LUCAS 18:18-23
DESCOBRINDO A FARSA RELIGIOSA: “Sabes
os mandamentos..”
Caro
leitor vemos como nosso Senhor, com Suas penetrantes palavras lançou por terra toda
confiança vã no homem. Naquela Pergunta: “...Por que me chamas bom?...”, nosso Senhor exaltou a soberania de
Deus, mostrando que Dele vem a salvação e que do homem nada pode se esperar.
Noutras palavras eis que nosso Senhor revelou a doutrina da depravação total,
pois só há um que é bom – Deus, então do homem nada pode esperar, a não ser
maldade. Naquele momento aquele moço chegou com sua chave de livre-arbítrio,
com toda decisão e achando que podia abrir as portas do reino e assim entrar.
Ele não chegou como Abel, na disposição para buscar um substituto que pudesse
lhe resgatar. Ele chegou como Caim, brandindo a espada da soberba perante o
Senhor.
Eis
que o Senhor não parou ali. Nosso Senhor prosseguiu para pegar-lhe em suas
próprias palavras. Aquele moço ignorava o fato que perante ele estava o grande
EU SOU. Aquele que confrontou homens como Moisés, Abraão, Davi, Josué e muitos
outros estava perante ele. Nosso Senhor quer descobrir seu coração; quer
mostrar o que estava oculto, que ninguém sabia, nem os mais poderosos líderes
religiosos. Nosso Senhor invade o território oculto – o da alma, a fim de
mostrar toda farsa religiosa, como por fora ele estava encobrindo suas maldades
ocultas. Era um iníquo, disfarçado de religioso; era um idólatra querendo
passar por piedoso; era um herdeiro do inferno querendo sentir-se digno do céu;
era um perverso querendo exibir traços da justiça da lei.
O
que nosso Senhor faz? Cristo não pergunta, mas faz afirmações. Nosso modo de
investigar as almas é por meio de interrogações como: “Você já leu a bíblia? Você
frequentou alguma igreja?”, etc. Nós fazemos isso devido nossa limitação,
porque não conhecemos as pessoas. Mas não é assim com o Senhor. Ele mesmo como
homem era Deus, por isso conhecia os segredos do coração; Ele jamais era
enganado, porque conhecia bem a natureza corrompida e rebelde do homem. Muitas
vezes “jogava verde para colher maduro”, por assim dizer, mas tinha em vista
expor a realidade do coração daquele que estava sendo abordado.
Então,
no caso daquele homem rico nosso Senhor mostra o quanto Ele o conhecia; que ele
foi educado na religião judaica e que seus pais lhe ensinaram tudo sobre a lei
de Moisés, mas que ele sabia da lei apenas aquilo que relacionava ao viver social.
Nosso Senhor fala do conhecimento que Ele tinha da lei, mas somente aquelas
leis relacionadas aos homens. Consideremos bem como as palavras do Senhor:
1. Aparentava pureza sexual: “Não
adulterarás”. Parecia que ele era um homem de família; que era esposo
de uma só mulher e que levava isso a sério. Até parecia melhor que muitos
homens de Deus que caíram miseravelmente nesse pecado, como Davi, Abraão e
outros. Não é o caso deste homem. Ele podia dizer orgulhosamente que era um
cristão e que era irrepreensível neste aspecto.
2. Aparentava ausência de ódio e vingança:
“não
matarás”. Parece que jamais usou sua mão nem qualquer instrumento para
ferir seu semelhante. Parece que sempre foi pacífico no viver, que não tinha
inimigos e que todos podiam falar bem dele.
3. Aparentava ausência de inveja: Não
furtarás”. Normalmente esse pecado revela um coração invejoso e
cobiçoso de torpe ganância. Ele era um homem rico e parece que suas riquezas
foram adquiridas com trabalho, ou mesmo devido a alguma herança recebida de
seus pais.
4. Aparentava ausência de conflito social: “Não dirás falso testemunho”. Parecia
ser um homem sério; que procurava sempre falar bem dos outros; que não tinha
inimigos e que buscava sempre o bem de seus semelhantes. Era um homem assim,
aliás de grande proveito para a sociedade. Ele era um homem que toda sociedade
precisa, homens religiosos e de confiança moral.
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