“Sabendo
que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados
da vossa vã maneira de viver, a qual por tradição recebestes dos vossos pais.
Mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem
mancha” I Pedro 1:18,19).
AVALIANDO
A NOSSA CONFISSÃO DE FÉ (verso 18)
Caro leitor, ao avaliar nossa confissão
de fé eis que é preciso considerar bem o que a mensagem do evangelho mostra –
Salvação mediante o sangue remidor, somente. Então, o verso 18 vem mexer com
nossa tendência orgulhosa de achar que no íntimo que temos direitos, que
trouxemos conosco o preço da nossa redenção e que de uma forma ou outra pagamos
por isso. Que caminho perigoso e letal! Eu creio que até sinceros crentes podem
cair nessas armadilhas da ingratidão e assim passo a passo vão se afastando do
Senhor e da verdade que nos conduz em contrição e santidade em nosso viver até
a entrada da Nova Jerusalém.
O que Pedro faz? Em linguagem bem
simples e acessível a todos os crentes, o apóstolo procura dissipar todo engano
natural de confiarmos naquilo que é mais caro e mais precioso aqui: “...nem
prata nem ouro...”. Como os homens são iludidos nisso! Achamos que nossos tesouros
terrenos podem comprar o coração Daquele que Ele o dono absoluto da prata e do
ouro; achamos que Deus precisa ficar mais rico; achamos que podemos acrescentar
algo mais a Deus, quando realmente nós mesmos somos pobres, miseráveis, cegos e
nus (Apocalipses 3:17).
Muitos são aqueles que utilizam a graça,
mas como se fosse um tapete mágico que, segundo eles os levará ao céu. No
íntimo eles estão sempre querendo comprar Deus; querem ostentar sua capacidade
com seus dízimos e ofertas e assim vivem como bem querem e nada mostram na vida
que são pessoas transformadas, humildes e que andam com Deus neste mundo. No
tocante a salvação homens e mulheres crentes devem lembrar continuamente que
são mendigos perante Deus, que nada têm, que nada merecem, que tudo aquilo que
aqui ajuntaram nada tem de valor perante a glória da tão grande salvação. O
preço da tão grande salvação deve brilhar perante nossos olhos, porque cintila
aos olhos de Deus. Deus o Pai viu a redenção na cruz e ficou satisfeito. Por
que desejamos satisfazer mais Àquele que já está satisfeito? Por que queremos
pagar por aquilo que já foi perfeitamente pago? Por que queremos cobrir com
cores de ouro e de prata aquilo que foi coberto com o sangue puro e imaculado
do Cordeiro enviado do céu?
Caro leitor, imagine alguém condenado à
morte por um rei, tentando pagar para ser livre! O que nós podemos fazer por
nossas pobres almas? Nós que ofendemos o Rei do Universo, blasfemamos na Sua
face de amor, desprezamos Sua bondade, a fim de seguir a crueldade do diabo.
Nós mesmos que vestimo-nos de nossas culpas e andamos peregrinando neste mundo
à busca de mais sucesso no pecado, querendo roubar a criação de Deus, tomá-la
para nós; nós que andávamos aqui, aos olhos de Deus em pleno trapo de nossa
situação tão imunda e desprezível! Como podemos nós ostentar riquezas? O que
temos aqui? Nada!
Nosso Senhor não veio buscar esses “ricaços”,
mas sim mendigos espirituais. Ele veio evangelizar os pobres, aqueles que de
coração se consideram assim, miseráveis e desprovidos da verdadeira riqueza.
Caro leitor, você que afirma ser crente, porventura se esqueceu disso? Perdeu a
gratidão? Por que não descer agora mesmo dessa condição, antes que o Senhor lhe
faça cair? Olhe agora mesmo para o Redentor, para Aquele que desceu da glória e
foi até aquele lugar de vergonha e dor, a fim de trazer livramento eterno para
nós, pobres almas!
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