“Bendize, ó minha alma, ao
Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome. Bendize ó minha alma
ao Senhor e não te esqueças de nenhum de seus benefícios... Quem da cova redime
a tua vida...” (Salmo 103:1, 2,4)
A VIDA DIRECIONADA PELA FÉ TRIUNFANTE: “... e te coroa... de misericórdia...”
Amigo leitor, os
verdadeiros discípulos do Senhor Jesus amam o Salmo 103, por isso estão prontos
a aprender das maravilhas dessa tão grande salvação; seus corações prezam pela
verdade e anelam aprofundar no conhecimento desse ensino que impulsiona a fé a
agir correta e disciplinarmente pelo caminho do temor e da santidade. Quando a
fé genuína toma segue a vereda correta, então o culto é correto, a adoração é
do coração, o salvo ocupa-se o lugar de servo e Deus é o Soberano Senhor em seu
viver.
Já pude tratar bem
superficialmente da forma em que a vida cristã é coroada de graça. A obra da
cruz põe uma coroa de graça na cabeça, indicando grandeza, triunfo e plena
certeza que o salvo está no caminho certo e de que ele é totalmente aceitável
perante Deus. Mas o texto afirma que a coroa é de misericórdia também. Ora,
precisamos constantemente ser lembrados da triste condição em que fomos
achados, justamente para que o orgulho não prevaleça em nosso viver. Enquanto a
graça nos mantém lá em cima, aceitos em Cristo, a misericórdia nos faz lembrar
que fomos tirados da ruína do pecado, do poço da perdição. Noutras palavras, a
misericórdia renova constantemente a lembrança da nossa miséria em Adão: “Não
por obras de justiça praticadas por nós, mas segundo a Sua misericórdia, Ele
nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo” (Tito
3:5).
Parece que apresentei
a misericórdia de um aspecto bem negativo, não é verdade? Mas a misericórdia
aparece junto com a graça. Por quê? A razão óbvia é que a misericórdia
constantemente me aponta a inteira dependência que tenho da graça para meu
viver. Notemos bem o quanto precisamos dessa verdade aparentemente tão
negativa. Falar da graça sem que nossos corações estejam continuamente certos
da nossa miséria, fatalmente aparecerá um positivismo perigoso e todo conceito
da graça será distorcido. Percebamos como os falsos mestres em nossos dias
tomam os ensinos da graça e apresentam às multidões exatamente como corações
mundanos tanto gostam. A mensagem tão apregoada em nossos dias descaracteriza
tremendamente o ensino bíblico da maravilhosa graça, justamente porque não
parte da cruz; as multidões nada sabem de um Deus que é riquíssimo em misericórdia,
que os homens são terrivelmente culpados e amaldiçoados pela lei. Os falsos
mestres malignamente espertos, nem mesmo são unilaterais na mensagem que pregam
ao povo, porque quando falam suavemente sobre a graça, na realidade estão
anulando toda sua glória conforme a verdade bíblica.
Entretanto, no ensino
bíblico Deus nunca deixa de mostrar ao Seu povo que a posição de glória
alcançada foi demonstração da compaixão Dele. Observemos como Deus repete isso
a Israel em Deuteronômio. O povo havia atravessado o deserto numa jornada de
quarenta anos, e agora entraria na terra prometida tendo tudo à disposição,
casas, poços, terras, frutas, etc. A ingratidão natural facilmente aparece para
o mal do povo. Notemos como os apóstolos fazem o mesmo em seus escritos, notificando
aos crentes que foi o amor compassivo de Deus que os achou mortos em seus
pecados, caídos, condenados à sentença de punição eterna.
Ora, por que isso? A
resposta é porque precisamos viver humilhados. A misericórdia revela a nós que
carecemos constantemente da abundante força da graça; que se Deus nos soltar em
nosso orgulho desceremos como bola de ferro morro abaixo em direção aos mais
tristes pecados, como solicita tanto a carne. Deus nos mantém conscientes de
nossa miséria, a fim de que Seus filhos vivam grudados Nele em oração,
confissão, adoração e santidade. Ele pôs em nossa cabeça a coroa de graça e de
misericórdia! Que maravilha!
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