“Um dos malfeitores crucificados blasfemava contra Ele, dizendo: Não és
tu o Cristo? Salva-te a Ti mesmo e a nós também. Respondendo-lhe, porém o outro, repreendeu-o dizendo: Nem ao menos
temes a Deus, estando sob igual sentença? Nós, na verdade com justiça, porque
recebemos o castigo que os nossos atos merecem, mas este nenhum mal fez. E
acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. Jesus lhe
respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso” (Lucas
23:39-43)
UM CONCEITO
CORRETO A RESPEITO DO HOMEM
A
fé cristã é simples, mas ao mesmo tempo vitoriosa e poderosa, porquanto caminho
nos trilhos da justiça de Deus. Tanto faz a fé de Abraão, como a fé daquele
moço condenado à morte e que foi salvo por Cristo ali no episódio da
crucificação, a fé é comum a todos os santos. De repente tudo ali mudou,
porquanto ao receber um novo coração, aquele moço teve a visão correta vinda de
Deus, a fim de ver quão louco foi seu modo de vida e quão merecido era o
destino de sofrimento que lhe aguardava. Agora seu coração palpitava por
conhecer o socorro que estava bem presente nesse momento de agonia e angústia;
agora ele via que não era a mera morte que lhe aguardava, mas sim o terror da
ira de Deus que fazia o inferno sete vezes mais quente. Assim chegou o momento
de abrir a boca e invocar o Santo e Justo que recebia um castigo não merecido.
Perante a face daquele moço estava o Salvador, por isso pode abrir Sua boca e
clamar por Salvação.
Mas
antes pode testemunhar e exortar seu antigo colega de maldades e ao fazer isso
ele aplicou a justiça da forma correta. Ele abre a boca e testemunha a verdade,
defendendo a justiça de Deus, conforme Davi diz ao Senhor em confissão: “...de
maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar” (Salmo
51:4). O testemunho de um crente carrega esse aspecto de misericórdia e juízo.
Ele estava consciente que não havia razão para buscar a justiça da parte de
Deus, conforme os quesitos do coração enganoso do homem. Noutras palavras,
aquele moço estava dizendo ao seu colega: “Acorde, veja o que fizemos; nós
estamos sendo punidos à morte porque nossos atos provam o que fizemos. Olhe
para este que está pendurado aqui, pois ele sim é Justo; ele é de fato o
Salvador prometido”.
Quando
trato da fé simples, mas poderosa e verdadeira, é porque parto para o ataque
contra essa fé resultante de uma mensagem errada. O que ocorre hoje é que temos
um furtivo ataque contra a verdade revelada, ataque que parte de muitas bocas
que professam crer em Deus. Veja, não estou partindo para defender um Deus que
não precisa de defesa. Estou defendo a fé cristã e ao mesmo tempo atacando a
falsa fé. O que acontece em nossos dias é que há uma noção errada da fé simples
fé bíblica, essa fé que brilhou no testemunho daquele moço ali na cruz e que
brilha no viver de todos os crentes em Cristo.
Notemos
bem a diferença, e o texto de Lucas 23 mostra isso. Antes de sua partida ele
ainda pode mostrar ao seu antigo parceiro, o quanto ele estava errado; o quanto
ele estava simplesmente confirmando sua condenação, por desconhecer a
verdadeira justiça. Ali estava um moço apregoando a santidade de Deus e mostrando a podridão do homem no pecado. Em
suas palavras havia confissão e condenação. Ele mostrou que estava do lado
oposto, que seus olhos miravam o céu e não mais o mundo. Embutido em suas
palavras estava a compaixão de Deus que moveu seu ser à busca do bem do seu
amigo. Noutras palavras, a fé verdadeira estava condenando a incredulidade,
tapando a sua boca e anulando sua perversidade. A fé verdadeira percebeu o
quanto o coração endurecido, mesmo em face da morte não se desliga nem um pouco
dos anseios naturais por este mundo, nem confessa sua condição de miséria
perante Deus, o Autor de uma tão grande salvação.
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