Salmo
126
UM TESTEMUNHO GERAL
(versos 1-3).
Voltando ao texto, examinemos de perto o
que o Espírito de Deus transmite a nós, seu povo. Aparece imediatamente um
testemunho geral, contado pelo povo de Deus, e é nessa linguagem que veremos
como a vida dos santos de Deus é traçada de impressionantes contrastes. E são
essas coisas que fazem do cristianismo um povo que é incapaz de ser
compreendido pela mentalidade natural, conforme vemos na pergunta feita em
Cantares: “Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a luz,
brilhante como o sol, terrível como um exército com bandeiras” (6:10).
Tal testemunho é contado pelo povo de
Deus: “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha”. O
texto deve chamar nossa atenção para o termo “Sião”. Sião a cidade de Davi em
Jerusalém, mas vemos mais tarde que o termo é passado para referir ao povo de
Deus e representando a cidade celestial, assim como entendemos o termo “igreja”
no Novo Testamento. Então, quando o povo de Deus fala no Velho Testamento, esse
povo é denominado de “Sião”. Tomemos esse Salmo para nosso viver neste mundo,
porque da mesma maneira que Deus agiu com Israel, trazendo o povo de volta do
exílio, a fim de habitar em Jerusalém, assim também o povo de Deus tem agora
uma história para ser contada. A história dos santos do Velho Testamento é a
mesma história que os crentes agora tem para testemunhar, conforme vemos nesse
impressionante Salmo.
O que os salvos têm para contar? Eles
têm a mais linda história, jamais reconhecida por este mundo, tudo porque foram
salvos um dia. Eles vão abrir suas bocas e narrar esse testemunho, para que o
mundo saiba o que Deus fez por eles, quando tudo parecia ser motivo de
desespero, num mundo tão ressequido pelo pecado. A nossa aventura por este
mundo era desesperadora, porque não havia em nós qualquer esperança aqui.
Estávamos presos no pecado; éramos escravos à serviço de satanás e dia a dia
víamos que tudo era sombrio e marcado por dura servidão, esperando a morte e
destruição eterna chegar a qualquer momento.
O que temos a contar? Contamos sim que
fomos visitados pela luz brilhante da misericórdia do alto, porque o Senhor
veio em busca de nós, pobres e miseráveis pecadores. Contamos que não somente
ele nos salvou como também se tornou nosso Deus, que veio para ser nosso pastor
que se dispôs ser nosso guia até à morte; que veio para estar ao nosso lado,
ser nosso líder fiel e ensinar o caminho pelo qual devemos nós andar aqui. Que
veio para provar sua bondade, ternura, mansidão provisão diária; para mostrar
que é ele mesmo quem cuida de nós e não as forças perversas que controlam este
mundo.
Ora, como o homem do mundo há de contar
uma história dessa? Para ele tudo isso não passa de engano e de superstição. Os
mundanos são devorados pela sua ignorância, porque desconhece a palavra de
Deus; eles nem cogitam acerca dessas verdades eternas conferidas pelo povo
salvo. Eles creem em seus ídolos, porque os falsos deuses nada têm de teologia
nem de Escritura. Eles querem seus ídolos porque tais ídolos refletem o que
eles são no coração; que eles confiam neles mesmos e buscam a glória e honra
para si. Mas os crentes são diferentes, porque a fé deles está firmada na
verdade e não em noções erradas de divindades. Os crentes têm sua fé firmada na
base sólida das Escrituras sagradas. A fé dos mundanos sai de corações ocos,
nada pode explicar acerca de sua origem e corre em busca de sucesso aqui.
Mas, quão diferente é o testemunho do povo
de Deus! Eles falam com humildade, confissão e com firmeza acerca do seu Deus,
dando a ele glórias, honras e louvores àquele que lhes salvou para sempre.
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