segunda-feira, 20 de julho de 2020

A INÚTIL CONFIANÇA NO HOMEM E NAS COISAS (10 de 10)



“Moisés respondeu: Mas eis que eles não vão acreditar em mim, nem ouvirão que vou dizer; pois dirão: O Senhor não apareceu a ti. Então o Senhor perguntou a Moisés: Que é isso que tens na mão? Ele respondeu: Uma vara...” (Êxodo 4)
O QUE SOU NO CORAÇÃO
        Precisamos conhecer quem somos nós, à luz do ensino bíblico. Naturalmente tendemos a desviar dessa “foto” que a palavra de tira a nosso respeito na Palavra, porque o pecado quer mostrar uma foto diferente. Moisés agiu com confiança própria, mas Deus o fez saber que nada era. Intensifico isso porque sei o quanto vivemos num momento quando a sociedade religiosa no Brasil e no mundo vive imersa no espírito de arrogância. Satanás é o rei dos orgulhosos e o mundo é o lugar onde ele realmente expõe esse orgulho em todos os aspectos. Precisamos lutar tremendamente contra esse desejo de fama, prazeres, nome, bens e destaques. Na vida de cada crente Deus trabalhará para que seja arrancado essa soberba e passemos a viver em humildade e dependência Dele.
        O orgulho nos faz tomar a frente de Deus e até mesmo querer ensinar nosso Senhor. A indisposição de Moisés de Moisés não era sinal de humildade, mas sim de terrível soberba disfarçada: “Ah! Senhor! Manda outro...não tenho capacidade, etc.” O orgulho é sinal de incredulidade vil e quanto a isso Deus se ergue em ira. Em sua soberba os ensinos de Deus não eram atendidos por Moisés. Diz o texto que Deus ficou irado com Moisés, pois Deus já havia mostrado a ele que Ele era o soberano, que fez o surdo, o cego, o mundo, etc. e que Faraó realmente não iria ouvir Moisés. Moisés seria apenas o instrumento nas mãos de Deus para a execução da vontade de Deus.
        Quem disse que somos diferentes? Em nossa soberba não investigamos a bíblia, por isso ignoramos que Deus é Deus, duvidamos de suas promessas e falhamos em não lhe obedecer. Em nossa soberba recusamos um viver simples, humilde e dentro daquilo para o qual fomos chamados. Não foi assim com o secretário do profeta Jeremias, Baruque? Sem dúvida ele era um homem capaz e tinha bons planos para sua vida. Talvez fosse solteiro e queria formar uma família, mas quando viu Jerusalém sob a ameaça de ser destruída pelo exército babilônico e as ameaças de Deus para destruir as nações, Baruque entrou em desespero; parecia que toda esperança. Foi então que Deus enviou a mensagem de Jeremias 45, onde Deus consola aquele moço, dizendo que esta arrancando o que Ele plantou e demolindo o que Ele, como soberano havia construído, mas que a vida de Baruque seria guardada como despojo.
        Qual era o ensino final do Senhor para Moisés? Assim que Deus ordenou e Moisés recolocou a mão no peito, eis que a lepra sumiu. Que lição da graça! O Deus que mostra o estado desesperador do homem, é o mesmo Deus que purifica o homem. Moisés precisava saber que tudo derivava da graça; que o Deus de Israel era o Todo-Poderoso, por isso em nada dependia do homem. Ser usado por Ele é um privilégio e foi isso o que tomou conta de Maria quando soube que seria a mãe de Jesus. Mesmo na presença constante da sombra dessa soberba, Moisés foi enviado e foi usado por Deus grandemente nos próximos quarenta anos de Sua vida. Outras lições aquele servo do Senhor precisou aprender, até que Deus mostrou que chegou o tempo final. No começo ele não queria ir, mas Deus o enviou, no fim ele queria continuar, mas Deus o impediu.
        A lição final é que devemos olhar para nossa condição no pecado. Deus salva o pecador, purificando-o de todo pecado, por causa da Sua compaixão. Deus usa Seus santos aqui no trabalho Dele, porque somos instrumentos para sua glória enquanto estivermos neste mundo. Foi essa a lição final que Ele passou para Jó, que era soberano e que Jó era servo e que Ele faz o que Ele bem quiser conosco. Que lição graciosa! Quanto precisamos nos desvencilhar do perigo dessa venenosa serpente chamada de soberba que tanto ameaça nossa vida aqui em simples dedicação e consagração a Deus!

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