“Pois
o amor de Cristo nos constrange, julgando isso, se um morreu por todos, logo
todos, logo todos morreram” (2 Coríntios
5:14).
O
AMOR DE CRISTO DEVE NOS CONSTRANGER À HUMILHAÇÃO.
Nosso Senhor negou a Si mesmo, recusou
usar todas as Suas prerrogativas da divindade, a fim de mostrar o quanto amou
Seu povo. O que somos agora teve como causa o amor do Senhor por nós e não
houve nem sequer um pingo de atividade ou merecimento de nossa parte que nos
movesse a amar a Cristo. Éramos odiadores do Senhor e provamos isso em nosso
estilo de vida mundana e iniqua. Mesmo nos tornando crentes e salvos, o amor
que habita em nós é o amor de Cristo e o amor nosso. Se formos movidos por esse
amor será porque a grandeza da glória e do amor de Cristo está acesa em nossos
corações. Paulo ficou como que estonteado pelo amor de Cristo, de tal maneira
que se entregou a viver por Ele e para Ele: “Porque para mim o viver é Cristo e
o morrer é lucro”.
Amor que clama pelo amor do objeto amado
é um amor egoísta. Nosso Senhor jamais pediu que Sua igreja O amasse. Nós
fazemos isso porque a graça fez com que nossos pensamentos ficassem tão
santificados, a ponto de meditar na profundida, altura e largura desse amor.
Nossos sentimentos também foram tocados por esse toque santo. Que culto de
emoção preenche nosso ser! Como Ele pode estender Sua mão e arrancar pobres
seres caídos do poço da perdição onde se encontravam? Se uma mulher pode servir
com prazer o marido que tanto lhe ama, porque não podemos nós servir ao que nos
mostrou perfeito amor.
Se o amor Dele nos constrange significa
que podemos avançar bem longe nesse amor; que podemos nós alcançar os mais
altos lugares desse amor. É claro que jamais atingiremos as alturas,
profundidade e largura do amor de Cristo. Nós podemos imitar um pouco isso e
temos que rasgar diariamente nosso ego em santa confissão; temos que lutar em
santa guerra da carne contra a intromissão da natureza maligna e carnal na qual
ainda estamos. Sempre veremos aqui o quanto estamos distanciados do amor, mais
do que as distâncias interplanetárias. Vemos o amor dele aqui no mundo, a
partir da distância que há entre nós e nossos semelhantes. Mas Ele nos viu do
céu; foi do alto que Ele olhou para nossa baixeza e vileza.
Seu amor, também agiu sozinho, enquanto
nós sempre estamos precisando da ajuda uns dos outros, das exortações,
disciplinas e não raro passamos vergonha. Mas o Senhor não. Nunca houve um
momento que Ele quisesse voltar e renunciar seu ideal. Foi o amor perfeito, por
isso não precisava de aperfeiçoamento. Não houve equipamento aqui para que O
ajudasse. Não! É claro que Ele aprendeu obediência, mas tudo porque atravessou
um vale desconhecido; caminhou por via perigosa e soube o que é sofrer pelo
sofrimento. A divindade conheceu a humanidade e nisso teve que passar pela
escola desse aperfeiçoamento da escola do Pai.
Diante de tudo isso, não é fato que
podemos e queremos servi-Lo? Não é melhor permitir que o jugo Dele seja posto
em nossos ombros? Não caminhamos sozinhos pela estrada dos servos, pois nosso
Senhor vai ao nosso lado nos ensinando e guiando por caminho que Ele mesmo
abriu. Que sejamos prontos para renunciar a nós mesmos a todo momento, a fim de
servi-Lo melhor e com prazer aqui.
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