“Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de
ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente
com o teu Deus?” (Miquéias 6:8).
O HOMEM EM RELAÇÃO A SI MESMO – TRANSFORMADO: “...que pratiques a justiça...”
Caro leitor, já tenho
mostrado que o evangelho puro e cristalino, conforme nos transmite a Palavra de
Deus é o evangelho da justiça de Deus. O que vemos em Miquéias 6:8, (conforme
as exigências divinas na lei) têm a resposta clara e definida na graça. Na
meditação anterior pude mostrar que o novo homem em Cristo começa na justiça. É
pelo sangue que a culpa é retirada, o homem é aceito sem culpa perante Deus e é
feito nova criação. Não há possibilidade de fazer o homem bem aventurado, livre
do inferno, eternamente feliz e apto para andar com segurança e paz para o céu,
sem que ele tenha sido lavado e purificado mediante o sangue do Cordeiro.
Creio que posso
avançar um pouco mais nesse tema. Vejo que não há um assunto tão aterrorizante
para a natureza maligna do homem, do que a exigência divina de perfeita
justiça. Os homens estão aptos para pular por cima da cruz. Pregadores são
habilidosos em achar meios mais fáceis, a fim de introduzir pecadores no
caminho rumo ao céu. Oh! Quanto prejuízo para as almas! O evangelho moderno
odeia o caminho da humilhação. A teologia moderna deifica o homem e condena a
queda em Adão. Os homens em Adão não toleram apresentar seus documentos de
identidade espiritual: “Eu nasci na iniquidade, e em pecado me
concebeu minha mãe” (Salmo 51:5), porque repudiam a idéia de que seus
pecados são vistos e são odiados; não toleram o fato que estão marcados para o
dia da ira e que justa condenação lhes aguarda (Romanos 2:5).
Tenho intensificado
bem esse assunto até aqui, mas estou certo que precisamos avançar. Se
examinarmos bem o verso de Miquéias, perceberemos que o homem transformado, o
homem justificado, salvo, cheio da paz com Deus, certamente há de exibir os
traços de justiça: “...que pratiques a justiça...”.
Examinemos cuidadosamente esse ensino. Reitero isso porque a salvação bíblica
produz um viver justo. A respeito do Senhor Jesus é dito que Ele amou a
justiça e odiou a iniquidade (Hebreus 1:9). Ora, estou plenamente convicto
que o viver no pecado é essencialmente ausência de justiça, e que o
viver do genuíno crente é uma exibição da justiça de Cristo no crente.
Percebe-se claramente que todas as ordenanças dadas ao povo de Deus é praticar
justiça.
Veja bem caro leitor,
que a vida do crente neste mundo é uma transmissão da pura e perfeita justiça
de Cristo nos salvos. Então, os frutos de amor, santidade, bondade, ternura,
paciência, etc. são práticas da justiça do Senhor Jesus por meio do viver do
povo de Deus num mundo injusto. Notemos bem, caro leitor que o mundo gosta de
pessoas bondosas, religiosas, caridosas, pacientes, desde que essas qualidades não
sejam derivadas da justiça perfeita de Cristo. Nosso Senhor deixou bem claro
que Seus santos seriam neste mundo perseguidos “...por causa da justiça...”
(Mateus 5: 10).
Qual a razão disso? É
simples. O mundo odeia o Cordeiro puro e sem mácula; o mundo odeia o Justo Servo
de Jeová, enviado para justificar muitos (Isaias 53:11). Cada crente é a
presença de Cristo no mundo, declarando que Ele está vivo! Aquele que na cruz
fora crucificado e declarado como defunto para o mundo, revela Sua ressurreição
no viver do salvo! Isso é motivo de ódio mortal! Isso é motivo de intensa raiva
porque a justiça de Cristo publica que os homens estão perdidos!
A justiça de Cristo
declara aos homens que estão vistos por Deus em seus esconderijos! A justiça de
Cristo é a luz do céu aqui na terra, denunciando a maldade dos homens e que
eles não poderão escapar, a não ser que humilhem perante Aquele que o Pai
exaltou como Senhor! A mensagem do evangelho traz a lume a Glória do Filho de
Deus! A mensagem do evangelho não tem conforto fora da cruz; não traz alívio
fora do sangue remidor! A mensagem do evangelho anuncia que todos, homens e
mulheres são terrivelmente culpados e que só poderão escapar se renunciarem
suas armas de defesa e caírem humilhados perante o bondoso Salvador e Senhor!
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