“Jesus lhes disse: Meu Pai trabalha até
agora, e eu trabalho também.” João 5:17
O que nosso Senhor estava querendo dizer
nesta declaração tão espantosa para os incrédulos e idólatras judeus? Afinal, eles
estavam diante de um homem que parecia ser tão insignificante aos seus olhos.
Era alguém fisicamente desprezível “como raiz de uma terra seca” (Isaías
53:2). Era socialmente reconhecido como alguém de família pobre, por isso era assaz
desprezado (Isaías 53:3). Mas ali estava alguém plenamente seguro naquilo que
falava, porquanto mostrava autoridade. Além de tudo, estava perante eles um
homem, cujas obras de bondade e poder mostravam ser alguém que estava acima de
qualquer profeta que passou pela história de Israel.
Tudo começou com a cura daquele homem
enfermo. O Senhor utiliza aquele acontecimento em pleno sábado para suscitar um
assunto profundo e tão esclarecedor como vemos neste cap. 5 de João. O dia de
sábado era a “menina dos olhos” do judeu. Eles estavam prontos até mesmo
a matar alguém que violasse propositalmente este dia. Mas o Senhor deu, por
assim dizer, um golpe nesse ídolo, atraindo a fúria daqueles homens cegados no
coração, incapazes de conhecer a verdade daquilo que Deus revelou em todo
ensino do Velho Testamento.
Sabemos bem que o sétimo dia foi
estabelecido como o dia que Deus descansou depois de haver criado todas as
coisas nos seis dias, conforme a narrativa de Gênesis 1 Descanso significa o
final de uma obra realizada por Deus. Mas vemos em Gênesis 3 que o pecado entrou,
trazendo consigo a morte e seus resultados terríveis. Por isso nosso Senhor
espanta os judeus com essa declaração: “... Meu trabalha até agora, e eu
trabalho também”. O Senhor está querendo dizer que o pecado destruiu a
primeira criação, mas agora eis que o Pai e o Filho, agora encarnado, estão a
realizar a obra da Nova Criação.
Mas, o que o Pai e o Filho estão fazendo
agora na nova criação? A resposta é logo encontrada nos maravilhosos
comentários feitos pelo Senhor aos judeus ao longo de todo cap. 5. No verso 21
fica bem esclarecido: “Pois assim como o Pai ressuscita e vivifica
os mortos, assim também o Filho vivifica aqueles a quem quer”. O
trabalho de Deus neste mundo é vivificar mortos, e isto é claramente mostrado
naqueles que são genuinamente crentes: “Ele vos deu vida, estando vós mortos em
vossos delitos e pecados” (Efésios 2:1).
Nosso Senhor não veio ao mundo para
consertar defuntos. Não é o trabalho do Senhor arrumar pernas, olho, braço,
estômago, etc. daqueles que jazem sem a vida que há em Cristo. A tragédia do
pecado é que vemos as multidões de mortos indo em direção ao lugar dos mortos. O
Senhor Jesus veio para dar vida aos mortos. Ora, ninguém quer um morto para si.
Por mais querido que for o morto deve ser sepultado. O Senhor não é Deus de
mortos, mas sim de vivos.
Meu amigo, se ainda não foi salvo do
pecado, você tem a vida natural proveniente de um Adão caído. A verdadeira
vida, a vida eterna, está no Filho de Deus. Sem esta vida o pecador está morto.
A prova evidente que alguém recebeu a vida que há no Filho, é se o pecador crer
Nele de todo coração: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas o que
permanece rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira
de Deus” (João 3:36).
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