“Como é preciosa, ó Deus, a tua misericórdia!
Por isso os filhos dos homens se acolhem à sombra das tuas asas” “fartam-se da
abundância da tua casa, e da torrente das tuas delícias lhes dás de beber”
(versos 7e 8).
CONHECENDO O GRANDE DEUS. SUA MISERICÓRDIA
(continuação)
Prezado
leitor, a alma feliz, bem-aventurada é aquela que foi visitada pela
misericórdia de Deus. Esse é o pecador que correu para os braços de amor e
encontrou abundância na casa e bebeu das delícias da graça. O mundo perde seu
brilho, perde seu encanto para a alma salva, porque a vida começa na
misericórdia de Deus. Estamos vendo quais são as riquezas eternas dadas ao
pecador pela misericórdia. Obviamente, quando estamos tratando de misericórdia,
toda expectativa da carne se desvanece. O orgulho do pecado faz com que os
homens corram céleres em busca de maiores prazeres carnais, e satanás tem
grandes promessas que enchem os olhos do mundano. Ao tratar de misericórdia,
todo esse brilho desaparece e uma mudança ocorre na alma, porque ela passa a ir
à direção contrária. A inclinação adâmica segue o curso normal da natureza,
porque a lei do pecado, à semelhança da lei da gravidade, o puxa para baixo. O
homem que é atraído pela misericórdia passa a subir; passa a buscar riquezas
eternas; não é mais seu desejo engordar o corpo, mas sim a alma.
Já
pudemos ver a riqueza do perdão e da reconciliação, riquezas apreciadas
pelo coração contrito. Veremos agora outra preciosa jóia celestial que o
pecador encontra em Cristo, é a Justiça
eterna.
É um assunto de inestimável valor, que é achado em toda Escritura, porquanto é
o tema central da mensagem do evangelho. Caro leitor, que seu coração calcule e
avalie o valor dessa maravilha achada na misericórdia que veio do Alto para
visitar o aflito. O que Deus requer do pecador? Justiça! Perfeita justiça! O
que a lei declara em alto e bom som? “Não há justo, nem sequer um!” (Romanos
3:10). A presença do pecado é injustiça e da injustiça brota todo tipo de
perversidade. A injustiça do coração corrompido pelo pecado resulta na
“...escravidão da impureza e da maldade para a maldade...”(Romanos 6:19). Os
homens procuram ser bondosos, educados, religiosos, fraternos, porém não são
justos; foram colocados na balança divina e foram achados em
falta; o prumo divino foi posto em suas vidas e mostraram que
estão tortos. Por essa razão eis o brado da lei: Malditos! Malditos! Cale toda
boca! Todos são culpáveis perante Deus! (Romanos 3:19,20).
Amigo
leitor, podemos nós alçar nossas vozes contra o justo Juiz? Podemos nós
apresentar nossos atos perante aquele cujos olhos são perscrutadores, que
sondam o mais íntimo do coração? Ora, nossos atos mostram que nossa maneira
injusta de viver desmancha tudo aquilo que achamos ser belo e religioso aos
olhos de Deus, porque Deus revela que a origem da maldade está no coração, e é
de lá que procede todo mal. Se o coração é enganoso, como tirar verdade de lá?
Se o coração é corrupto, como tirar qualquer coisa proveitosa de lá?
Que
tristeza ver o triste labutar das multidões enganadas pelos falsos mestres!
Eles farejam seus bens, por isso induzem os homens a mostrar atos de justiça;
eles conclamam os homens a orar mais, a louvar mais, a desafiar mais a Deus!
Entretanto, o evangelho chega para quebrar esses vidros do mal, para por fogo
em toda palha e revelar quem é o pobre pecador perante aquele que é Santo,
Santo, Santo! A ausência da perfeita justiça exigida por Deus revela que em
grande perigo está o pecador. Não entrará no céu, a não ser que lance fora todo
trapo imundo (Isaías 64:6); toda confiança vã nas obras, na religião, no seu
coração enganoso. A alma arrependida pára de confiar em si, agora é alguém
humilhado que clama pela misericórdia. Eis a resposta: “Bem-aventurados os que
têm fome e sede de justiça, porque serão fartos” (Mateus 5:6). Que estas
palavras encontrem corações em busca da verdade salvadora! Que Cristo seja
glorificado na salvação de pecadores!
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