“Mas todos nós somos como o imundo e todas as nossas justiças como trapo
da imundície; todos nós murchamos como a folha e as nossas iniquidades como um
vento nos arrebatam” (Isaías 64:6)
CONHECENDO AS BÊNÇÃOS
DA MISERICÓRDIA
É
claro que os homens por natureza jamais compreenderão sua condição tal vil e
seu estado de imundície, a não ser que Deus intervenha e lhes mostre. Foi essa
a confissão daquele que por milagre de Deus obteve sua visão: “...eu era cego e
agora vejo” (João 9:25). Todos os crentes sinceros têm essa confissão em seus
lábios, porque agora realmente veem de onde foram tirados e em que miséria estavam
no pecado. Devido o fato que ainda estão habitando em seus corpos de humilhação,
eis que os crentes mantêm humilhados, em oração e na santa dependência de Deus
para viverem nesta santa peregrinação.
Também, nosso Senhor, o próprio Filho de
Deus experimentou nossa ruína quando aqui veio e se encarnou para se tornar
nosso Salvador. Sua decisão na eternidade custaria sim essa profunda e
inexplicável humilhação, conforme vemos na linguagem inspirada de Paulo em
Filipenses 2:6: “Pois Ele subsistindo em forma de Deus, não julgou com
usurpação ser igual a Deus”. Foi tão profunda essa jornada humilhante do
Senhor, que não havia possibilidade de se humilhar além daquilo que Ele
ousadamente enfrentou. No Salmo 22 temos a profecia daquele momento angustiante
que o Filho de Deus enfrentou na cruz; palavras que não vemos nos relatos dos 4
evangelhos, mas que revelam a solidão, o terror, o desamparo e o sofrimento
enfrentados pelo Verbo divino que se fez carne e habitou entre nós. O Filho de
Deus declarando que não era um homem, mas sim um verme? (verso 6). Sim!
Tudo isso mostra a nós os seres humanos
o quanto o pecado tende a esconder tudo; tende passar uma lição de mentira;
tenta nos mover na vaidade e fazer sentir que o caminho pelo qual trilhamos é
bonito e cheio de venturas. Homens e mulheres neste mundo nada enxergam, a não
ser mentiras, até que Deus em Sua misericórdia mostre a verdade. Na salvação os
homens conseguem ver o caminho pelo qual trilhou o Salvador; o caminho da cruz
toma um significado incrível e salienta a profundidade do amor do Senhor pelo
Seu povo. Na salvação homens e mulheres são levados à ao fundo do poço do
pecado e eles veem que nada há debaixo de seus pés e que a queda foi realmente
terrível.
Foi o Filho de Deus quem realmente soube
o que é ser homem. O pecado nos eleva à soberba; o pecado torna cada ser humano
um diabo. Nosso Senhor expõe o caminho pelo qual trilhou, o desespero pelo qual
passou, o corpo de humilhação que assumiu e a semelhança do próprio pecado ali
na cruz. Tudo isso para que homens e mulheres vejam que nada valem; que neste
mundo vivem da aparência e que sem a salvação estão perdidos e que merecem de
fato a condenação eterna. Os homens modernos estão cheios de dó de si, porque
os espertalhões “evangélicos” têm enchidos seus corações de mentiras. O
evangelho da salvação saúda os homens, declarando que eles estão perdidos no
pecado, que são filhos do diabo, que servem como escravos neste mundo e que
partem para o desespero eterno.
Não há esperança fora do Salvador
enviado do céu, e devo afirmar que esse Senhor que desceu do céu e veio morrer
em lugar dos perdidos em nada é comparável ao Jesus da nova era. Aquele que
veio sofrer e levar o pecado do povo eleito, de fato desceu à mais profunda
condição de humilhação, mas foi exaltado pelo Pai. Agora é o momento para que
homens e mulheres tremam diante dessa santa mensagem. Agora é o momento para
que homens e mulheres saibam que não há qualquer esperança fora Dele; que
chorem, que clamem e sintam seus corações atribulados. Quando isso ocorre, eis
que o Salvador se manifesta para trazer a todos uma tão grande salvação.
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