“E
eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”
(Mateus 3:17)
O
AMADO FILHO DE DEUS
Preciso avançar, entrando na segunda
lição que posso extrair do texto acima, porquanto o Pai diz acerca do Filho: “...este
é meu Filho Amado...” Nunca Deus falou isso acerca de qualquer ser criado.
Estamos lidando com a natureza divina, assim como um pai terrena ama de coração
seu filho, porque veio de sua natureza. Cristo é da mesma natureza do Pai, por
isso há essa apreciação eterna. Precisamos saber de alguns fatos para que
entendamos melhor essa verdade e apreciá-la.
Negativamente, Cristo não se tornou
Amado do Pai, por causa de algumas circunstâncias. Eu amo e passo a ter prazer
em alguém à medida que vejo nele algo que me desperta motivo de satisfação.
Cada dia, mês e ano que passam eu posso apreciar melhor minha esposa.
Dinamicamente vejo suas qualidades como esposa dedicada, sua feminilidade e seu
cuidado por mim, pela casa e pelo ministério. Sem dúvida, essa apreciação avançará
mais ainda, porquanto posso ampliar meu conhecimento a respeito dela. Tenho
três filhos e o mesmo acontece, porque posso conhece-los mais e ter prazer
neles, porque surgiram, humanamente falando de minha natureza, pois foram
gerados por mim.
Mas não é o caso do Filho em relação ao
Pai. Cristo não foi se mostrando melhor; o Pai não foi ampliando Sua satisfação
e apreciação pelo Filho, porque viu Nele desenvolvimento, como acontece com os
relacionamentos humanos. Apesar de ter nascido, gerado pelo Espírito Santo em
Maria, o Filho sempre foi o eterno Filho de Deus e a reciproca comunhão sempre
foi eterna. A comunhão na divindade ultrapassa nosso entendimento e essa
comunhão nunca foi interceptada, nem mesmo com o fato que o Filho, o qual é
chamado de “Pai da eternidade” entrou e conheceu o que significa tempo. O tempo
tem a função de mexer conosco, pobres criaturas; o tempo ceifa nossa energia e
remove nossas disposições, mas não com relação Àquele que se tornou carne e
tabernaculou-se entre nós (João 1:14).
No caso do Filho, o Pai está afirmando
algo que envolve a comunhão da santíssima tri-unidade, comunhão eternamente
gloriosa e imutável. Quando nos envolvemos com o tempo e vemos o Filho do nosso
ponto de vista terreno e transitório, eis que a linguagem de Deus entra em
ação, mostrando aos homens o quanto a glória do Filho envolve o tempo aqui: “Jesus
Cristo, ontem e hoje é o mesmo e o será para sempre” (Hebreus 13:8. O texto
incrivelmente mostra o cenário eterno do Senhor, mesmo que conheceu o tempo
como nós conhecemos. O verso declara Sua imutabilidade: “ontem e hoje...e o
será...”. A encarnação mostrou Sua humilhação, mas o verso de Hebreus remove o
véu e mostra Sua glória. Meditemos na letra do antigo hino:
“Jesus Cristo está sentado no Seu trono
de poder, tudo já tem consumado no que quis aqui fazer. Ó que glória, ó que
glória no Senhor se pode ver!”. Do nosso ponto de visto vemos Sua humanidade
apenas, mas o Pai, no texto acima proclama a glória do Filho Amado, alertando a
todos, dizendo que não estamos lidando com um mero homem, mas sim com o eterno
e glorioso Filho, cuja natureza é divina. O mundo o odiou e o odeia, mas não o
Pai.
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