quinta-feira, 3 de setembro de 2020

“A SIMPLICIDADE DA FÉ” (3)



“Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra Ele, dizendo: Não és tu o Cristo? Salva-te a Ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém  o outro, repreendeu-o dizendo: Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem, mas este nenhum mal fez. E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas 23:39-43)
 UM CONCEITO CORRETO A RESPEITO DO HOMEM
        Como foi que aquele ladrão convertido mostrou a simplicidade tão vitoriosa da fé? Foi simples. Ele apenas expôs em palavras o conceito correto acerca do homem (verso 40) : “Nem ao menos temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade com justiça, porque recebemos o castigo que os nossos atos merecem, mas este nenhum mal fez”. Em suas palavras ele estava confessando o que antes tinha também em seu coração. A primeira lição foi que faltava temor: “Nem ao menos temes a Deus...?”. Aí que está a gravidade de toda situação, porque os homens se atiram à lama do pecado justamente porque não têm o temor de Deus. Ele também em palavras mostra o que merecem: “...nós na verdade com justiça...”. Noutras palavras aquele moço estava evangelizando seu colega, tentando acordá-lo de sua insensatez. É exatamente isso o que ocorre numa sincera conversão, tudo muda. No pecado os homens sempre estão culpando Deus e justificando a eles mesmos; eles dizem em palavras e no íntimo que Deus falhou em deixa-los na situação que está e exigem que Ele venha tirá-los dessa tão miserável condição.
        Finalmente, ele passa a justificar o Senhor: “Este nenhum mal fez”. Cristo aparece à sua frente como o real e puro Salvador, porque especialmente viu Nele perfeita justiça. Se era justo, então era digno de toda confiança. O que ele estava fazendo era tentando acordar seu colega que agia como louco. Seu colega queria salvação do ponto de vista humano; queria um milagre que o fizesse sair da condenação da morte; ele queria retornar ao seu mundo e viver como sempre quis viver. A teologia daquele moço era a mesma de milhares, era a confissão que exalava orgulho cruel. Quem pode mudar o homem? Ninguém, senão a graça.
        Como a fé verdadeira é simples e correta! Quando o homem é mudado no coração, então por fora tudo muda também. Quando Deus abre os olhos da alma, então os olhos físicos passam a enxergar corretamente as coisas. Muda o coração que da cabeça aos pés tudo passa a funcionar, pois as mãos passam a funcionar em fazer o bem, os pés passam a trilhar o caminho correto, os lábios passam a falar o que edifica e exaltar a Deus, a mente passa a computar a justiça e a misericórdia e as emoções são tomadas de alegria e prazer em exaltar o Deus da bíblia. Não há milagre maior do que o que é feito pela maravilhosa graça.
        É essa fé tão simples, mas poderosa fé que precisamos em nossos dias. Nela há a teologia santa e completa acerca de Deus. Mire o salvo e verá que não há defeito naquilo que crê. A fé, por mais simples que seja exalta Deus em tudo como soberano Salvador e Senhor. À medida que vai aprendendo, a fé simples haverá de ganhar solidez e maturidade. Não foram os eruditos e cheios de conhecimento que conquistaram as conquistas de Deus. A bíblia exibe homens e mulheres simples e foram eles que conquistaram reinos e assombraram o mundo com feitos poderosos. A fé simples é tão poderosa que o próprio Deus atribui salvação a essa fé: “A tua fé te salvou!”. Não é fantástico? Foi assim com aquele moço, cuja fé fê-lo olhar para o lado e falar a verdade; fê-lo olhar para o outro lado e invocar o nome do Senhor para ser salvo e fê-lo olhar para cima para ver o Paraíso aberto e assim escapar do inferno que rugia no abismo abaixo.

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