domingo, 21 de abril de 2013

CONFIANÇA



 Spurgeon
“Eu sei que o meu Redentor vive.” (Jó 19:25)

       O âmago do conforto de Jó residia nesta pequena palavra: “Meu” “Meu Redentor”; e, no fato, de que o Redentor vive. Oh! O segurar-se a um Cristo vivo, quanto significa! Temos de possuir Cristo antes de podermos desfrutar Dele. Para que me serve o ouro, que está na mina? Até no Peru há mendigos, e há na Califórnia quem mendigue o pão. É o dinheiro que está no meu bolso que satisfará as minhas necessidades, pois com ele posso comprar o pão que me faz falta.
       Assim, pois, um Redentor que não me redime, um vingador que nunca defende o meu sangue, para que me serve? Não estejas satisfeito, até que pela fé possas dizer: “Sim, eu me lanço sobre o meu Senhor vivo; e Ele é meu.” Pode ser que O segures com uma mão débil; tu pensas que é quase presunção dizer: “Ele vive como meu Redentor.” Contudo, lembra-te, se tu tens somente fé como um grão de mostarda, essa pouca fé autoriza-te a dizê-lo.
       Mas, há, também, outra palavra aqui, que expressa a forte confiança de Jó: “Eu sei.” Dizer “Eu espero, eu creio” é confortável, e há milhares no redil de Jesus que dificilmente alguma vez possam dizer muito mais. Mas, para obter a essência da consolação, tu tens de dizer: “Eu sei”. Os “se”, “mas” e “talvez” são, sem qualquer dúvida, assassinos da paz e do conforto.
       As dúvidas são coisas terríveis em tempo de aflição. Como vespas elas provocam sofrimento pungente na alma! Se eu tenho alguma suspeita de que Cristo não é meu, então ali há vinagre misturado com fel de morte, mas se eu sei que Jesus vive para mim, então a escuridão não é escura, até mesmo a noite é luz ao meu redor.
       De fato, se Jó naqueles tempos, antes da vinda e do advento de Cristo, podia dizer “Eu sei”, nós não deveríamos falar menos positivamente. Deus não permitia que o nosso positivismo seja presunção. Olhemos para que as nossas evidências sejam fundadas, para que nós não construamos em cima de uma esperança infundada, e, então, que não fiquemos satisfeitos com o mero fundamento, porquanto é a partir dos quartos superiores que nós temos a perspectiva mais ampla. Um Redentor vivo, verdadeiramente meu, é alegria indizível.

Nenhum comentário: