“... Não posso suportar
iniquidade associada ao ajuntamente solene.” Isaías
1:13
Os dias do profeta Isaías foram de muita prosperidade material para o
povo judeu. O rei Uzias com sua capacidade administrativa trouxe muita riqueza
para toda nação. Podemos observar isso no cap. 2 verso 7: “A sua terra está
cheia de prata e de ouro, e não têm conta os seus tesouros...”. Mas foi nesses
dias que enalteceu o orgulho da nação. Parece que a soberba prevalecente do
coração do rei Uzias passou para o povo. Tinham dinheiro e conforto, e nessa
atmosfera de luxo ostentação humana foi varrido da nação o temor a
Deus e a dependência de Deus, como se fossem lixo. Tudo passou a ser visto do
ponto de vista horizontal, e tendo tudo o que quer o coração humano age
enganosamente ao achar que Deus pode ser ludibriado e manipulado com dinheiro.
Então, naqueles dias a religião era uma mescla de solenidade, isto é, um
tradicional culto ao Deus Jeová com todo cerimonialismo judaico, e um viver de
completa iniquidade. O coração enganoso e enganado achava que fazia o máximo e
que Deus se sentia explendidamente satisfeito com tantas pompas
religiosas.
Notemos a linguagem figurada de Deus ao contemplar o culto sujo daquele
povo: “Toda cabeça está doente, e
todo o coração enfermo” (1:5). Veja a comparação: “Se o Senhor dos exércitos não
nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornado como Sodoma e
Gomorra” (1:9). Com relação aos cultos: “... A minha alma as aborrece; já me são
pesadas; estou cansado de as sofrer” (1:14).
Será que podemos ver as mesmas coisas acontecendo em nossos dias?
Conforto? Sim! Luxo? Sim! Muito culto! Muita celebração! Muita música! Muito
barulho! Muito dinheiro gasto para sustentar falsos mestres! Muita mistura
religiosa na tentativa de chegar a um ideal de um deus só! Muitos corações não
santificados e regenerados querendo oferecer seus louvores mundanos a
Deus! Muita iniquidade encoberta e passada por cima como se nada houvesse
ocorrido! Muitas manipulações no esforço de fazer com que Deus aceite os
pensamentos dos homens.
Minhas palavras são poucas para descrever o quadro de desolação
espiritual visto no meio evangélico em nossos dias. Misture tudo isto com a
frouxidão doutrinária. Hoje nada é nem pode ser definido, porquanto o que
importa é o gosto e opinião de cada um. Nada de doutrinas fortes que sustentam o
povo de Deus, tornando assim um povo forte e ativo. Nada de exposição da
grandeza de um Deus Soberano, livre e que em nada depende da importância humana
para ser mais Deus do que é. Nada de evangelho forte e definido no que faz e no
que alcança. Na religião moderna o homem foi posto no lugar do Altíssimo e Deus
rebaixado à condição de subserviente do homem. A mensagem da cruz foi arrancada
para dar lugar à mensagem social e o culto a Deus tornou-se verdadeira aberração
de shows que atraem a multidão ansiosa por mais paixões da carne e dos
olhos.
Triste mistura! Aonde chegamos! Até onde chegaremos? Resta ao remanescente que ore e
interceda pela misericórdia de Deus e que os pastores fieis preguem zelosamente
a verdade.
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