“E
eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”
(Mateus 3:17)
A
RAZÃO DAS PALAVRAS DO PAI: “Este é meu Filho Amado...”
Ao entrar nos detalhes do texto, sem
dúvida sei que as maravilhas são infinitas e estou certo que não sou capaz nem
sequer de tocar naquilo que apenas dá início em mostrar as riquezas da
divindade. Quase não vemos as palavras de Deus o Pai falando aos homens, mas
aqui Suas palavras ressoam e nós devemos saber a razão que levou o Pai a
transmitir esses solenes termos referente ao Seu amor e apreciação pelo Seu
Filho. Nos livros proféticos normalmente vemos esse diálogo e comunicação entre
as duas pessoas, como ocorreu na criação (Gênesis 1). Também há destaque maior
visto no Salmo 2, mas no Novo Testamento é algo inédito.
Sem dúvidas as palavras expressam solene
advertência: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”. Por que? Ora, o
Senhor entrou nas aguas do Jordão para fazer o que? Ser batizado. Quem iria
batizar o Filho de Deus? João Batista. Era esse o trabalho daquele grande
profeta e muitas e muitas pessoas desceram às águas do Jordão para serem
batizadas por ele. Ele era diferente de Elias, o profeta que batizava com fogo.
O batismo de João foi chamado de “batismo de arrependimento”, porque sua
mensagem foi sempre convidando Israel para arrepender dos seus pecados. Quem
descia às águas do Jordão eram pessoas que confessavam seus pecados.
Mas o Filho de Deus, o Senhor Jesus
precisava de arrependimento? Cometeu Ele algum pecado? Dirigiu-Se a João
Batista em decisão de uma alma contrita? Não! Ali estava o puro e santo
Cordeiro de Deus: “Aquele que não conheceu pecado...” (2 Coríntios 5:21). O que
vemos naquele cenário descrito por Mateus é mais uma evidência da
impressionante humilhação do Senhor. Foi ali, quando foi batizado que o Senhor
mostrou Sua incrível identificação com a raça caída; aquele que fez o Jordão e
que por três vezes fez secar as aguas, agora Ele mesmo entra e é mergulhado nas
mesmas águas onde Naamã mergulhou 7 vezes para ser curado da lepra (2 Reis 5)
É evidente que solenes palavras da boca
do Pai seriam ouvidas do céu. Como não? Ali estava uma multidão presenciando
esse batismo; vinha pecadores de toda parte e no meio deles aparece o Cordeiro
de Deus que veio para tirar o pecado do mundo? Se Ele não tinha pecado, por que
precisa ser batizado? Aquele que nunca precisou de arrependimento, como pode
entrar no rio a fim de ser mergulhado ali? Foi então que veio as palavras da
boca do Pai: “Este é o meu Filho amado...”. Todos que ali se aglomeravam eram
pecadores, eram filhos de Adão, caídos, necessitados de arrependimento, de
mudança feita por Deus no coração. O Filho desceu do Senhor para se entregar na
cruz, morrendo por aqueles pecadores.
Mas Deus o Pai estava como que dizendo:
“Esse não é filho de Adão; esse não nasceu no pecado; Ele por fora pode parecer
um pecador, mas esse é o parecer da visão terrena. Esse é meu Filho Amado”. Foram
palavras que vieram para arrancar toda dúvida; Deus o Pai estava ali em defesa
da pureza do Seu Filho. Isso foi bem salientado para que todos ali pudessem
saber que estavam diante do glorioso Ser celestial, o qual desceu aqui e tomou
forma humana. Foi assim que Deus fez com os anjos, quando estes presenciaram o
Senhor se humilhando e ocupando a posição de seres inferiores aos anjos. A
ordem foi dada aos anjos: “Adorem o Filho!”.
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