“Bendize,
ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu santo nome”
(Salmo 103:1)
O PERFIL DA FÉ
TRIUNFANTE:
Caro leitor, ainda estamos conhecendo o perfil da fé triunfante no primeiro verso do salmo 103. A glória da
fé que brota num coração convertido é o conhecimento do seu Deus. A fé vislumbra
agora as maravilhas da graça que conquistou seu coração e quer andar
humildemente com Ele, em plena subordinação à graça, em plena dependência da
misericórdia, porque a fé está consciente de que fora da visão da grande
conquista da cruz, o homem não passa verme, arrastado pela correnteza do mal.
Por essa razão é que a fé que brilha no coração salvo comanda a alma dizendo:
“Bendize, ó minha alma, ao Senhor...”.
Avancemos um pouco mais no estudo desse
primeiro verso. Notemos a verdade que revela haver um profundo contraste entre
a fé genuína e essa fé melosa, tão difundida em nossos dias. A fé natural vê o
invisível, porém de uma forma supersticiosa, pautada na lisonja religiosa de um
coração egoísta. Ela não tem um fundamento onde possa se estruturar, por isso
seus argumentos não podem ser documentados pela autoridade da Palavra viva e
infalível. Tal fé não tem onde olhar, seu ser não pode firmar-se absolutamente
em nada, a não ser em si mesma.
A fé triunfante, entretanto, marcha
humilde e submissa sob o comando da verdade revelada, plenamente documentada na
revelação de um Deus que não pode mentir. Agora sim, a alma convertida segue o
caminho do dever, do bom senso. O temor ao Senhor faz o crente buscar a
companhia constante do bom Pastor e aceita prontamente sua liderança. A fé sabe
que o caminho rumo ao céu exige disciplina, coragem e submissão ao comando de
Deus. Notemos que a maneira pela qual Deus conduziu Seu povo pelo deserto
revelou que o povo ímpio e rebelde que ali estava jamais aceitaria tal
liderança: “...ele te
humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que nem tu nem teus
pais conhecíeis; para te dar a entender que o homem não vive só de pão, mas de
tudo o que sai da boca do Senhor, disso vive o homem” (Deuteronômio 8:3). O
genuíno crente aceita prontamente esse caminho de gratidão, de resignação e de
disciplina. Havia um povo rebelde misturado com o povo santo de Deus. Eles
tinham fé? Sim! Era a mesma fé tão badalada de nossos dias! Eles exigiam que
Deus abrisse uma mesa no deserto, dando-lhes tudo o que queriam para a
satisfação da carne.
Amado
leitor, não existe algo mais aterrorizante do que os resultados do pecado no
coração do homem! A vida normal no pecado é uma constante manifestação de
rebelião contra Deus; é ofensa a Ele; é desprezo à sua soberania e afronta à
Sua glória. Não há religião, nem oração, nem qualquer poder aqui que possa
mudar a maldade oculta do coração maligno do pecador impenitente. Não existe
poder no homem capaz de mirar o caminho estreito e seguir a rota da humilhação
e da dependência de Deus. Num coração não transformado não há qualquer
possibilidade de ordenar a alma uma inteira submissão a Deus. Assim como não
podemos esperar que um elefante voe, é impossível para o homem no pecado
submeter-se a Deus e bendizê-lo constantemente.
Na
conversão, entretanto, a mudança acontece! A salvação vem de Deus, porque não é
de quem quer, nem de quem corre, mas de Deus usar de misericórdia (Romanos
9:16). A mensagem do evangelho chega para por o homem em seu devido lugar
perante Deus. Cristo veio chamar pecadores ao arrependimento, porque Deus fala
ao coração da alma arrependida. Cristo convida contritos e quebrantados à Sua
salvação, e a graça faz o homem andar no caminho certo, em direção ao lar
celestial.
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