sábado, 21 de dezembro de 2013

"Em Meu Lugar" (3)





Horatius Bonar
– Explique-me como isto é possível.
– Voltemos para a verdade sobre o substituto. Sabes o que é isso?
– Sim, mas isso, o que tem que ver comigo?
– Cristo oferece-Se para ser teu Substituto, para fazer o que te teria correspondido fazer a ti; sofrer o que te teria correspondido sofrer a ti, pagar o que te teria correspondido pagar a ti.
– Significa isto que Cristo de fato pagou a minha dívida, e que isto é o que tenho de crer para ser salvo?
– Não. A tua dívida não foi paga até que creias: quando crês fica paga, paga de uma vez por todas, de uma vez para sempre; mas não até que creias.
– Então, como é a obra de Cristo, como o Substituto, as boas novas para mim?

– Suponhamos que há suficiente dinheiro depositado no banco para pagar duplamente as tuas dívidas, e unicamente o que tens de fazer é solicitá-lo. Entregas o teu cheque, e recebes o dinheiro imediatamente.
– Entendo, entendo – Disse o jovem– . É “crer” o que realmente me faz possuidor de todos os frutos da obra Dele ter carregado os pecados sobre Si mesmo na cruz.
– Sim, exatamente. Ou deixa-me dizê-lo de outro modo. Cristo morreu pelos nossos pecados. Ele é o nosso Substituto. Apresenta-Se a ti como tal. Estás disposto a aceitá-Lo como tal, para que pague todas as tuas dívidas e perdoe todos os teus pecados?
– Sim. Mas quero compreender isso melhor porque me parece muito simples.
– Bom, digamo-lo desta forma: Deus há provido um Substituto para os culpados, O qual, há séculos, sofreu pelos nossos pecados, o Justo pelos injustos. O Pai apresenta-te este Substituto perfeito e pede-te que aceites a substituição. O Filho apresenta-Se a ti, oferecendo ser o teu Substituto. O Espírito Santo apresenta-O como Substituto. Aceitá-lO? O Pai está disposto, o Filho está disposto, o Espírito está disposto. Estás tu disposto? Dás o teu consentimento?
– Isso é tudo? – Perguntou ele.
– Sim, é. A tua aceitação de Cristo como teu Substituto marca o amanhecer de um novo dia, de uma nova vida.
Assim é como se rompem as cadeias do pecador e este é posto em liberdade para servir a Deus. Primeiro liberdade, depois serviço; o serviço de homens livres da condenação e da escravidão. É por aceitar o Substituto divino que o pecador é posto em liberdade para servir ao Deus vivo. A liberdade que flui do perdão recebido deste modo é o verdadeiro começo de uma vida santa.
Portanto, se tenho de viver uma vida santa, tenho de começar com o Substituto, tenho de recorrer a Ele para receber perdão e libertação. Porque por Ele somos “libertados das mãos de nossos inimigos,” O servimos “sem temor, em santidade e justiça perante Ele, todos os dias da nossa vida” (Lucas 1:74, 75).
Se tenho de servir a Deus, e se tenho de possuir a “verdadeira religião”, tenho de começar com o Substituto; porque a religião começa com o perdão; e sem o perdão, a religião é uma profissão de fé débil e molesta. “Mas Contigo está o perdão, para que sejas temido.” (Salmo 130:4). Esta é a ordem divina. Não primeiramente temer a Deus e depois ser perdoado; pelo contrário, primeiro ser perdoado e então temer a Deus.
(extraído de NO CAMINHO DE JESUS)
Tradução de Carlos Antônio da Rocha

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