“Amo o Senhor, porque
Ele ouve a minha voz e as minhas súplicas, porque inclinou para mim os seus
ouvidos, invocá-Lo ei enquanto eu viver” (Salmo 116)
MUDANÇA DO CORAÇÃO:
“Amo ao Senhor...”
Amado leitor, estamos diante do desafio
de entender a mensagem que o Espírito Santo tem para nosso bem eterno nesse
Salmo 116. Claramente é uma exposição daquilo que a Bíblia fala em Isaías, no
Salmo 145, em Joel, em Atos 2 e em Romanos 10: “Todo aquele que invocar o nome
do Senhor será salvo”. O Salmo 116 é a dinâmica dessa tremenda verdade
experimentada por todos os salvos. Ontem dei a introdução desse tema, como o
salvo fala acerca do que ocorreu em sua vida, e porque ele é o que agora e vive
como vive. É claro que neste tema só irei falar do ensino que nos trazem os
versos 1 e 2, e com a permissão do Senhor tratarei dos outros assuntos que dão
prosseguimento ao tema central em todo esse maravilhoso e revelador Salmo.
O que esse Salmo nos mostra de imediato
é que quando o pecador invoca o nome do Senhor para sua salvação, eis que
ocorre uma mudança no coração. Como vemos essa mudança? O evangelho moderno, aliás,
tão cheio de emoções e supertições, nada apresenta, a não ser fantasias,
vaidades e fogo passageiro. Nada há de fundamento para um viver sólido e
inabalável num mundo cheio de perigos. O mundo moderno se ajustou bem a esse
sistema intitulado de evangélico, de tal maneira que vemos homens e mulheres
utilizando os meios religiosos como trampolim, a fim de saltarem para suas
iniquidades.
Mas o fato é que a mensagem santa traz
poderosa e permanente mudança no coração do homem, e tal mudança é vista logo no
verso primeiro: “Amo o Senhor...”. Posso mostrar o quanto tal verdade firma um
firme fundamento de uma fé inabalável e exemplifica isso no viver daquele que
obteve a tão grande salvação. Por que digo isso? A resposta simples e lógica
aparece com clareza no fato que é impossível para o homem amar a Deus, assim
como é impossível para um leão passar a comer erva em lugar de carne. Como
poderá o homem amar ao Senhor, enquanto ele estiver vivendo no pecado? Para o
homem amar a Deus é preciso um milagre, assim como precisa de um milagre o conviver
amigavelmente com uma cascavel. A natureza pecaminosa do homem sente o maior
prazer pelo pecado e anseia conviver diariamente com esse amigo do coração. Os
homens podem falar que amam a Deus, que têm Deus no coração, mas a verdade é
que tudo não passa de engano criado pelo próprio pecado no íntimo.
Pode parecer sentimentalmente que ama,
mas o viver demonstrará que Deus sequer faz parte da sua imensa lista de
amores. A sua infindável lista mostra que tudo o que ele ama, são realmente os
filhotes do pecado que nasceram consigo. Judas era chamado de discípulo, mas o
título em nada mudou seu forte amor pelo dinheiro; nada lhe pode arrancar da
torpe ganância que enchia seu ser e que foi usado para lhe arrastar para o
abismo. Judas amava o dinheiro, por isso não podia dizer em confissão: “Amo o
Senhor...”! Em seu coração jamais foi implantada a fé dada aos salvos pelo
Espírito de Deus. O amor ao pecado no íntimo é permanente e só participa dessa comunhão
se for membro da mesma família do pecado.
Outro detalhe que considero importante é
que a natureza do pecado é diametralmente oposta a Deus. Então, se ama o pecado
é óbvio que fica impossível amar a Deus ao mesmo tempo. Da boca jamais sairá
uma confissão como essa em santa confissão: “Amo o Senhor...”. Não há motivo no
homem natural para amar a Deus; não qualquer conhecimento do Senhor que possa
lhe levar a declarar algo assim. A confissão brota do coração, por isso alguém
que declara o que o Salmista confessou, certamente tem razões preciosas para
isso.
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