“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
A NECESSIDADE DA
SOBERANIA (continuação) “Ninguém pode
vir a mim...”
Prezado leitor, na meditação anterior procurei
ressaltar a necessidade da soberania de Deus na salvação mediante a experiência
vivida pelos verdadeiros crentes; como vivem na dependência da força da graça;
como lutam constantemente contra as fraquezas da carne, do mundo e do diabo;
como batalham em oração, rogos e súplicas perante seu Deus. Certamente, toda
falsificação religiosa desconhece essa fraqueza na carne e a inteira
dependência da graça no viver. Os verdadeiros e genuínos crentes sabem por
experiência que a vida cristã começa com Deus, continua com Deus e terá seu
aperfeiçoamento em Deus (Filipenses 1:6).
Nosso Senhor deixa claro no texto: “Ninguém pode vir a mim...”. Creio que devemos pisar bem o terreno da natureza maligna e
enganosa dos homens, porquanto, conhecendo meu próprio coração sei o quanto o
engano do pecado induz o homem a pensar no íntimo que, inerente ao ser humano há
um poder que o leva a Deus. Nosso Senhor afirma no texto: “Ninguém pode...”. Ele não diz que há alguns que podem, outros não podem. Ora,
nas meditações anteriores ficou bem claro que na condição de mortos há completa
e total impossibilidade da parte de qualquer indivíduo. Caro leitor, a Palavra
de Deus não está tratando de uma decisão por parte do homem para escolher uma
religião ou um modo de vida melhor. O texto refere-se a ir ao Filho de Deus e
tal decisão pertence totalmente a Deus: “...Pois quem por si mesmo ousaria
chegar-se a mim? diz o Senhor” (Jeremias
30:21).
Caro leitor, a natureza carnal e
mundana é demasiadamente inclinada a buscar experiências religiosas. No pecado
os homens estão aptos para fabricar o bezerro de ouro, dançar em volta dele,
cantar-lhe louvores e declarar que aquilo é Jesus. A natureza enganosa gosta de
saltitar, pular e sentir-se entusiasmada com um deus fabricado pelo entusiasmo
do coração. Ah! Como vibra a carne com as mentiras religiosas que pululam em
nossos dias, despidas de santidade, temor e reverência! Isso que parece ser luz
celestial, não passa de faíscas que sobem das brasas infernais, não dando
descanso a carne, mas entretendo-a enquanto os homens caminham em direção ao
abismo. Oh carne enganosa! Como pode agradar Àquele que afirma que: “os que
estão na carne não podem agradar a Deus”?
(Romanos 8:8). Se ainda está morto no pecado, como adorar àquele que requer
adoração no espírito (João 4:24)? Como pode oferecer ao Santo uma adoração
firmada na verdade, se ainda os olhos estão tapados para a compreensão da
glória de Cristo? (2 Coríntios 4:4).
Caro leitor, o evangelho chega para
silenciar lábios altivos, desmascarar sofismas e conduzir pecadores ao lugar
onde os pecadores condenados devem ser achados – no pó. Cristo afirmou que veio
chamar pecadores ao arrependimento (Mateus 9:13). Ó almas marcadas pela
maldição da lei, que vocês sejam acordadas agora, despertadas para conhecer
Aquele que na cruz se tornou maldição em lugar dos perdidos (Gálatas 3:13)! Ó
almas que agora nada sentem dos perigos eternos que lhes cercam; que as
alfinetadas da lei venham fazer com que vocês clamem em busca dessa tão grande
salvação que há no Filho! Deus enviou o Seu Cordeiro ao mundo para salvar
perdidos! Contemplem a cruz pela fé! Contemplem o Justo e Santo, o perfeito
substituto de profanos e rebeldes, o qual sofreu a morte a fim de conduzi-los a
Deus! Podem vocês agora escutar a doce e meiga voz a chamar pecadores? Ele se
manifesta cheio de misericórdia, de ternura e compaixão aos humilhados! Ele é
riquíssimo em misericórdia, por isso se apresenta perante os arrependidos,
carregado de perdão eterno, justiça eterna, santidade eterna e outras maravilhas
que pertencem exclusivamente à vida que há Nele!
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