terça-feira, 4 de setembro de 2012

A SEGURANÇA DO CRENTE (Resposta a uma carta)


C. H. Mackintosh


Você deve recordar sempre que a Escritura não pode contradizer-se a si mesma. Por isso, quando lê em João 10 palavras tais como: “As minhas ovelhas... não perecerão jamais”, o seu coração deve descansar na plena confiança da eterna segurança da mais débil ovelha que Cristo tenha comprado com o Seu sangue. Muitas outras passagens da Escritura estabelecem a mesma preciosa verdade.
        É evidente, pois, que em 2Pe 2:20-22 de maneira nenhuma pode entrar em conflito com João 10 nem com outras passagens afins. Mas, então, o que nos ensina este texto de Pedro? Simplesmente que, quando os professantes da religião voltam para os seus velhos hábitos, acham-se em pior condição como se nunca tivessem feito uma profissão.
        É óbvio que aqui não se trata de verdadeiros cristãos. Um “cão” e uma “porca” não podem ser considerados como “ovelhas”, por mais que professem “o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo.” Desejamos dar graças a Deus pelo que você diz quanto à bênção e à ajuda recebidas por intermédio das nossas páginas. A Ele seja dado todo o louvor! Em mais de uma oportunidade referimo-nos a Jo 15:2.
        O verdadeiro segredo da dificuldade que tantos sentem nesta passagem estriba em que procuram fazer dele uma questão de vida e de segurança, enquanto que se trata simplesmente de uma questão de dar fruto. Se não permanecermos na videira demonstraremos que somos ramos sem fruto, e o Lavrador limpará todos estes ramos do lugar para que dê fruto. A questão da salvação não é tocada.
        Você está perfeitamente no certo—e conta com o aval da Palavra de Deus— ao dizer a uma alma: «Creia somente o testemunho de Deus a respeito de Seu Filho e será salvo eternamente». Esta é uma declaração perfeitamente bíblica. As passagens da Escritura nas quais acha dificuldade (Rm 14:15 e 1Co 8:11) não se referem à salvação ou à vida eterna, absolutamente. Ninguém tem poder para destruir a vida eterna; mas, se eu perturbar a ação da consciência de um irmão — se o faço fazer o que ele sente que está mal—, então, no que a mim respeita, destruo-o e faço com que naufrague quanto à fé e a uma boa consciência.
        Em conclusão, nas duas passagens citadas trata-se de uma questão de responsabilidade pessoal e de integridade de consciência diante de Deus. Isto é muito solene. Ninguém pode tocar o fundamento sobre o qual está edificada uma alma salva, mas é algo muito sério golpear uma consciência débil. Tenhamos, pois, cuidado.
Tradução de Carlos António da Rocha


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