“As riquezas de nada
aproveitam no dia da ira, mas a justiça livra da morte” (Provérbios 11:4)
A INUTILIDADE DAS
RIQUEZAS.
Por que a palavra de Deus ataca com
tanta impetuosidade o amor às riquezas? A resposta é que elas constituem um
ídolo guardado lá no santuário do coração. Em toda Escritura Deus aponta sua ira
e cólera contra toda e qualquer idolatria. O último verso da primeira carta de
Deus é uma rápida admoestação para que os crentes se guardem desse tão terrível
perigo: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”. É claro que quando há um ídolo
oculto, abrigado no coração de alguém, certamente a confiança daquela pessoa
estará depositada naquela divindade. Quão perigoso isso é! Qualquer ídolo ocupa
o lugar do Senhor; qualquer ídolo sinaliza que é aquele deus que eu confio,
mesmo que por fora eu fale de Deus, cito a bíblia, faço orações, etc. Mas a
verdade é que a minha divindade é aquele que está abrigada no recôndito de
minha alma.
Mas o texto em Provérbios mostra com
clareza que essa divindade pagã nada pode fazer no dia da ira. As riquezas
parecem brandas, amorosas e amigas enquanto afagam o ego no íntimo. Os homens
são assim enquanto a vida parece maravilhosa; quando parece que há firme
alicerce debaixo dos pés; quando não há qualquer sinal de perigo adiante. É
essa a lição que Deus mostra no Salmo 73. Ali vemos como o homem que confia em
sua riqueza sente-se autoconfiante e se arroga que nada de mal há de acontecer
com ele. Por que isso? Porque as riquezas cercam as pessoas dessa atmosfera de
tranquilidade e segurança.
Ora, Belsazar sentia-se assim, porque
para ele nada havia que pudesse lhe arrancar a felicidade e proteção que as
riquezas lhe conferiam. As riquezas impedem que os homens vejam os perigos lá
adiante, e mesmo que um pregador apareça com a mensagem certa de juízo, mesmo
assim essa divindade lhe cerca o coração com a ilusão de que nada de errado vai
acontecer. Mas, voltando ao Salmo 73, vemos que tudo muda quando o homem pisa o
terreno escorregadio: “Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os
fazes cair na destruição” (verso 18). O rei de Israel, Jorão viveu assim, cheio
dessa confiança vã, mesmo sendo repreendido pelo profeta Eliseu (2 Reis 3:13,14).
Mas quando o terreno que pisava se
tornou escorregadio, eis que então tudo desmoronou debaixo de seus pés. Isso
ocorreu quando Deus ordenou que Jeú fosse e executasse juízo contra Jorão.
Notamos bem o medo que se desponta nas palavras de Jorão quando vai ao encontro
de Jeú: “Sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, perguntou: Há paz, Jeú?...” (2 Reis
9:22). Aquele que era seu homem de confiança no exército, agora estava indo em
sua direção para matá-lo por ordem de Deus. Agora a paz dada pelas riquezas é
transformada em terror e assim Jorão corre para salvar sua vida da morte. Naquele
momento a morte estava chegando e Jorão com toda sua casa estava escorregando
diante da fúria visitadora da ira de Deus.
Os homens insensatos e loucos guardam
esse terrível ídolo em seus corações. Muitos não têm qualquer riqueza por fora,
mas seus caminhos comprovam que esse ídolo de ouro está bem oculto no fundo do
coração. Quão charmoso é esse deus mamon! Como enche a vida de promessas e
sonhos! Milhares são movidos pela inveja, pelo interesse de ter o que outros
têm. É por isso que Paulo adverte aos crentes ricos, a fim de que eles não
ponham seus corações nas riquezas. Quantos pastores simplesmente se tornam infiéis
por causa do amor ao dinheiro? Quantos destroem suas vidas, caráter e trazem
desgraças sobre suas famílias, tudo por causa desse ídolo que tem levado
milhões e milhões para a destruição eterna!
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