segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

RIQUEZAS OU JUSTIÇA? (5)


“As riquezas de nada aproveitam no dia da ira, mas a justiça livra da morte” (Provérbios 11:4)
A INUTILIDADE DAS RIQUEZAS.
        Por que a palavra de Deus ataca com tanta impetuosidade o amor às riquezas? A resposta é que elas constituem um ídolo guardado lá no santuário do coração. Em toda Escritura Deus aponta sua ira e cólera contra toda e qualquer idolatria. O último verso da primeira carta de Deus é uma rápida admoestação para que os crentes se guardem desse tão terrível perigo: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”. É claro que quando há um ídolo oculto, abrigado no coração de alguém, certamente a confiança daquela pessoa estará depositada naquela divindade. Quão perigoso isso é! Qualquer ídolo ocupa o lugar do Senhor; qualquer ídolo sinaliza que é aquele deus que eu confio, mesmo que por fora eu fale de Deus, cito a bíblia, faço orações, etc. Mas a verdade é que a minha divindade é aquele que está abrigada no recôndito de minha alma.
        Mas o texto em Provérbios mostra com clareza que essa divindade pagã nada pode fazer no dia da ira. As riquezas parecem brandas, amorosas e amigas enquanto afagam o ego no íntimo. Os homens são assim enquanto a vida parece maravilhosa; quando parece que há firme alicerce debaixo dos pés; quando não há qualquer sinal de perigo adiante. É essa a lição que Deus mostra no Salmo 73. Ali vemos como o homem que confia em sua riqueza sente-se autoconfiante e se arroga que nada de mal há de acontecer com ele. Por que isso? Porque as riquezas cercam as pessoas dessa atmosfera de tranquilidade e segurança.
        Ora, Belsazar sentia-se assim, porque para ele nada havia que pudesse lhe arrancar a felicidade e proteção que as riquezas lhe conferiam. As riquezas impedem que os homens vejam os perigos lá adiante, e mesmo que um pregador apareça com a mensagem certa de juízo, mesmo assim essa divindade lhe cerca o coração com a ilusão de que nada de errado vai acontecer. Mas, voltando ao Salmo 73, vemos que tudo muda quando o homem pisa o terreno escorregadio: “Tu certamente os pões em lugares escorregadios e os fazes cair na destruição” (verso 18). O rei de Israel, Jorão viveu assim, cheio dessa confiança vã, mesmo sendo repreendido pelo profeta Eliseu (2 Reis 3:13,14).
        Mas quando o terreno que pisava se tornou escorregadio, eis que então tudo desmoronou debaixo de seus pés. Isso ocorreu quando Deus ordenou que Jeú fosse e executasse juízo contra Jorão. Notamos bem o medo que se desponta nas palavras de Jorão quando vai ao encontro de Jeú: “Sucedeu que, vendo Jorão a Jeú, perguntou: Há paz, Jeú?...” (2 Reis 9:22). Aquele que era seu homem de confiança no exército, agora estava indo em sua direção para matá-lo por ordem de Deus. Agora a paz dada pelas riquezas é transformada em terror e assim Jorão corre para salvar sua vida da morte. Naquele momento a morte estava chegando e Jorão com toda sua casa estava escorregando diante da fúria visitadora da ira de Deus.
        Os homens insensatos e loucos guardam esse terrível ídolo em seus corações. Muitos não têm qualquer riqueza por fora, mas seus caminhos comprovam que esse ídolo de ouro está bem oculto no fundo do coração. Quão charmoso é esse deus mamon! Como enche a vida de promessas e sonhos! Milhares são movidos pela inveja, pelo interesse de ter o que outros têm. É por isso que Paulo adverte aos crentes ricos, a fim de que eles não ponham seus corações nas riquezas. Quantos pastores simplesmente se tornam infiéis por causa do amor ao dinheiro? Quantos destroem suas vidas, caráter e trazem desgraças sobre suas famílias, tudo por causa desse ídolo que tem levado milhões e milhões para a destruição eterna!


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