“Então
dirá: Onde estão seus deuses? E a rocha em quem confiavam? Deuses que comiam a
gordura de seus sacrifícios e bebiam o vinho de suas libações? Levantem-se e
eles vos ajudem, para que haja esconderijo para vós outros” (Deuteronômio
32:37-38).
A
CONFIANÇA PODE ESTAR DEPOSITADA NAQUILO QUE PODE LEVAR À SUPERSTIÇÃO.
Por incrível que pareça, a bíblia também
pode servir de inspiração para a falsa fé. É claro que cremos no poder
santificador e vivificador da palavra inspirada, mas por outro lado sabemos que
a vil incredulidade pode se agarrar num livro e sentir-se confiante que tudo
está bem. Temos exemplos vívidos dessa confiança inútil, pois podemos lembrar
bem de que nos dias do Senhor aqui na terra, Ele mesmo contemplou o povo judeu
apegado às Escrituras do Velho Testamento. Mas aquela multidão segurava os
rolos do antigo Testamento como fonte de inspiração para sua prática religiosa
sem qualquer base na verdade. Nosso Senhor disse que eles examinavam as
Escrituras sim, mas porque acreditavam serem possuidores da vida eterna.
Em tudo aquele povo era religioso e
apegado ferrenhamente aos costumes da lei; a fé deles era terrena e sempre
estava apegada a homens como Abraão ou Moisés; eles nada viam da necessidade de
um mediador celestial porquanto eram idólatras sem terem qualquer noção dessa
idolatria. Em tudo o Velho Testamento inteiro é uma exposição antecipada do
Filho de Deus que viria ao mundo para salvar pecadores. Mas a cegueira
espiritual impedia que eles contemplassem essa glória do Cordeiro de Deus.
Eu sei o quanto a incredulidade vil pode
se apegar ao Livro de Deus, mas não como a fonte real do conhecimento da tão
grande salvação em Cristo. O livro de Deus pode servir de apoio para crendices
e superstições, porque a incredulidade nunca se separa de suas loucuras. A
incredulidade apega-se à bíblia porque costuma ver luzes brilhando apenas
naquilo que lhe interessa. Homens e mulheres em nossos dias se amarram aos
versos bíblicos que supostamente apoiam aquilo que é positivo; eles veem Deus
como um Deus de onde emanam bênçãos materiais, e que sua presença afasta maus
olhados e tira todo mal do ambiente. Nada a incredulidade vil se interessa em
saber o quanto a palavra de Deus aponta um Deus que julga e pune com justiça o
perverso e que há afirma há condenação para os perversos e amantes deste mundo
vil.
Encaremos de perto o serviço feito pelos
falsos pastores, porque eles não se afastam da bíblia. Eles sobem aos seus
púlpitos com a bíblia na mão, porque sabem bem o quanto o povo cego é levado
pela sua cegueira, e não percebe que tais elementos vis, cheios de torpe
ganância utilizam a bíblia como um calmante para suas almas iludidas. Muitos
podem partir para o inferno segurando uma bíblia; muitos pensam que há
livramento do mal só porque possuem uma bíblia e muitos acreditam que o citar
versos, o nome de Deus e o pensar positivamente em Deus pode despachar os
perigos para longe. Ó quanto perigo envolve tais almas! Há completa diferença
entre a letra e o espírito. Sem o poder do Espírito de Deus eis que homens e
mulheres podem ficar pelo resto da vida aprisionado às letras, sem, contudo ver
a verdade. O propósito de toda bíblia é mostrar aos pecadores o tão grande e
eterno livramento que há no Salvador e Senhor. A bíblia inteira anuncia as boas
novas do céu aos homens, de que Deus enviou seu Filho para tirar pecadores da
condenação.
O cego nada pode discernir; o cego nada
vê de tesouros nas sagradas letras. Quando Deus abre os olhos do homem eis que
tudo muda e assim ele passa a conhecer a verdade. Saulo era um cego tendo a
bíblia aberta perante seus olhos. Estava perante as joias e pérolas eternas,
sem, contudo vê-las. Até que a graça preciosa abriu-lhe os olhos do coração e
assim ele pode ver e encher sua alma de tanto gozo e alegria, que para ele
Cristo passou a ser toda motivação de viver aqui e de morrer, a fim de
encontrá-lo lá no céu.
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