“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o
ressuscitarei no último dia” (João 6:44).
A NECESSIDADE DA
SOBERANIA (continuação) “Ninguém pode
vir a mim...”
Prezado leitor, já vimos como a Palavra
de Deus mostra o firme fundamento da doutrina da depravação total. Obviamente a
verdade revelada tem muito mais a dizer com respeito a esse tema tão
negligenciado em nossos dias. Mas aquilo que pudemos observar até agora em toda
extensão das Escrituras serve para justificar aquilo que nosso Senhor declara
aos atônitos e ignorantes judeus: “Ninguém pode vir a mim...”. Claro, não é um ensino que acha graça aos nossos olhos;
ouvidos jamais estarão apurados para ouvir tal verdade, porquanto a Palavra de
Deus revela nossa triste condição em Adão exatamente como é. A bíblia não passa
perfume em defuntos espirituais; a verdade revelada não adorna o homem natural
com cosméticos religiosos. Somos convocados pela misericórdia a ver nossa
miséria, culpa agora; a Palavra de Deus convoca homens e mulheres à humilhação
enquanto há tempo, antes que a morte eterna chegue e multidões sejam
surpreendidas perante o brado do Juiz: “Nunca vos conheci...”.
Pretendo labutar um pouco mais nesse
assunto para mostrar aos leitores o quanto essa verdade é tão prática. Convido
agora os verdadeiros crentes para que investiguem esse fato em seu próprio
viver. Afirmo categoricamente que é impossível ser um genuíno crente sem que
antes conheça a condição perniciosa do seu coração. Quem jamais conheceu onde
foi que o pecado lhe deixou em Adão, nunca entenderá o desempenho da
misericórdia do Alto. Quem nunca soube na prática a respeito da sua nulidade,
miséria, vergonha e imundície perante Deus, jamais soube o que significa
invocar o Nome do Senhor para ser salvo (Romanos 10:13). A bíblia não põe um
véu sobre a condição vergonhosa dos salvos quando estavam atirados no pecado.
Veja a linguagem tão reveladora: “Ele vos deu vida estando vós mortos...” (Efésios 2:1); “Nos quais andastes outrora, segundo...” (2:2); “Entre os quais também todos nós andamos outrora...” (2:3).
Mas quero convidar o leitor atento a
perscrutar sua própria condição agora. Se você é um genuíno crente, um salvo,
alguém que está plenamente firmado na conquista daquele Justo, que na cruz
ocupou o lugar do injusto, não é verdade aquilo que Paulo fala a respeito dele
mesmo em Romanos 7:24: “Miserável homem que eu sou...!”?
Não é verdade que os crentes conhecem na prática o significado do poder do
pecado em seu corpo mortal? Não é fato comprovado em nosso viver dia após dia
que dependemos totalmente da plena atuação da graça, a fim de viver a vida
cristã que realmente agrada a Deus? Paulo experimentou esse incrível cerco do
pecado em sua vida usando a lança do orgulho, por esse fato Deus o manteve
humilhado, enfermo e assim aquele homem de Deus pode dizer: “...quando sou fraco, então sou forte” (2Coríntios 12:10).
Somente aquele que conheceu o
verdadeiro significado do terror, da escravidão e do domínio do pecado em sua
vida pode entender no dia a dia o que realmente significa viver pela graça,
desejar santidade, submeter-se à liderança do Espírito Santo. Um falso crente
cortejará sempre o caminho do orgulho e vai manter ocupado com seus
entretenimentos religiosos. Vida cristã genuína é vivida por homens e mulheres
que foram chamados da morte para a vida por meio da verdade (Efésios 1:13); os
verdadeiros santos de Deus sabem como viver no meio dos homens perdidos;
conhecem o significado de misericórdia porque sabem onde foram achados em Adão
e agora gloriam somente na cruz (Gálatas 1:14).
Querido leitor, o Deus que é riquíssimo
em misericórdia continua sua plena atuação neste império das trevas, chamando
perdidos. O majestoso, soberano e glorioso Deus tem prazer em inclinar-se para
tomar o homem arrependido para Si. O rosto Dele é de plena aceitação para a
alma humilhada, que anseia a salvação eterna.
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