Cantares 8:6 “...porque o amor é forte como a morte...”.
A FORÇA DO AMOR DE
CRISTO.
Continuo, mostrando o fato que a força
da morte declara nossa insignificância e miséria. Ela revela o fato que o
pecado nos despojou de todo bem, da razão, de defesa pessoal e banidos de
qualquer recurso terreno. É assim que a morte opera, e quando sua presença
chega para nos tomar, eis que tudo escurece, trazendo pavor, desespero e
mostrando o quanto os homens são pobres, miseráveis e sem qualquer poder de
livramento. Mas a força do amor de Cristo declara sua graça e misericórdia por
elementos abomináveis. O poder do amor de Cristo invade o próprio terreno da
morte para destruir sua força, arrancar seus grilhões e anular seus efeitos tão
desastrosos e eternos.
A força da morte, finalmente resulta em
empurrar as almas para o inferno, porque esse é o objetivo final. Que triste e
deprimente consequência! Homens e mulheres feitos coroas da criação; feitos
para glorificar a Deus e participar da santa comunhão com o criador, agora são
tratados como lixos, escórias da criação, porque o resumo da sua existência
terrena é miséria eterna. Não é tão triste isso? O resultado de toda essa
alegria, paixão, riquezas, fama, conquistas e glórias terrenas é cair nos
braços da tirana morte, a fim de ser jogado aos dentes do inferno de fogo. Que
resultado inútil! Quanto esforço gasto para o fogo! Quanta insensatez e loucura
dos homens, que nem mesmo a história e as tragédias podem despertá-los dessa
condição!
Mas o amor de Cristo toma pobres mortais
e com grande poder os arranca do domínio da morte, a fim de dá-lhes vida, para
levá-las para a glória eterna. Veja a real diferença, porque a força da morte
opera para empurrar os homens para baixo, enquanto a força do amor de Cristo
impulsiona para cima. A força da morte é levar as almas para a morte eterna,
enquanto a força de Cristo é levá-las para a vida eterna. Sendo assim, quão
ignóbil é a força da morte! Ela foi atirada ao desprezo, porque seu aparente
triunfo transformou-se em completa derrota, porquanto foi aniquilada pela força
do amor de Cristo. Nessa arena bendita Cristo arrancou todo vigor da morte;
Cristo arrancou de suas mãos sua adaga mortal e a lançou ao desprezo, porquanto
homens salvos podem desafiá-la, sem que ela nada pode fazer em seu anseio
final.
E finalmente, eis que a morte vê que as
portas do inferno estão fechadas para milhares para que, aqueles por quem
Cristo morreu jamais caiam no lugar de desespero eterno. A morte pode manter
seus fregueses atentos e vigorosos neste mundo; ela pode mantê-los mais gordos
e nédios no pecado, sem qualquer temor e desespero. Mas são milhares que agora
encaram com coragem a força da morte, e ela bate em retirada, porque não tem
poder contra a vida. Ela estava sim ali na fornalha ardente de Nabucodonosor,
mas foi pela fé que aqueles homens fizeram com que o calor fosse transformado
num ambiente agradável, na companhia daquele que pode apagar as chamas. A morte
estava presente nos dentes dos ferozes e famintos leões perante Daniel, mas eis
que ela foi imobilizada pela ordem do Senhor. Quantos aos inimigos que atirados
ali no lugar do inocente Daniel, ela manifestou quão furiosa e faminta estava
para destruir todos os indefensáveis desafiadores de Deus.
Então, os santos reunidos proclamam a
derrota fatal da morte; proclamam que ela foi vencida para sempre no triunfo de
Cristo na cruz e na ressurreição. Que grande ventura para os salvos! Hinos de
louvores e motivos de grande bem-aventurança brotam dos lábios do povo remido.
Eles cantam e contam a história da redenção com todo prazer! Eles anunciam a
tão grande salvação em Cristo e afirmam que estão livres para sempre da poderosa
morte! Eles afirmam que pela graça caminham em direção aos portais da Nova
Jerusalém e que ali estarão para sempre longe da pavorosa morte.
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