“Porque pela graça sois salvos, mediante a fé
e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não de obras para que ninguém se glorie”
(Efésios 2:8. 9).
ANULANDO TODA OBRA DA CARNE. “Não
de obras para que ninguém se glorie”
Caro
leitor, a graça anula toda obra da carne, tudo aquilo que vem da natureza
maligna e pervertida do pecador, pois nada tem o homem para oferecer a Deus.
Não podemos deixar de lado o contexto, pois no verso 1 desse cap. 2 de Efésios
é dito que fomos achados mortos em delitos e pecados e que foi a misericórdia
de Deus que nos ergueu dessa tumba mundana, a fim de que mediante a graça
fôssemos elevados à glória de Deus. Mas devo salientar bem que o Espírito de
Deus refere-se às obras da carne, e não às obras da fé. Quando os pecadores vão
a Cristo, a fé exibe os traços claros de que houve sim mudança, pois todo ser
do homem nascido de novo vai à direção de Deus.
Caro
leitor devo afirmar também, que as obras
aparecem em forte demonstração de zelo religioso. Quanto zelo tinha Saulo na
religião dele! Aliás, o zelo daquele religioso suplantava qualquer zelo e
aparentemente fazia dele alguém que parecia crente e apto para o reino de Deus.
Mas seu zelo era da carne e após seu encontro com Cristo ele lançou todo aquele
amontoado de lixo religioso no desprezo. Não tem algo que mais enche a carne de
prazer e de lisonjas espirituais do que o zelo religioso. É a mentira que mais
aparece linda e enfeitada. As obras praticadas pelo zeloso o deixam mais
arrogante e acalenta bem seu coração num descanso de extremo perigo. Elementos
perigosos e perspicazes costumam utilizar essa rede para apanhar pessoas e
torná-las trabalhadoras ativas em suas religiões.
Caro
leitor, seu coração pode estar cheio de fogo espiritual, carregado de tanta
disposição para trabalhar para Deus. Mas venho dizer-lhe que a carne faz tudo
isso e muito mais. A graça aparece para desmanchar tudo isso e silenciar o
presunçoso homem velho. Quantos já conheci com tanta disposição de trabalhar
para Deus, mas quando seus corações são descobertos em maldade e malícia,
imediatamente silenciam e fogem. Os barulhos das atividades religiosas
satisfazem o ego, mas não o Senhor. O que atrai Deus? Não é a força, a
genialidade, a capacidade de fazer grandes coisas, mas sim a alma que emudece
perante a face santa e que confessa as imundícies de um coração pervertido.
Marta queria fazer tanto e até censurou Maria porque não fazia o que ela
demonstrava em suas atividades. Mas o Senhor Jesus censurou aquela disposição
carnal e elogiou Maria por assentar-Se aos Seus pés para ouvir Seus ensinos.
Muitos
crentes sinceros ficam preocupados em agradar a Deus com esses zelos. Muitos
realmente desconhecem o poder absoluto da graça. Amados irmãos, o que Senhor
requer do Seu povo? A graça jamais apontará seu dedo para denunciar nossa
inatividade. Nosso erro está em não depender inteiramente da graça para o viver
e agir, porque a natureza carnal quer sentir-se bem, acha que tem recursos e
que seus braços são fortes para apaziguar Deus. Quanto mais humilhados formos,
mais seremos fortes nos recursos da graça. Você pode comprar o mais e atual
liquidificador, mas esse aparelho será completamente inútil, caso não for
ligado à energia. É assim o crente, pois a graça não necessita de nossos pobres
recursos naturais. Quanto mais voltados ao Senhor em santa obediência à Palavra
melhor; quanto mais um viver em oração, santidade e agradando ao Senhor em
tudo, mais seremos supridos em poder para viver neste mundo perigoso.
Caro
irmão, mesmo sendo você um crente sincero em Cristo, lembre-se que as obras da
carne tendem a camuflar maldades escondidas; elas salientam orgulho e elevam a
vanglória. Cristo na cruz rompeu com todo esse fervor da carne, porque ali Ele
ocupou nosso lugar e retirou de uma vez por todas a ira de Deus que pairava
sobre nossas cabeças. Um viver humilde e na santa dependência de Deus há de
mostrar o quanto Deus faz em nós e por nós. Quanto mais um viver confesso e
humilhado, mais forte a graça mostrará em nossas vidas, a fim de salientar a
glória de Deus e a beleza da santidade de Cristo no viver do Seu povo.
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