“Livra-me dos crimes
de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua exaltará a tua
justiça. Abre, Senhor, os meus lábios, e a minha boca manifestará os teus
louvores. Pois não te comprazes em sacrifícios; do contrário, eu tos daria; e
não te agradas de holocaustos. Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito
quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Salmo
51:14-17).
INTRODUÇÃO:
Amado leitor, é impossível abrir as
Escrituras sem ver a notável mensagem de salvação e da obra transformadora que
a graça opera nos homens. O Egito cheio de armazéns abarrotados de mantimentos
contra fome nem sequer podem servir para ilustrar a imensidão da riqueza dessa
boa nova de salvação que Deus tem para os arrependidos. O que irei pregar,
senão essas verdades? O que eu terei para apresentar aos homens, senão o fato
que Deus abriu Sua porta de misericórdia e a escancarou, a fim de homens e
mulheres pudessem buscá-lo?
Amado leitor, eis-me aqui pronto para
tornar notória a verdade das boas novas aos perdidos. Anelo abrir o cenário
dessa tão grande salvação e mostrar no Salmo 51 os milagres que Deus opera no
homem, tirando-o das profundezas do pecado, a fim de levá-lo aos altos ideais
de um viver que agrada a Deus. E não é exatamente isso o que vemos nesse Salmo?
O que aconteceu? Davi cometera terrível pecado contra Deus: “Contra Ti pequei!”,
pois tomou a esposa de Urias e depois decidiu matar um homem inocente, na
tentativa de encobrir sua culpa. Mas o Salmo 51 aparece para contar como foi
sua confissão; como foi que Davi encarou suas maldades, logo após ter sido
descoberto por meio do profeta Natan. Vemos também que nesse Salmo, Davi começa
sua confissão do fundo do poço, vai elevando as suas petições completamente
desprovido de qualquer hipocrisia.
O que vemos nesse Salmo? Vemos um homem
completamente caído, cheio da humilhação verdadeira e disposto a enfrentar tudo
o que vier, a fim de obter de Deus a restauração desse doce convívio que ele
sempre teve com seu Senhor. Davi não chega perante Deus com motivações ocultas;
não vai ao Senhor pedindo-Lhe a restauração de sua família, nem o reino
vitorioso de volta, nem tampouco a felicidade de ser bem-visto pelos homens.
Davi não estava interessado nessas vaidades. O que Ele realmente queria era seu
Deus; ouvir Sua doce voz de amor; levar-se por Sua sábia e perfeita liderança e
honrá-lo em seu viver e em seu governo. Seu terrível pecado pode não ter sido
notório aos olhos do povo; talvez pudesse passar sem que fosse descoberto. Mas
para Davi nada disso era importante. Para que ter um reino aqui sem o comando
do Deus do céu? Para Davi não importava as perdas terrenas, nem mesmo as honras
de ser um rei. Seu tesouro era seu Deus; seu amigo era o Senhor e dessas coisas
ele não iria abrir mão.
Também, Davi sabia que ele não
prosperaria sem o Senhor; que a face de amor do Senhor era sua alegria; que ele
queria ser exemplo, modelo de um servo do Senhor enquanto aqui vivesse. Por
essa razão seus pedidos foram impressos de forma inspiradora pelo Espírito
Santo, para assim fazer parte dos Salmos e de toda Bíblia. Assim tenho agora
uma perfeita obra de arte da graça, para assim levar aos meus leitores o
verdadeiro significado de ser piedoso, conforme as Escrituras.
Estamos vivenciando em nossos dias o que
realmente significa afastamento da verdade; estamos vendo hoje o que satanás
faz de estardalhaço com a Palavra de Deus, quando a igreja se afasta da
verdade. Hoje a piedade é da aparência, o sentimentalismo ocupou a razão e Deus
é visto como um ser mais voltado aos homens do que à Sua glória. O poder
transformado do evangelho hoje deu lugar aos métodos modernos que eles usam, a
fim de transformar o homem segundo os moldes do mundo.
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