“Livra-me dos crimes
de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a tua
justiça. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus
louvores. Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e
não te agradas de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito
quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmo
51:14-17).
ELE PROCLAMA A
JUSTIÇA DE DEUS.
Caro leitor, que todo meu esforço possa
ajudar-lhe na compreensão da justiça de Deus e que somente o uma alma contrita
e arrependida pode proclamar essa justiça. Foi essa a dramática, mas venturosa
experiência de Davi quando sentiu a miséria do seu pecado e aproximou-se de
Deus para a reabilitação de sua comunhão e andar com Deus. Estou dando ênfase a
isso porque o que mais falta em nossos dias são homens e mulheres piedosos, e
piedade é em resumo a justiça de Cristo no viver (Romanos 6:18). Quando não há
isso, eis que a religiosidade será uma celebração à justiça própria, exatamente
como vemos em nossos dias.
Creio que posso avançar um pouco mais. O
que saiu da boca de Davi, conforme sua petição a Deus foi realmente uma
confissão da grandeza de Deus, de Sua graça e misericórdia e da penúria do
homem. Nunca antes Davi se conscientizou dessa verdade na prática. Agora ele
pode saber o quão terrível é o pecado; o quanto somos nós inclinados à maldade
e como é perigoso ser enlaçado pela soberba. O que nós hoje precisamos saber é
que temos a mesmíssima inclinação de Davi, pois somos provenientes do pecado,
conforme ele mesmo confessa no verso 5. Nós também somos da mesma massa e se
somos salvos foi porque o Senhor estendeu Sua infinda compaixão, a fim de nos
socorrer. Continuamente precisamos ser tomados desse temor; continuamente
devemos prostrar-nos aos pés do Senhor em santa confissão de nossa maldade e em
louvor da Sua graça para conosco. Continuamente devemos conhecer os atos
maravilhosos dessa tão imensa compaixão que nos tirou de um mundo vil e do
desespero iminente, a fim de nos tornar herdeiros de Deus e coherdeiro com
Cristo.
Caro leitor, devo ser ainda mais
enfático quanto a esse assunto, porque estamos num mundo mergulhado de
mentiras, especialmente quando agora vemos aumentando cada vez mais o mistério
da iniquidade ao nosso derredor. Se não houver humilhação perante o Senhor,
certamente seremos arrastados para mais perto de tantas perversidades
oferecidas “gentilmente” neste mundo. Se não entendermos a necessidade de
humilhação, quebrantamento, e se não buscarmos de coração a piedade no viver,
certamente sempre estaremos reclamando de Deus; sempre andaremos queixando de
nossa sorte e consequentemente acompanharemos o mundo com essa mesma
mentalidade tão perversa. O caminho para terríveis quedas sempre é pavimentado
do orgulho.
Tenho percebido como muitos crentes se
desviam do caminho certo porque não cuidaram em conservar seus corações em
santa dependência de Deus. Quando esquecemos dos atos de misericórdia de Deus
em nosso favor, é certo que estamos apressando nossos passos para caminhos
imperceptivelmente letais. O mundo está aí para imprimir nas mentes dos crentes
o mesmo que acontece hoje na mente dos ímpios. Cada vez mais vemos os crentes
querendo dos ensinos da Palavra na vida; nada querendo de um viver de oração e
dependência da liderança de Deus na vida diária. É muito. Davi percebeu que a
única forma de escapar da crueldade da carne e da vileza deste mundo era um
viver piedoso; seria entrando no terreno da santidade e buscando isso do Senhor
à cada dia. Com Davi Deus usou de compaixão, mas não pense que será assim
conosco, caso tropecemos nos miseráveis pecados.
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