“Moisés respondeu:
Mas eis que eles não vão acreditar em mim, nem ouvirão que vou dizer; pois dirão:
O Senhor não apareceu a ti. Então o Senhor perguntou a Moisés: Que é isso que
tens na mão? Ele respondeu: Uma vara...”
O QUE SOU NO CORAÇÃO
Era o momento importante para Deus
tratar com Seu servo, Moisés, lidando com seu próprio coração: “Põe agora a tua
mão no teu seio. E tirando-a, eis que a sua mão estava leprosa, branca como a
neve” (Êxodo 4:6). Não há dúvida que essa foi uma lição que foi fixada na
memória de Moisés de uma forma bem prática. A doutrina da depravação total é,
sem sombra de dúvida o assunto menos conhecido em nossos dias, uma vez que
neste mundo somos seres caídos. Posso afirmar isso tendo como base minha
própria vida e o que acontece ao derredor, em meio a essa pandêmica apostasia
(afastamento da verdade). Trago a vida de Isaías novamente, porque sua
experiência naquela impressionante visão, o que ele viu imediatamente, assim
que teve o vislumbre da glória de Deus foi a horror de saber quem era ele: “Ai
de mim, vou perecer...”
Sei que posso ser julgado como sendo
alguém dramático, mas por outro lado sei que estou consciente do que falo,
usando argumentos bíblicos. A meu ver a ausência do conhecimento da glória de
Deus nas mensagens resulta num impulso tremendo do humanismo, como vemos
ocorrendo na vida religiosa do nosso povo aqui no Brasil. Tudo tem sido feito
hoje para abrandar evangelho; tudo é feito para que as pessoas entrem nas
igrejas, sejam batizadas, sem que jamais tenham conhecido o poder do
arrependimento e conversão, tendo como base a poderosa fé bíblica. Falar hoje
sobre o pecado é ser desumano, cruel e obviamente sem amor. Ora, é exatamente
isso o que ocorre, por isso toda mensagem pregada ou cantada que trata do
estado depravado do homem é posta fora, como se fosse um veneno.
Não tão recentemente preguei numa igreja
onde pedi que cantássemos um antigo hino do nosso hinário batista: “A nova do
evangelho”. Eles puseram o hino projetado na tela, mas logo percebi que a
organização havia omitido uma estrofe importante: “A nova do evangelho, ora vem
nos avisar do perigo grande e grave para quem se descuidar. Salvai-vos desde
já, não vos demoreis então, não vireis os vossos olhos, ó fugi da perdição”. Tem
algo errado nisso? Claro que não! Alertar os pecadores sobre os perigos que
virão é um ato de verdadeira compaixão e amor bíblico. Porque esses homens
fazem isso, omitindo essa verdade? Não há dúvida que é porque eles desconhecem
o estado depravado dos seus próprios corações. Aonde chegaremos com isso? Não é
verdade que as consequências são gravíssimas? A serpente enganadora já está
puxando com firmeza a carruagem bela do ecumenismo e adaptando-a às cerimônias
religiosas de nossos dias.
Mas a verdade não muda, por isso temos
de pregar todo conselho de Deus. Foi assim que Deus tratou Moisés: “Põe tua mão
no teu seio”, veja o que vai acontecer! Noutras palavras, Deus estava usando
essa lição tão prática para mostrar a Moisés o quanto seu valor para o serviço
de Deus era o mesmo valor que damos ao zero. De fato, uma minhoca tem mais
valor do que nós temos. Quem sou eu? Nada! Se sou exatamente como nada, então o
zero é até melhor que um nada, porque logo o zero pode ser ajuntado à direita
de algum número. Deus estava na prática dizendo a Moisés que ele era um caído,
potencialmente um leproso, apto para ser posto fora, porque não serve.
É essa a lição que devemos aprender
diariamente, que somos provenientes de Adão; que nada temos em nós mesmos, que
tenha qualquer valor para Deus. Deus quer dizer que nada sobrou do pecado que
pode ser aproveitado. Precisamos ser furado pela espada, a fim de que sejamos
descobertos em nossa completa nulidade.
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