Josué
2
A RAZÃO
DE SUA FÉ. “O temor ao Deus vivo” (8-11).
Raabe também soube dos grandes feitos do
Senhor: “Porque temos ouvido que o Senhor secou as águas do mar vermelho...”
(verso 10). A conversão dela não foi motivada por medo de ser morta pelo
exército de Israel. Ela estava carregada na alma de temor e levou a sério o
fato que o Deus de Israel era de fato o Deus todo poderoso. Ela não se apegou à
idolatria nem confiou em seus ídolos vãos. Toda sua religiosidade foi
transformada em farrapo ante a verdade de que Deus reina e julga as nações.
Não é verdade que precisamos disso em
nossos dias? Pouquíssimas são as conversões que resultam do temor ao Senhor;
muitos nem sequer consideram a grandeza de Deus, porque estão em busca de
alívio aqui, de um viver confortável e sentir que estão sendo abençoados com
sua manifestação de fé. A fé moderna não se ergue para agir em temor ao Senhor;
não tem entendimento para meditar no fato que o Deus da bíblia é o majestoso,
sublime e santo. Por esse fato as decisões modernas resultam em mais dureza de
coração do que em vidas arrependidas e dispostas a pagar o preço de negar a si
mesmas e carregar a cruz. A conversão de Raabe ocorreu em plena fornalha da
aflição, no meio da rebelião do seu povo e de uma decisão que poderia causar a
morte dela e de sua família. Mas sua heroica fé ignorou tudo isso por confiar
nos grandes feitos do Deus de Israel e de esperar com certeza sua obra
compassiva em seu favor.
O que vemos em seguida é uma manifesta
aflição por sua culpa: “Ouvindo isso, desmaiou o nosso coração” (verso 11).
Raabe não encobriu sua culpa, não se rebelou contra Deus, não se atirou na
confiança em seus deuses. Pelo contrário, foi clara sua humilhação e naquele
momento de santa confissão era ela vista por Deus como um alvo certo da sua
misericórdia. Ali o culpado confessou sua culpa, a boca foi aberta para
declarar que com justiça seria esmigalhada pela fúria do todo-poderoso, porque
viveu no pecado e na rebelião contra Deus. Ali não era uma guerra política;
Raabe sabia que era o Deus do céu descendo para exercer vingança contra os
povos, para mostrar que a terra era dele e que ele por ser santo odiava as
maldades cometidas por homens e mulheres diariamente, conforme o que Deus mesmo
falou a Israel em Levítico caps. 18 a 20.
Não há dúvidas de que carecemos de
conversões desse tipo em nossos dias. As conversões que fazem tremer este mundo
e que fazem o céu entrar em festa acontecem quando homens e mulheres são
descobertas em sua vileza, obstinação e rebelião contra o Deus da revelação
bíblica. O que vemos hoje é um verdadeiro descaso ao fato de homens e mulheres
pecaram contra Deus. Satanás tem usado as bocas falsas de mensageiros do mal, a
fim de silenciar a culpa do coração, por isso todos estão se sentindo muito
bem; todos estão nessa “santa hibernação” e é perigoso acordá-los. Ora, foi
assim que Jerusalém estava logo após a morte do Senhor e a sua ressurreição.
Que calmaria! Que paz! Que viver tão gostoso! Até que tudo foi abalado com a
chegada do Espírito Santo e o erguimento daqueles homens no poder do Espírito
(Atos 1:8). Até que a notícia abalou toda Jerusalém com o fato de que aquele que
fora crucificado estava vivo, e a multidão percebeu tal verdade quando viu
homens falando o idioma de várias nações ali. O que aconteceu? Era a notícia
que Deus em sua misericórdia usou para mobilizar toda Jerusalém a escutar a
mensagem pregada por Pedro ali. Foi assim que corações foram descobertos e
milhares sentiram seus pecados e se converteram a Cristo.
Deus opera dessa maneira no meio dos
homens, porque todos precisam saber da sua culpa e de que não há esperança para
os homens fora do próprio Deus.
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