“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
A NECESSIDADE DA
SOBERANIA (continuação) “Ninguém pode
vir a mim...”
Prezado
leitor é no cap. 5 de João que estamos vendo o dinâmico ensino a respeito do
homem morto em seus pecados. Estou certo que se o leitor atento entender essa
verdade, certamente compreenderá que a salvação do perdido é milagre. Cristo
havia curado aquele enfermo em pleno sábado, o que ocasionou a ira dos judeus,
mas o Senhor afirma no verso 17: “Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho
também”. Os judeus estavam perante o
grande Criador, o grande e glorioso Verbo divino, por meio de quem todas as
coisas vieram à existência: “...sem Ele, nada do que foi feito se fez” (João 1:2). Cristo mostra aos arrogantes e supersticiosos judeus
que Ele veio ao mundo enviado pelo Pai a fim de exibir os feitos da nova
criação; agora o grande Eu Sou, pela graça está destruindo o mais terrível e
trágico efeito do pecado sobre a raça e sobre toda criação – a morte. Veja os
argumentos do Senhor. Na primeira criação os anjos faziam festas, glorificavam
os atos poderosos do Todo Poderoso. Mas agora, na nova criação o Senhor está
exibindo perante os olhos dos homens os tremendos atos resultantes da força da
graça: “...porque
tudo quanto ele faz, o Filho o faz igualmente. Porque o Pai ama ao Filho, e
mostra-lhe tudo o que ele mesmo faz; e maiores obras do que estas lhe mostrará,
para que vos maravilheis” (versos 19,20).
Querido
leitor, que sua alma fique fascinada perante as maravilhas apresentadas nesse
cap.! Vemos nele que a salvação realizada por Deus é um ato realizado
soberanamente pelas duas pessoas da divindade; é algo maravilhoso, inaudito!
Ele chama a atenção dos judeus para essa atividade soberana; Ele afirma que
veio ao mundo para isso, que essa foi a vontade do Pai e que veio cumprir essa
vontade. Focalizemos nossa atenção no verso 25: “Em verdade, em verdade
vos digo que vem a hora, e agora é em que os mortos ouvirão a voz do Filho de
Deus, e os que a ouvirem viverão”.
Eis aí amado leitor, o real significado do evangelho. É ou não é milagre? Pode
o homem participar disso? Pode o homem colaborar com Deus para a salvação de
sua alma? Preste atenção, nosso Senhor não está referindo à Sua atividade
futura como Juiz. A ressurreição final aparece nos versos 26 a 29. A lição que
aparece no verso 25 trata-se daquilo que nosso Senhor está fazendo exatamente
agora neste mundo. O que acontece quando alguém vai a Cristo? O que acontece
quando uma alma volta-se para a verdade bíblica? O que acontece quando um
pecador dá as costas para o mundo e corre em direção ao Salvador bendito? Eis a
resposta: “...os mortos
ouvirão a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão”!
Querido
leitor percebeu o que acontece na salvação? Pode reconhecer que nada tem a ver
o poder de uma igreja? Com o poder de uma oração? Com uma bênção material
recebida? Estamos perante aquilo que somente o poderoso evangelho da glória de
Cristo pode produzir! Mortos podem ouvir? Sim! Quando entra em atividade a
poderosa pregação; quando homens cheios do Espírito Santo proclamam a verdade
que glorifica a Deus; quando homens chamados por Deus ousam publicar como
verdadeiros arautos do céu a mensagem que humilha os pecadores, o que acontece?
Deus entra nesse imenso cemitério onde só vemos homens e mulheres inertes no
pecado, cadáveres espirituais completamente frios, insensíveis para Deus. O
Autor da vida entra ali para conceder vida aos mortos.
Que saibamos caro leitor, que sem a vida que
há no Filho nada, absolutamente nada de valor tem o homem para Deus. É no pó,
no desespero, na angústia, num coração quebrantado que o Filho de Deus aparece
para erguer o homem pela graça! Seus ouvidos agora estão apurados para ouvir o
doce chamado do Senhor?
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