“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos
pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (Atos 3:19).
Caro leitor é no
arrependimento que se finda a guerra do homem contra Deus. É nesse lugar santo
que o miserável e culpado depõe suas armas e cai perante o Santo Senhor. Mais
do que isso, o arrependimento revoluciona todo viver do homem, porque toda sua
existência é vista pela ótica bíblica. Ele vê que sua história é mui antiga;
ele aceita de bom grado a maneira como Deus verdadeiramente conta sua história
desde a queda no Éden; que ele nasceu em Adão e que desde a sua concepção já era
predisposto a desafiar Deus e mentir contra Ele: “Alienam-se os
ímpios desde a madre; andam errados desde que nasceram, proferindo mentiras” (Salmo 58:3).
É no arrependimento que o
pecador passa a ver a totalidade da sua culpa. Ele vê com profunda tristeza seu
passado, sente sua miséria no presente por saber que está tão inclinado e
disposto a pecar contra Deus e sabe que se não for pela força do Senhor estará
disposto a pecar até à morte. Mais do que isso, a alma arrependida descobre que
viveu sob o engano do pecado; todo fulgurante reino de satanás é descoberto
como um lugar maligno. Ele passa a ver que vivera todo tempo debaixo desse teto
de ilusão, achando que a verdadeira vida estava em curtir o mundo com seus
prazeres e que a morte seria o descanso merecido. O arrependido percebe que as
barreiras do tempo caem por terra e que tudo agora é visto à luz da eternidade.
Seu deus antigo era o deus que havia lhe prendido no tempo, mas agora ele
percebe à luz da verdade, a respeito de Deus que: “...de eternidade a eternidade tu és
Deus” (Salmo 90:2). Noutras palavras o evangelho chegou e mostrou as
cenas de sua vida tão inútil no passado e seu triste destino merecido no
inferno.
Caro leitor, minhas
palavras são tão ínfimas para expor tanta grandeza. Mas, o fato é que as
maravilhas da tão grande salvação não podem ser entendidas nem sondadas, senão
por homens e mulheres que realmente conheceram arrependimento. O tamanho da
salvação cabe bem num coração despertado pela visitação misericordiosa de Deus
e essas verdades vêm para causar verdadeira revolução em seu viver e do lado de
fora trazer espanto ao mundo.
Notemos na vida de Saulo
de Tarso que foram necessários três dias para que aquele homem soubesse de sua
queda, de sua cegueira espiritual, de sua inutilidade e de sua total miséria
perante Aquele a quem tanto perseguia (Atos 9). Ao levantar-se dali, Saulo era
agora uma nova criação que doravante seria rejeitada pelos padrões deste mundo.
Ó caro leitor, quanta
miséria e desgraça o pecado ocasionou nos homens! Quando as mensagens fecham as
portas da depravação total, como os homens poderão saber quem realmente eles
são? Os homens precisam ser abatidos pela poderosa força da verdade; a
fulgurante luz da glória do Salvador precisa brilhar e homens e mulheres
precisam urgentemente saber que eles são culpados e que merecem a punição
eterna, caso contrário, jamais darão qualquer valor ao Salvador e Senhor Jesus.
Como deixar de ordenar que os homens se arrependam? Como? É humilhante? Sim!
Mas, ninguém poderá conhecer o Salvador se não houver humilhação. O Verbo
divino é o Senhor da glória (Tiago 2:1)! O Autor da salvação é Aquele cujos
olhos são como chamas de fogo (Daniel 10).
Mais do que isso, o Senhor
está chamando homens arrependidos, porque é no arrependimento que o vaso é
quebrado. Quando o homem é salvo seu corpo passa a ser o lugar do tesouro. Os
salvos foram chamados para brilhar neste mundo a luz da glória de Cristo (1
Pedro 2:9). Também os salvos foram chamados para a glória eterna. Milhares hoje
acham que vão para o céu porque simplesmente conseguiram escapar do inferno
mediante uma decisão. Mas, o fato é que a salvação gloriosa proclama que os
santos vão ver o Rei da glória e que serão semelhantes a Ele.
Concluo essa meditação com
um dos mais impressionantes e profundos versos da bíblia. Palavras ditas pelo
próprio Senhor: “Todas as coisas me foram entregues por meu
Pai; e ninguém conhece plenamente o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece
plenamente o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar”
(Mateus 11:27).
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