quarta-feira, 16 de setembro de 2020

A GRANDE DESCOBERTA (8)



 “...Senhor, para quem iremos ? O Senhor tem as palavras de vida eterna, e nós temos conhecido que o Senhor é o santo de Deus” (João 6:68,69)
HOUVE A SÁBIA DECISÃO DE CORAÇÕES REGENERADOS.
        O que ocorreu ali foi que aqueles homens perceberam que as palavras do Senhor nada tinham a ver com esta vida terrena; que eram ensinos que estavam infinitamente acima dos melhores padrões religiosos e seculares deste mundo. A linguagem do Mestre Amado era estranha e não servia para os anseios terrenos e foi por isso que aqueles homens simplesmente foram embora. Se na história do Velho Testamento os judeus não suportavam as mensagens dos profetas, uma vez que elas vinham cheias das advertências de Deus, quanto mais as palavras que saíam dos lábios do próprio Verbo encarnado. Eles perceberam que havia nelas um altíssimo conceito de coisas duráveis.
        Nosso Senhor estava mostrando que o que a lei trazia em seus ensinos era coisas que não passavam de figuras, símbolos e sombras e que com o tempo elas seriam dissipadas, assim que a realidade das coisas chegasse. Cristo mesmo era a realidade. A graça sobre graça chegou; a coisas abaláveis deram lugar às realidades eternas. A lei de Moisés não podia expor a realidade das coisas no terreno de maldição e morte, mas a graça sobre graça veio para rasgar este véu terreno e finito, a fim de exibir a vida que há no Filho. Estava ali perante eles não meramente o Autor da vida, mas a própria vida, a vida eterna. Suas palavras eram espirituais e meras letras mortas; eram palavras que atormentavam e atormentam o velho homem em Adão, tão impregnado de desejos por ser e viver como uma divindade neste mundo.
        Tentando usar outras palavras, posso afirmar que os discípulos viram a própria vida perante eles; eles se agarraram à tais verdades com prazer: “...tens as palavras de vida eterna...”. Então, o mundo se tornou abominação, um ambiente mesquinho e miserável para aqueles homens. Seguir o Senhor foi a decisão marcante de suas vidas, mesmo sabendo que o caminho a seguir não era fácil. Eles queriam ficar ao lado Dele, segui-Lo fielmente, assentar-se aos Seus pés e ouvir seus impressionantes ensinos. Eram homens simples, os quais pela fé tomaram posse daquilo que os santos no passado quiseram ver com seus próprios olhos. A riqueza prometida pelo mundo se tornou miséria perante; e mesmo cheios de fraqueza, eles se submeteram ao Senhor para servi-Lo, mesmo atônitos quanto ao destino da cruz, tão enunciado pelo Senhor.
        Que fantástica lição que a graça gloriosa nos dá! O que aqueles homens receberam é o mesmo que pecadores arrependidos recebem. Ninguém vai a Cristo, se não se tornar um mendigo espiritual. Enquanto o homem carregar as migalhas mundanas em suas mãos, ele achará que o mundo com suas promessas é melhor. Cristo veio dar vida e isso significa que Ele há de operar no meio dos mortos, a fim de ressuscitar pecadores. Ele veio abrir olhos espirituais, a fim de que homens e mulheres vejam a glória Dele e a tão gloriosa, eterna e refulgente salvação, a qual ultrapassa todo e qualquer entendimento deste mundo. Quem há de trocar o mundo por riquezas eternas? Tal decisão é loucura para os mundanos. Mas para pecadores arrependidos, o que importa este mundo? O Senhor tem consigo palavras de vida eterna.

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