segunda-feira, 25 de julho de 2016

OS CONTRASTES DA VIDA CRISTÃ (2)



                             
                                               Salmo 126
UM TESTEMUNHO GERAL (versos 1-3).
        Voltando ao texto, examinemos de perto o que o Espírito de Deus transmite a nós, seu povo. Aparece imediatamente um testemunho geral, contado pelo povo de Deus, e é nessa linguagem que veremos como a vida dos santos de Deus é traçada de impressionantes contrastes. E são essas coisas que fazem do cristianismo um povo que é incapaz de ser compreendido pela mentalidade natural, conforme vemos na pergunta feita em Cantares: “Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a luz, brilhante como o sol, terrível como um exército com bandeiras” (6:10).
        Tal testemunho é contado pelo povo de Deus: “Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha”. O texto deve chamar nossa atenção para o termo “Sião”. Sião a cidade de Davi em Jerusalém, mas vemos mais tarde que o termo é passado para referir ao povo de Deus e representando a cidade celestial, assim como entendemos o termo “igreja” no Novo Testamento. Então, quando o povo de Deus fala no Velho Testamento, esse povo é denominado de “Sião”. Tomemos esse Salmo para nosso viver neste mundo, porque da mesma maneira que Deus agiu com Israel, trazendo o povo de volta do exílio, a fim de habitar em Jerusalém, assim também o povo de Deus tem agora uma história para ser contada. A história dos santos do Velho Testamento é a mesma história que os crentes agora tem para testemunhar, conforme vemos nesse impressionante Salmo.
        O que os salvos têm para contar? Eles têm a mais linda história, jamais reconhecida por este mundo, tudo porque foram salvos um dia. Eles vão abrir suas bocas e narrar esse testemunho, para que o mundo saiba o que Deus fez por eles, quando tudo parecia ser motivo de desespero, num mundo tão ressequido pelo pecado. A nossa aventura por este mundo era desesperadora, porque não havia em nós qualquer esperança aqui. Estávamos presos no pecado; éramos escravos à serviço de satanás e dia a dia víamos que tudo era sombrio e marcado por dura servidão, esperando a morte e destruição eterna chegar a qualquer momento.
        O que temos a contar? Contamos sim que fomos visitados pela luz brilhante da misericórdia do alto, porque o Senhor veio em busca de nós, pobres e miseráveis pecadores. Contamos que não somente ele nos salvou como também se tornou nosso Deus, que veio para ser nosso pastor que se dispôs ser nosso guia até à morte; que veio para estar ao nosso lado, ser nosso líder fiel e ensinar o caminho pelo qual devemos nós andar aqui. Que veio para provar sua bondade, ternura, mansidão provisão diária; para mostrar que é ele mesmo quem cuida de nós e não as forças perversas que controlam este mundo.
        Ora, como o homem do mundo há de contar uma história dessa? Para ele tudo isso não passa de engano e de superstição. Os mundanos são devorados pela sua ignorância, porque desconhece a palavra de Deus; eles nem cogitam acerca dessas verdades eternas conferidas pelo povo salvo. Eles creem em seus ídolos, porque os falsos deuses nada têm de teologia nem de Escritura. Eles querem seus ídolos porque tais ídolos refletem o que eles são no coração; que eles confiam neles mesmos e buscam a glória e honra para si. Mas os crentes são diferentes, porque a fé deles está firmada na verdade e não em noções erradas de divindades. Os crentes têm sua fé firmada na base sólida das Escrituras sagradas. A fé dos mundanos sai de corações ocos, nada pode explicar acerca de sua origem e corre em busca de sucesso aqui.
        Mas, quão diferente é o testemunho do povo de Deus! Eles falam com humildade, confissão e com firmeza acerca do seu Deus, dando a ele glórias, honras e louvores àquele que lhes salvou para sempre.

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