“Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra Ele, dizendo: Não és
tu o Cristo? Salva-te a Ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém o outro, repreendeu-o dizendo: Nem ao menos
temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade com justiça, porque
recebemos o castigo que os nossos atos merecem, mas este nenhum mal fez. E
acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe
respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas
23:39-43)
INTRODUÇÃO
Na
conhecida história desse ladrão, que foi salvo perto da morte temos uma lição
bem prática a respeito do que significa a simplicidade da fé salvadora. Você
não precisa entrar numa escola para aprender acerca da fé que salva, assim como
não precisa estudar a respeito da composição da água para saber a respeito do
valor dela. O valor da água aparece na sua utilidade para desfazer a sede.
Assim é a fé cristã, porque a bíblia mostra o quanto ela é simples. A fé que
teve os grandes heróis da bíblia, é a mesma fé que aquele ou aquela irmã tem. A
bíblia trata da fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos (Judas 3).
Temos
muito que aprender sobre a fé, especialmente porque ela veio a nós diretamente
do Autor da fé (Hebreus 12:2). Notemos bem que não importa se a fé foi
experimentada por grandes homens que andaram com Deus. A lição que temos nesse
texto de Lucas mostra o quanto um homem que foi salvo na beira do precipício,
teve a mesma fé que outros santos tiveram. Olhando hipoteticamente, se ele
vivesse mais aqui, sem dúvida sua fé exibiria como forte luz no meio dos
homens. Se a fé viesse de nós ela revelaria toda fraqueza, incerteza e miséria,
porque nada de bom pode se esperar do homem. Mas por ela vir do Homem perfeito,
então a fé cristã tende a se agigantar diante das provações e decisões.
Quando
comparamos, o texto mostra que o ladrão que não se converteu também cria. Isso
significa que ele tinha fé; Nota-se que ele esperava que o Cristo faria algo
espetacular por ele. Esse é o exemplo claro do que é a fé meramente humana. A
fé cristã é simples fé, porque é útil para o viver aqui e para introduzir o
homem no céu. A diferença foi grande, quando comparamos a fé do convertido e a
fé do não convertido. A primeira sempre será simples, mas a segunda mostra ser
idólatra e banal, jamais reconhecida por Deus.
A primeira vê Deus em Sua glória e exaltação, a segunda vê a glória
deste mundo e o perigo de perdê-la para sempre. Quanto mais o mundo se torna
religioso, como está agora, mais a fé se mostrará trajada de um orgulhoso
romance com esta vida terrena. Quando essa fé brilha para a glória do homem,
eis que a fé simples dos santos prossegue seu caminho.
É
assim que vive o justo, seguindo sempre seu caminho rumo ao céu. A fé do ladrão
convertido, bastou mirar o rumo certo para cima, imediatamente entrou em sua
alma uma satisfação de gozo e alegria, mesmo em face do sofrimento físico,
pendurado ali na cruz. A fé do ladrão convertido simplesmente o desligou do
mundo, cortou o cordão umbilical que o ligava à esta ambiciosa vida de prazer
misturado com maldades. A fé do ladrão não convertido não precisava de asas,
pois tinha peso suficiente para fazê-lo descer de volta ao seu habitat natural.
A fé do ladrão convertido deu a ele asas para voar às alturas da região celestial,
lugar onde somente homens e mulheres que foram transformados em príncipes de
Deus podem e poderão viver para sempre.
Minha esperança é que entendamos o texto
e assim examinemos nossa fé. Ela veio do segundo Adão, ou veio do primeiro
Adão? Ela é celestial ou terrena? Ela é idólatra e busca os milagres que tanto
anseiam o homem no pecado por um viver mundano, ou está ligada ao Cordeiro
simples e Sua obra na cruz? Minha esperança é que cada página seja um
desenrolar de um viver que transborda na certeza da vida eterna que teve início
na conversão e que durará pela eternidade sem fim
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