Jonathan Edwards
“...A seu tempo,
quando resvalar o seu pé...” (Deuteronômio 32:35)
A maior
parte daqueles que antes viveram debaixo da dispensação da graça, e que agora
estão mortos, sem dúvida alguma foram para o inferno. E não é por terem sido
menos espertos do que os que ainda estão vivos, nem por terem planejado as
coisas de tal forma que não lhes assegurou o escape. Se pudéssemos falar com
eles, um a um, e perguntar-lhes se, quando vivos, esperavam ser vítimas de
tamanha miséria, sem dúvida ouviríamos todos dizer: “Não, eu nunca pensei em
vir para cá. Eu tinha esquematizado as as coisas de maneira bem diferente.
Pensei que iria conseguir algo melhor para mim, que meu plano era adequado.
Pensei em me precaver melhor, mas tudo aconteceu de maneira tão repentina. Não
esperava por isso naquele época, e nem daquela maneira. Mas tudo veio como um
ladrão. A ira de Deus foi rápida demais para mim. Oh, maldita insensatez! Eu me
gabava, e me deleitava em sonhos vãos quanto ao que faria no futuro. E
justamente quando eu mais falava de paz e segurança, me sobreveio uma súbita
destruição”.
10. Deus não se sujeita a nenhuma obrigação,
nem e nenhuma promessa de manter o homem natural fora do inferno por um momento
sequer. Ele não fez absolutamente nenhuma promessa de vida eterna, ou de
libertação ou de proteção da morte eterna, senão àquelas almas que estão
contidas na aliança da graça – as promessas concedidas em Cristo, no qual todas
as promessas são o Sim e o Amém. Mas obviamente os que não são filhos da
aliança da graça não têm interesse na mesma, pois não creem em nenhuma das Suas
promessas, e nem têm o menor interesse no Mediador dessa aliança.
Portanto, a
pesar de tudo que os homens possam imaginar ou pretender sobre promessas de
salvação, devido suas lutas pessoais e buscas incessantes, deixamos claro e
manifesto que qualquer desses esforços ou orações que se façam em relação à
religião, será inútil. A não ser que creiam em Cristo, o Senhor, de modo nenhum
Deus está obrigado a conservá-los fora da condenação eterna.
Então, os
homens impenitentes estão detidos nas mãos de Deus por cima do abismo do
inferno. Eles merecem o lago de fogo e para esse lugar estão destinados. Deus
Se acha terrivelmente irritado. Seu furor para com eles é tão grande, quanto
para com aqueles que já estão agora sofrendo o suplício da fúria de Sua ira no
inferno. Esses ímpios não fizeram absolutamente nada para abrandar ou diminuir
Sua cólera, portanto o Senhor não está de modo algum preso a qualquer promessa
de livramento, nem por um momento sequer. O diabo espera por eles, o inferno já
escancarou a Sua boca para tragá-los. O fogo latente em seus corações agrava-se
agora querendo explodir. E como continuam sem o menor interesse no Mediador,
não existem meios, ao alcance deles, que lhes possa dar segurança.
Em suma,
eles não têm refúgio e nada onde se segurar. O que os retém a cada instante é a
absoluta boa vontade divina e a clemência sem compromisso, sem obrigação, de um
Deus enraivecido.
(continua)
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