quarta-feira, 16 de setembro de 2020

“A SIMPLICIDADE DA FÉ” (6)



“Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra Ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a Ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém  o outro, repreendeu-o dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem, mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:39-43)
UMA BUSCA CORRETA DA SUA SALVAÇÃO.
        Prosseguindo, devo dizer que aquele moço ali na cruz mostrou pela fé o quanto tinha uma necessidade pessoal: “lembra-te de mim...”. Creio que isso é de grande e imenso valor, porque a salvação é algo individual. Os desejos santos pela coletividade aparecem depois no viver. Mas quando o perdido tem sua visão aberta para o Salvador, essa visão é particularmente dele. Um homem não é salvo juntamente com sua amada esposa ou mesmo com seus filhos. A chamada divina da irresistível graça acontece com pecadores individuais. Quando uma pessoa está se afogando, ela clama por socorro, para que seja livre da morte. O ladrão mirou o Salvador e invocou Seu nome, buscando Sua salvação. Deus prometeu salvar aquele que Ele mesmo chama à salvação e foi exatamente isso o que aconteceu com aquele moço.
        Sendo assim, precisamos ver o que sucede então nesse individuo. É claro que entendemos que houve um trabalho soberano, poderoso e eficaz, caso contrário o homem prefere morrer em seus pecados. Salvação é sempre igual, mesmo que as circunstâncias diferem uma da outra. O modo como o Senhor salvou Saulo, não foi o mesmo modo como ele salvou Zaqueu. Às vezes o chamado é tão simples e ocorre sem que haja qualquer episódio que chame nossa atenção. Em Oséias Deus fala que atrai o pecador com cordas humanas e laços de amor (Oséias 11:4). É comum que Deus coloque pecadores numa boa família, com bons ensinos e disciplinas. Muitos se convertem porque os pais os levaram aos cultos desde quando eram pequenos.
        Outros são muitas vezes passam por sérias dificuldades, com abusos de pessoas perversas. Quantos escravos foram salvos; quantas pessoas se converteram depois de um tempo na prisão. As cordas e castigos humanos são muitas vezes as “cordas de amor” que Deus usa para atrair os pecadores. Foi quando Deus deixou Jacó sem os pais para ficar os duros vinte anos na casa de Labão, que Jacó pode humildemente conhecer seu Deus no vau de Jaboque (Gênesis 32). Os caminhos, circunstâncias e meios usados por Deus são inúmeros e em tudo Ele é glorificado em salvar. Muitos são surpreendentemente salvos na hora da morte. Muitos, como o ladrão na cruz deixa seu testemunho ao mundo no último suspiro, a fim de subir ao céu. Louvamos ao Senhor pelos Seus santos meios usados, porque em tudo Ele é glorificado.
        Mas agora, para encerra esta página, quero afirmar que certamente há uma unidade de coração, no que tange a salvação. A confissão sem dúvida é a mesma de todos: “Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo” (Romanos 10:13). O que quero afirmar aqui é que todos clamam a Cristo, porque reconheceram seus pecados. Foi assim com aquele moço. Nota-se em suas palavras seu completo arrependimento ao ver o Salvador à sua frente. Naquele momento sua humilhação foi manifestada: “Jesus, lembra-te de mim...”. Não era mais aquele arrogante e pretensioso ser, tão dominado pelos anseios e vaidades desta vida. Agora ele vê sua indignidade; ele não ordena, mas pede. Agora o velho Adão morreu e apareceu ali um mendigo espiritual, com suas mãos vazias, suplicando que o Senhor o socorra. Que fantástica visão! Que maravilhosa lição! Oxalá, que Deus venha encher nossas igreja e pecadores arrependidos e assim que o mundo seja lotado de homens que cheios de temor se tornaram piedosos no viver.

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