quarta-feira, 30 de setembro de 2020

“ CONHECENDO A PRECIOSIDADE DO FILHO” (3)

 

                    

“E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mateus 3:17)

O AMADO FILHO DE DEUS

        Preciso avançar, entrando na segunda lição que posso extrair do texto acima, porquanto o Pai diz acerca do Filho: “...este é meu Filho Amado...” Nunca Deus falou isso acerca de qualquer ser criado. Estamos lidando com a natureza divina, assim como um pai terrena ama de coração seu filho, porque veio de sua natureza. Cristo é da mesma natureza do Pai, por isso há essa apreciação eterna. Precisamos saber de alguns fatos para que entendamos melhor essa verdade e apreciá-la.

        Negativamente, Cristo não se tornou Amado do Pai, por causa de algumas circunstâncias. Eu amo e passo a ter prazer em alguém à medida que vejo nele algo que me desperta motivo de satisfação. Cada dia, mês e ano que passam eu posso apreciar melhor minha esposa. Dinamicamente vejo suas qualidades como esposa dedicada, sua feminilidade e seu cuidado por mim, pela casa e pelo ministério. Sem dúvida, essa apreciação avançará mais ainda, porquanto posso ampliar meu conhecimento a respeito dela. Tenho três filhos e o mesmo acontece, porque posso conhece-los mais e ter prazer neles, porque surgiram, humanamente falando de minha natureza, pois foram gerados por mim.

        Mas não é o caso do Filho em relação ao Pai. Cristo não foi se mostrando melhor; o Pai não foi ampliando Sua satisfação e apreciação pelo Filho, porque viu Nele desenvolvimento, como acontece com os relacionamentos humanos. Apesar de ter nascido, gerado pelo Espírito Santo em Maria, o Filho sempre foi o eterno Filho de Deus e a reciproca comunhão sempre foi eterna. A comunhão na divindade ultrapassa nosso entendimento e essa comunhão nunca foi interceptada, nem mesmo com o fato que o Filho, o qual é chamado de “Pai da eternidade” entrou e conheceu o que significa tempo. O tempo tem a função de mexer conosco, pobres criaturas; o tempo ceifa nossa energia e remove nossas disposições, mas não com relação Àquele que se tornou carne e tabernaculou-se entre nós (João 1:14).

        No caso do Filho, o Pai está afirmando algo que envolve a comunhão da santíssima tri-unidade, comunhão eternamente gloriosa e imutável. Quando nos envolvemos com o tempo e vemos o Filho do nosso ponto de vista terreno e transitório, eis que a linguagem de Deus entra em ação, mostrando aos homens o quanto a glória do Filho envolve o tempo aqui: “Jesus Cristo, ontem e hoje é o mesmo e o será para sempre” (Hebreus 13:8. O texto incrivelmente mostra o cenário eterno do Senhor, mesmo que conheceu o tempo como nós conhecemos. O verso declara Sua imutabilidade: “ontem e hoje...e o será...”. A encarnação mostrou Sua humilhação, mas o verso de Hebreus remove o véu e mostra Sua glória. Meditemos na letra do antigo hino:

        “Jesus Cristo está sentado no Seu trono de poder, tudo já tem consumado no que quis aqui fazer. Ó que glória, ó que glória no Senhor se pode ver!”. Do nosso ponto de visto vemos Sua humanidade apenas, mas o Pai, no texto acima proclama a glória do Filho Amado, alertando a todos, dizendo que não estamos lidando com um mero homem, mas sim com o eterno e glorioso Filho, cuja natureza é divina. O mundo o odiou e o odeia, mas não o Pai.

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