“Então, lhes direi explicitamente:
Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim os que praticais a iniquidade”
(Mateus 7:23)
A MUDANÇA DE SALVADOR PARA JUIZ:
Caro leitor precisamos
saber que nosso Senhor, não somente foi apontado pelo Pai para ser o Juiz de
vivos e mortos, como também que é perfeitamente capaz de realizar esse juízo.
Já pude mostrar que Ele não somente se tornou homem perfeito, como também é
conhecedor da natureza humana, pois se tornou em tudo semelhante aos homens,
exceto no que tange ao pecado. Como perfeito homem nosso Senhor tem toda
autoridade para julgar. Ora, Ele é homem perfeito, pois jamais conheceu pecado,
por isso é capaz de assentar-se no trono e apontar o destino terrível que
aguarda Seus inimigos os quais agora zombam e escarnecem Dele. Como poderia ser
Justo Juiz se houvesse qualquer sinal de sujeira Nele?
Enquanto os inimigos
se ajuntam agora para escarnecer Dele, eis que a Palavra de Deus mostra que
mesmo em Sua humilhação aqui, mostrou que estava apto para julgar e foi assim
que atacou o pecado e puniu severamente o erro. Quando enfrentou satanás no
deserto, pode esse perfeito Varão encarar o atroz inimigo, pois empunhou a
espada do Espírito e por três vezes atingiu satanás com os golpes da verdade,
elevando a Palavra e assim glorificando a Deus. Naquele momento dramático,
nosso Senhor julgou as exigências da carne, pois negou os seus desejos naturais
e até mesmo lícitos, a fim de ficar mortificá-la e depender exclusivamente de
Deus.
Nosso Senhor não
hesitou em desferir golpes contra toda e qualquer manifestação de heresias. Fez
assim com o saduceus com sua religiosidade materialista e inerentemente
ateísta. Fez assim com os hipócritas fariseus, os quais eram hábeis em
manipular as pessoas e tomá-las como escravas de suas leis manipuladas. Nosso
Senhor não titubeou em chamá-los não somente de hipócritas, mas também de raças
de víboras. Nosso Senhor foi sempre amoroso e suave com os pecadores
arrependidos, mas quando confrontava com a rebelião e obstinação dos homens
mostrava ser perfeito profeta, que jamais retrocedia ante as perversidades e
malícias encobertas dos homens. Os pecados jamais eram inocentados e os homens
saíam da Sua presença sentindo que jamais podiam qualquer coisa contra Ele.
Veja quando Pedro quis
dissuadi-Lo da jornada rumo à cruz (Mateus 16); Pedro queria aconselhar o
Senhor, mas eis que para seu espanto, percebeu que suas palavras não eram
provenientes de Deus mas sim do diabo. Foi assim que nosso Senhor repreendeu e
julgou a incredulidade de Tomé (João 21). Seu total silêncio servia também para
incomodar seus oponentes, pois foi assim que Ele agiu durante Seu caminhar rumo
a cruz. Até mesmo no tocante aos dois ladrões, pois Suas palavras amorosas
foram suficientes para receber o ladrão convertido, mas Seu silêncio ante a
zombaria do outro ladrão estava declarando sua condenação.
Então, caro leitor,
estou mostrando o quanto nosso Senhor e Salvador é perfeitamente capaz de
julgar, pois enquanto salvava perdidos, suas palavras castigavam o pecado,
atormentavam os demônios e silenciavam homens cruéis e obstinados. Ora, Ele é a
própria Palavra de Deus, por essa razão somente e tão somente o poderoso
evangelho mostra Salvação e condenação; mostra o céu e o inferno; mostra perfume
de vida e cheiro de morte. Somente o evangelho mostra aos homens agora que
quando eles se humilham e se arrependem é que podem encarar essa face de amor
agora, a fim de após a morte viverem com Ele em glória. Mas também, mostra o
quanto os rebeldes ficam enfurecidos, porque sua condenação há de vir. A
rebelião dos homens contra a verdade simplesmente declara que vão enfrentar o
glorioso Juiz e que jamais eles hão de prevalecer nesse juízo.
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