quarta-feira, 20 de agosto de 2014

PODER TRANSFORMADOR DO EVANGELHO



Jesus lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.” João 5:17
        O que nosso Senhor estava querendo dizer nesta declaração tão espantosa para os incrédulos e idólatras judeus? Afinal, eles estavam diante de um homem que parecia ser tão insignificante aos seus olhos. Era alguém fisicamente desprezível “como raiz de uma terra seca” (Isaías 53:2). Era socialmente reconhecido como alguém de família pobre, por isso era assaz desprezado (Isaías 53:3). Mas ali estava alguém plenamente seguro naquilo que falava, porquanto mostrava autoridade. Além de tudo, estava perante eles um homem, cujas obras de bondade e poder mostravam ser alguém que estava acima de qualquer profeta que passou pela história de Israel.
        Tudo começou com a cura daquele homem enfermo. O Senhor utiliza aquele acontecimento em pleno sábado para suscitar um assunto profundo e tão esclarecedor como vemos neste cap. 5 de João. O dia de sábado era a “menina dos olhos” do judeu. Eles estavam prontos até mesmo a matar alguém que violasse propositalmente este dia. Mas o Senhor deu, por assim dizer, um golpe nesse ídolo, atraindo a fúria daqueles homens cegados no coração, incapazes de conhecer a verdade daquilo que Deus revelou em todo ensino do Velho Testamento.
        Sabemos bem que o sétimo dia foi estabelecido como o dia que Deus descansou depois de haver criado todas as coisas nos seis dias, conforme a narrativa de Gênesis 1 Descanso significa o final de uma obra realizada por Deus. Mas vemos em Gênesis 3 que o pecado entrou, trazendo consigo a morte e seus resultados terríveis. Por isso nosso Senhor espanta os judeus com essa declaração: “... Meu trabalha até agora, e eu trabalho também”. O Senhor está querendo dizer que o pecado destruiu a primeira criação, mas agora eis que o Pai e o Filho, agora encarnado, estão a realizar a obra da Nova Criação.
        Mas, o que o Pai e o Filho estão fazendo agora na nova criação? A resposta é logo encontrada nos maravilhosos comentários feitos pelo Senhor aos judeus ao longo de todo cap. 5. No verso 21 fica bem esclarecido: “Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer”. O trabalho de Deus neste mundo é vivificar mortos, e isto é claramente mostrado naqueles que são genuinamente crentes: “Ele vos deu vida, estando vós mortos em vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1).
        Nosso Senhor não veio ao mundo para consertar defuntos. Não é o trabalho do Senhor arrumar pernas, olho, braço, estômago, etc. daqueles que jazem sem a vida que há em Cristo. A tragédia do pecado é que vemos as multidões de mortos indo em direção ao lugar dos mortos. O Senhor Jesus veio para dar vida aos mortos. Ora, ninguém quer um morto para si. Por mais querido que for o morto deve ser sepultado. O Senhor não é Deus de mortos, mas sim de vivos.
        Meu amigo, se ainda não foi salvo do pecado, você tem a vida natural proveniente de um Adão caído. A verdadeira vida, a vida eterna, está no Filho de Deus. Sem esta vida o pecador está morto. A prova evidente que alguém recebeu a vida que há no Filho, é se o pecador crer Nele de todo coração: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas o que permanece rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (João 3:36).

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