Horatius
Bonar
– Explique-me como isto
é possível.
– Voltemos para a
verdade sobre o substituto. Sabes o que é isso?
– Sim, mas isso, o que
tem que ver comigo?
– Cristo oferece-Se
para ser teu Substituto, para fazer o que te teria correspondido fazer a ti;
sofrer o que te teria correspondido sofrer a ti, pagar o que te teria
correspondido pagar a ti.
– Significa isto que
Cristo de fato pagou a minha dívida, e que isto é o que tenho de crer para ser
salvo?
– Não. A tua dívida não
foi paga até que creias: quando crês fica paga, paga de uma vez por todas, de
uma vez para sempre; mas não até que creias.
– Então, como é a obra
de Cristo, como o Substituto, as boas novas para mim?
– Suponhamos que há
suficiente dinheiro depositado no banco para pagar duplamente as tuas dívidas,
e unicamente o que tens de fazer é solicitá-lo. Entregas o teu cheque, e
recebes o dinheiro imediatamente.
– Entendo, entendo –
Disse o jovem– . É “crer” o que realmente me faz possuidor de todos os frutos
da obra Dele ter carregado os pecados sobre Si mesmo na cruz.
– Sim, exatamente. Ou
deixa-me dizê-lo de outro modo. Cristo morreu pelos nossos pecados. Ele é o
nosso Substituto. Apresenta-Se a ti como tal. Estás disposto a aceitá-Lo como
tal, para que pague todas as tuas dívidas e perdoe todos os teus pecados?
– Sim. Mas quero
compreender isso melhor porque me parece muito simples.
– Bom, digamo-lo desta
forma: Deus há provido um Substituto para os culpados, O qual, há séculos, sofreu
pelos nossos pecados, o Justo pelos injustos. O Pai apresenta-te este
Substituto perfeito e pede-te que aceites a substituição. O Filho apresenta-Se
a ti, oferecendo ser o teu Substituto. O Espírito Santo apresenta-O como
Substituto. Aceitá-lO? O Pai está disposto, o Filho está disposto, o Espírito
está disposto. Estás tu disposto? Dás o teu consentimento?
– Isso é tudo? –
Perguntou ele.
– Sim, é. A tua
aceitação de Cristo como teu Substituto marca o amanhecer de um novo dia, de
uma nova vida.
Assim é como se rompem
as cadeias do pecador e este é posto em liberdade para servir a Deus. Primeiro
liberdade, depois serviço; o serviço de homens livres da condenação e da
escravidão. É por aceitar o Substituto divino que o pecador é posto em liberdade
para servir ao Deus vivo. A liberdade que flui do perdão recebido deste modo é
o verdadeiro começo de uma vida santa.
Portanto, se tenho de
viver uma vida santa, tenho de começar com o Substituto, tenho de recorrer a
Ele para receber perdão e libertação. Porque por Ele somos “libertados das mãos
de nossos inimigos,” O servimos “sem temor, em santidade e justiça perante Ele,
todos os dias da nossa vida” (Lucas 1:74, 75).
Se tenho de servir a
Deus, e se tenho de possuir a “verdadeira religião”, tenho de começar com o
Substituto; porque a religião começa com o perdão; e sem o perdão, a religião é
uma profissão de fé débil e molesta. “Mas Contigo está o perdão, para
que sejas temido.” (Salmo 130:4). Esta é a ordem divina. Não primeiramente
temer a Deus e depois ser perdoado; pelo contrário, primeiro ser perdoado e
então temer a Deus.
(extraído de NO CAMINHO
DE JESUS)
Tradução de Carlos Antônio
da Rocha
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