nos a nos lamentarmos como Jeremias nos nossos dias? A maioria das nossas
congregações estão fora de Cristo e acham-se expostas noite e dia à ira do
Senhor Deus todo-poderoso: e isso devemos atribuí-lo ao fato de que grande
parte das ânsias e preocupações dos pastores não é o preocupar-se com a
verdadeira salvação deles, e os seus sermões não se ocupam principalmente do
seu caso tão desesperado. Todas as palavras dos homens e dos anjos não podem
descrever a horrenda situação dos que estão sem Cristo e ainda sendo isto
assim, é de temer que não falamos com os perdidos com aquela claridade,
frequência e urgência que era de desejar. Ai, que poucos ministros são como os
anjos de Sodoma, misericordiosamente ousados, de tal forma que tomando os
pecadores pela mão os empurravam, e os arrastavam para fora do perigo! (Gênesis
19:16), Pois os pecadores são lentos, são tardos para fugir por si mesmos. Quão
poucos obedecem àquela palavra de Judas: "Salvai alguns, arrebatando-os do
fogo; tende deles misericórdia com temor"!
Muitos
daqueles que cumprem tudo isto fielmente, não o fazem, sem embargo, tenra e
docemente. Temos mais da amargura do homem do que da ternura amorosa de Deus.
Não os homens se compadecem nas entranhas de Jesus Cristo. Paulo escrevia
acerca d’ "os inimigos da cruz de Cristo" com lágrimas nos seus
olhos! Há agora muito pouco deste pranto e deste sentir entre os ministros de
Deus. "Sabendo o temor que se deve ao Senhor" -citando literalmente o
texto grego de 2 Coríntios 5:11-, Paulo persuadia nos seus dias os homens à fé.
Hoje em dia não é fácil ver o rasto deste espírito nos pastores atuais. Como
podemos estranhar de que os ossos sejam muito secos, muito secos e que Deus
seja um peregrino na Terra?
2. É de temer-se que haja muita
infidelidade ao manifestar-se a Cristo como o refúgio dos pecadores. - Quando um pecador tem sido
convertido recentemente, afana-se a persuadir a outro para que ele vá a Cristo;
o caminho é tão plano, tão fácil – pensa -, tão precioso. Oh se eu fosse-se um
ministro – diz ele -, como persuadiria os homens! Este é um sentimento
verdadeiro e um sentimento reto. Mas Oh! Quão pouco há dele entre os ministros.
Davi disse: "Cri; por isso, falei". Poucos são como Davi nisto. Paulo
disse que ele "não se propôs saber outra coisa entre os homens, a não ser
a Cristo, e a este crucificado". Poucos são como Paulo nisto. Muitos não
têm como objetivo e fim do seu ministério testificar de Jesus como o refúgio
dos pecadores. É de temer que muitos são como os escribas e os fariseus :
"Pois que fechais aos homens o Reino dos céus; e nem vós entrais, nem
deixais entrar aos que estão entrando". Alguns expõem a Cristo clara e
fielmente, mas onde está aquela maneira de rogar, de constranger de Paulo, aos
homens para que se reconciliassem com Deus? Não convidamos os pecadores com
ternura, não rogamos encarecidamente aos homens para que vão a Cristo, não lhes
pedimos com autoridade para que vão às bodas do Cordeiro, não os compelimos a
entrar, não "estamos de parto até que Cristo seja formado" neles
"a esperança de glória." Oh! Como podemos maravilhar-nos que Deus
seja um peregrino na Terra?
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