Josué
2
A SEGURANÇA DA FÉ. “O
fio de escarlata” (versos 17-21)
A mensagem do evangelho perpassa toda Escritura e é
exatamente essa mensagem imutável que deve chamar nossa atenção. Nunca Deus
mudou, nem há de mudar a verdade acerca da redenção pelo sangue. Do nosso ponto
de vista Raabe poderia ser aceita apenas pelos atos praticados por ela, pela
sua disposição de guardar os espias, de ficar do lado do povo de Israel e pelo
seu temor ao Deus vivo, demonstrado em sua confissão. Mas, se fosse exigido
isso, então Raabe se gloriaria em suas obras. O fato é que sua fé seria apenas
daqui e obra da carne. Mas não estamos vendo uma história contada do ponto de
vista humano, político ou social. A história de Israel não é contada por
homens, mas por Deus, e do lado dos homens é a fé que prevalece em entender e
aceitar o caminho de Deus e não o caminho dos homens; a mente de Deus e não a
mentalidade arrogante e impura dos homens.
Sempre Deus agiu assim. Não podemos deixar de lado a vida de
Cornélio (Atos 10). Tudo indicava que era um homem que seria aceito por suas
obras, mas tais obras eram apenas o caminho que a fé verdadeira chega até onde
Deus chama – a redenção pelo sangue do
Cordeiro. Nem Cornélio, nem Raabe poderiam ser aceitos na família de Deus se
não fosse mediante a presença do sangue que cobre a culpa e remove a sujeira do
pecado. A fé não descansa em suas obras, mas sim na suprema conquista do Filho;
a fé utiliza as obras apenas como degraus para achegar até à Rocha firme da redenção.
A paz da fé verdadeira não está em si mesma, mas sim em mirar o Filho de Deus,
o qual é contado como o autor e consumador dessa fé. A fé falsa, que vem do
homem se tranquiliza em si mesma e busca paz em seu próprio coração. Por essa
razão eis que muitos se escondem na sua fé, mas quando são descobertos, eis que
a aflição envolve toda sua vida.
O que temos a seguir na história dessa mulher que se tornou
participante dos heróis de Deus neste mundo marca com firmeza o quanto a
Palavra de Deus é uniforme em toda sua mensagem. O que os espias fizeram revela
que estavam sob a direção do Espírito Santo, caso contrário tudo seria feito na
forma humana. Mas pela graça tudo ocorreu segundo os planos eternos e não
segundo a mediocridade dos pensamentos e intenções dos homens. Ali estava
perante aqueles dois jovens espias uma das eleitas de Deus, a qual seria
alcançada pela misericórdia do Senhor e que estaria livre da ira de Deus
simbolicamente mediante o sangue do Cordeiro.
Qual foi a providência da graça? Era para Raabe se acolher
em sua casa construída sobre o largo e forte muro de Jericó. Vemos aí a
provisão de Deus para que Raabe morasse ali e agora ela e sua família precisava
se acolher dentro daquela casa. O que havia de segurança naquela casa? Nada! Os
muros seriam derrubados pelo poder do braço forte do Senhor, então era
inevitável a queda daquela casa. Quem pode escapar quando Deus na sua fúria
visita uma cidade fortificada? Há algum poder contra Deus? Não seria loucura
mandar que ela corresse e se acolhesse naquele lugar tão desprotegido? Não
seria melhor que Raabe saísse de lá e buscasse refúgio dentro da cidade? Do nosso
ponto de vista sim. Mas não estamos lidando com os pensamentos dos homens, mas
sim de Deus. Todos os acontecimentos viriam por milagre e não por forças
militantes dos homens.
Entretanto, o lugar de segurança para Raabe não era sua
casa, nem tampouco o muro, mas sim o fio de escarlata que ela deveria por do
lado de fora. O que? Se ela quisesse ser salva da ira de Deus ela precisava
aceitar aquilo que a mente humana não pode entender, nem receber. Que magnífica
lição da preciosa graça de Deus operando em todos os tempos e em todos os
lugares!
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