“Moisés respondeu:
Mas eis que eles não vão acreditar em mim, nem ouvirão que vou dizer; pois
dirão: O Senhor não apareceu a ti. Então o Senhor perguntou a Moisés: Que é
isso que tens na mão? Ele respondeu: Uma vara...” (Êxodo 4)
O QUE SOU NO CORAÇÃO
Precisamos conhecer quem somos nós, à
luz do ensino bíblico. Naturalmente tendemos a desviar dessa “foto” que a
palavra de tira a nosso respeito na Palavra, porque o pecado quer mostrar uma
foto diferente. Moisés agiu com confiança própria, mas Deus o fez saber que
nada era. Intensifico isso porque sei o quanto vivemos num momento quando a
sociedade religiosa no Brasil e no mundo vive imersa no espírito de arrogância.
Satanás é o rei dos orgulhosos e o mundo é o lugar onde ele realmente expõe
esse orgulho em todos os aspectos. Precisamos lutar tremendamente contra esse
desejo de fama, prazeres, nome, bens e destaques. Na vida de cada crente Deus
trabalhará para que seja arrancado essa soberba e passemos a viver em humildade
e dependência Dele.
O orgulho nos faz tomar a frente de Deus
e até mesmo querer ensinar nosso Senhor. A indisposição de Moisés de Moisés não
era sinal de humildade, mas sim de terrível soberba disfarçada: “Ah! Senhor!
Manda outro...não tenho capacidade, etc.” O orgulho é sinal de incredulidade
vil e quanto a isso Deus se ergue em ira. Em sua soberba os ensinos de Deus não
eram atendidos por Moisés. Diz o texto que Deus ficou irado com Moisés, pois
Deus já havia mostrado a ele que Ele era o soberano, que fez o surdo, o cego, o
mundo, etc. e que Faraó realmente não iria ouvir Moisés. Moisés seria apenas o
instrumento nas mãos de Deus para a execução da vontade de Deus.
Quem disse que somos diferentes? Em
nossa soberba não investigamos a bíblia, por isso ignoramos que Deus é Deus,
duvidamos de suas promessas e falhamos em não lhe obedecer. Em nossa soberba
recusamos um viver simples, humilde e dentro daquilo para o qual fomos
chamados. Não foi assim com o secretário do profeta Jeremias, Baruque? Sem
dúvida ele era um homem capaz e tinha bons planos para sua vida. Talvez fosse
solteiro e queria formar uma família, mas quando viu Jerusalém sob a ameaça de
ser destruída pelo exército babilônico e as ameaças de Deus para destruir as
nações, Baruque entrou em desespero; parecia que toda esperança. Foi então que
Deus enviou a mensagem de Jeremias 45, onde Deus consola aquele moço, dizendo
que esta arrancando o que Ele plantou e demolindo o que Ele, como soberano
havia construído, mas que a vida de Baruque seria guardada como despojo.
Qual era o ensino final do Senhor para
Moisés? Assim que Deus ordenou e Moisés recolocou a mão no peito, eis que a
lepra sumiu. Que lição da graça! O Deus que mostra o estado desesperador do
homem, é o mesmo Deus que purifica o homem. Moisés precisava saber que tudo
derivava da graça; que o Deus de Israel era o Todo-Poderoso, por isso em nada
dependia do homem. Ser usado por Ele é um privilégio e foi isso o que tomou
conta de Maria quando soube que seria a mãe de Jesus. Mesmo na presença
constante da sombra dessa soberba, Moisés foi enviado e foi usado por Deus
grandemente nos próximos quarenta anos de Sua vida. Outras lições aquele servo
do Senhor precisou aprender, até que Deus mostrou que chegou o tempo final. No
começo ele não queria ir, mas Deus o enviou, no fim ele queria continuar, mas
Deus o impediu.
A lição final é que devemos olhar para
nossa condição no pecado. Deus salva o pecador, purificando-o de todo pecado,
por causa da Sua compaixão. Deus usa Seus santos aqui no trabalho Dele, porque
somos instrumentos para sua glória enquanto estivermos neste mundo. Foi essa a
lição final que Ele passou para Jó, que era soberano e que Jó era servo e que
Ele faz o que Ele bem quiser conosco. Que lição graciosa! Quanto precisamos nos
desvencilhar do perigo dessa venenosa serpente chamada de soberba que tanto
ameaça nossa vida aqui em simples dedicação e consagração a Deus!
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