de
George Whitefield (1714-1770)
“E,
quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo.” (Jo
16:8)
Estas palavras contêm parte de uma
grande promessa, que o Bendito Jesus Se agradou fazer aos Seus discípulos
chorosos e pesarosos. O momento aproximava-se, no qual o Filho do Homem ia
primeiro ser elevado na cruz, e depois para o céu. Amigo afável, maravilhoso
amigo afável! Este Sumo Sacerdote tinha sido misericordioso para com os Seus
discípulos durante o tempo do Seu tabernáculo entre eles. Ele teve compaixão
das suas enfermidades, respondeu por eles quando eram assaltados pelos seus
inimigos, e pô-los no caminho correto, quer em princípio quer na prática. Ele
não os chamou, nem os usou como servos, mas como amigos; e revelou-lhes os Seus
segredos de vez em quando. Ele abriu-lhes o seu entendimento, para que eles
pudessem compreender as escrituras; explicou-lhes os mistérios ocultos do reino
de Deus, quando falou com os demais em parábolas: mais ainda, Ele tornou-Se o
servo de todos eles, e até condescendeu em lavar-lhes os pés.
O
pensamento de se separarem de tão querido e amoroso Senhor como este, especialmente
por um longo período, deveria tê-los afetado muito. Quando, em certa ocasião,
Ele tentou estar ausente deles somente por uma noite, é-nos dito, que Ele
estava obrigado a constrangê-los para que O deixassem. Não é para estranhar,
que quando Ele então os informou de que devia ausentar-Se para sempre, e que na
sua ausência os Fariseus os expulsariam das suas sinagogas, e que os
excomungariam; sim, que viria a hora, em que qualquer que os matasse, pensaria
que faria um serviço a Deus (uma profecia, que alguém poderia imaginar,
projetada duma maneira especial para os ministros sofredores da sua geração);
não é de admirar, digo, considerando tudo isto nos diz no versículo 6. A
tristeza encheu os vossos corações: "Porque isso vos tenho dito, o vosso coração
se encheu de tristeza."
A
expressão é muito enfática; os seus corações estavam tão cheios de preocupação,
que estavam prontos para estalar. Portanto, para os reconciliar da sua triste
dispensação, o nosso querido e compassivo Redentor mostrou-lhes a necessidade
em que Se encontrava de os deixar; "Todavia, digo-vos a verdade: que vos
convém que eu vá:’’ Como se Ele lhes tivesse dito, não penseis, meus queridos
discípulos, que eu os deixo com irritação: "não, é para vosso bem, para
vosso benefício que eu vá: porque se eu não for, se Eu não morrer na cruz pelos
vossos pecados, e Me ergue-Se outra vez para vossa justificação, e subisse para
o céu para fazer intercessão, e implorasse os Meus méritos perante o Trono de
Meu Pai; o Consolador, O Espírito Santo, não poderia vir para vós; mas se Eu
for, enviá-lo-ei para vós. E para que ele soubessem o que Ele ia fazer, “Quando
Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo.”
A
pessoa referida nas palavras do versículo, é claramente o Consolador, o
Espírito Santo; e a promessa foi primeiro feita aos apóstolos de nosso Senhor.
Mas, se bem que ela tivesse sido primeiramente feita a eles, e fosse
literalmente e extraordinariamente cumprida no dia de Pentecostes, quando o
Espírito Santo veio como um vento veemente e impetuoso, e também quando
três mil foram compungidos no coração pelo sermão do Pedro; agora, como os
Apóstolos eram os representantes de todo o corpo de crentes, nós devemos
inferir, que esta promessa deve ser vista, como se fosse falada para nós, e
para os nossos filhos, e para tantos como o Senhor nosso Deus chamar.
A minha ideia destas palavras, é
mostrar a maneira como o Espírito Santo geralmente trabalha nos corações
daqueles, os quais através da Sua graça, são feitos vasos de misericórdia, e
transladados do reino da escuridão para o reino do querido Filho de Deus.
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