LUCAS 18:18-23
DESCOBRINDO
SEU ÍDOLO OCULTO: “...vai, vende o que tens...”
Caro
leitor estamos chegando à parte final no exame desse episódio impressionante.
Nosso sábio Senhor em Suas palavras foi deixando o lado externo do viver, a fim
de entrar onde somente Deus pode entrar – no coração. Ele o faz de forma bem
direta, pois após ouvir daquele homem suas palavras de alguém religioso, Suas
benditas palavras vêm para atravessar a calçada e entrar porta adentro, até no
coração: “Vai, vende o que tens...”.
Até ali ele mostrou o quanto estava próximo da porta do paraíso; o quanto pode
ver o local de acesso. Ele estava pertinho do reino, mas sem salvação, enquanto
milhões de homens e mulheres pagãos no mundo estavam tão distantes, sem que
jamais tivesse ouvido acerca dessas maravilhosas notícias de uma tão grande
salvação.
Afinal,
o que nosso Senhor fez? Aquele moço não estava pronto a tomar uma decisão? Não
era para fazer apenas um apelo ao seu livre-arbítrio? Não era para simplesmente
declarar que era Ele, que tinha vindo ao mundo para buscar e salvar? Por que
não levar aquela alma a tomar uma decisão de salvação? Depois da decisão, aos
poucos certamente ele haveria de abandonar seu amor ao dinheiro. Afinal, ele
tinha recursos até mesmo para sustentar os discípulos do Senhor na caminhada
para Jerusalém.
Mas
nosso Senhor não fez isso porque Ele conhecia aquele homem no íntimo; conhecia
sua natureza maligna e queria que ele soubesse que o que o mantinha fora do
reino do céu não era absolutamente nada externo. Ele chegou até a sala oculto
da sua alma a fim de mostrar onde estava a raiz do seu problema – o amor à
riqueza. Note bem, caro amigo, não era a riqueza, mas sim o amor à riqueza.
Nosso Senhor sempre tratou desse perigoso e infame ídolo que se oculta no
íntimo. No cap. 6 de Mateus nosso Senhor advertiu Seus discípulos quanto ao
perigoso deus mamon – o deus riqueza. Este é o ídolo mais audacioso e sutil que
existe; essa é a serpente mais perigosa e letal, a qual tem vitimado milhares e
lançado multidões na fornalha eterna.
Note
amigo, que é não é meramente o dinheiro, porque alguém pode ter muito dinheiro,
sem, contudo amar isso. Nosso Senhor está referindo ao ídolo riqueza, porque
engloba tudo aquilo que representa o mundo inteiro em termos de fama, louvores,
grandeza, força, segurança aqui e prazeres. Era esse o ídolo que se ocultava no
íntimo de Judas; por fora ninguém percebia, porque a pessoa se oculta numa capa
de piedade, religiosidade, humildade e disposição de trabalhar. Certamente é o
dinheiro que impulsiona melhor a conquista da riqueza mundana.
Digo
mais, que é impossível alguém ser crente e ainda amar a riqueza. Esse amor
pernicioso torna a pessoa avarenta, gananciosa e chega ao ponto de ter torpe
ganância. Paulo afirma que alguém que carrega tal ídolo no coração está
associado à grosseiros e hediondos pecados. Também afirma que pessoas
envolvidas no coração com isso não herdarão o reino de Deus (1 Coríntios 6:10).
O nome de Judas já nos é bem conhecido quando estamos lidando com esse assunto.
Mas devemos lembrar sempre o quão sutil e perigoso é essa víbora que veio à luz
quando nascemos.
É
quando satanás mais opera neste mundo com o espírito de engano, superstições e
doutrinas de demônios, que mais vemos surgir elementos amantíssimos das
riquezas. O coração carregado dessa paixão sabe bem como e onde achar,
procurando sempre as melhores ocasiões para dar armar suas arapucas.
Imediatamente os apóstolos detectaram esse perigo em Simão, o mago (Atos 8). Para
esse homem os tantos milagres feitos pelos apóstolos era a chance que tinha
para se tornar ainda mais riquíssimo. A única chance de escapar dessa
iniquidade é pelo poder libertador do sangue de Cristo. Um convertido de
coração confessa esse pecado e quer se ver livre dessa rede do mal.
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