“O Senhor disse: Visto que este povo se aproxima de mim e
com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas o seu coração está longe de
mim, e o seu temor para comigo consiste só em mandamentos de homens, que
maquinalmente aprendeu, continuarei a fazer obra maravilhosa no meio deste
povo; sim, obra maravilhosa e um portento; de maneira que a sabedoria dos seus
sábios perecerá, e a prudência dos seus prudentes se esconderá. Ai dos que
escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e as suas próprias obras
fazem às escuras, e dizem: Quem nos conhece? Que perversidade a vossa! Como se
o oleiro fosse igual ao barro, e a obra dissesse do seu artífice: Ele não me
fez; e a coisa feita dissesse do seu oleiro: Ele nada sabe”. ISAÍAS 29:13-16
APARÊNCIA DE ADORAÇÃO: “Pois que este povo se aproxima...”
Caro leitor,
chegou o momento para que juntos investiguemos melhor o texto. Nosso dever é
crescer em discernimento bíblico; é ter uma melhor percepção das coisas e saber
discernir a verdade em tempos de tanto ajuntamento de mentiras religiosas bem
ornamentadas de chavões bíblicos. Veremos primeiramente a aparência de
adoração, o que parece ser verdade, mas como vemos no texto, o próprio Deus
afirma que não passa de ilusão, engano da carne. Então, é nosso dever examinar
se aquilo que aparece nos lábios, nos movimentos físicos são manifestações de
um coração cheio de temor ou não passa de elogios e galanteios espirituais.
Podemos afirmar que não é adoração quando é algo apenas físico.
É claro que
não é adoração quando é algo apenas da aparência. Enquanto os homens são
atraídos pela aparência e pelo louvor da carne, o Deus da Bíblia não vê como
nós vemos, porquanto Ele reconhece a atitude do coração. Noutras palavras, tal
adoração não é em espírito, e quando não é feito pelo homem interior, então
também não será feito em verdade. Não estou julgando que a adoração vista
fisicamente é profanação, porque bem pode que o coração inflamado de amor tem
acendido a chama da aparência. Davi dançava e saltava quando pode trazer a arca
da aliança para o lugar certo, à cidade de Jerusalém. Ele amava o Senhor,
queria tê-Lo perto e sabia que seu reino só seria bem sucedido com a presença
santa do Senhor por meio da arca. Eis aí a razão que impulsionou o rei a agir
como de fato agiu em humildade e temor ao Senhor (2 Samuel 6).
Mas quero
falar aqui sobre as terríveis implicações dessa aproximação meramente física.
Quando não é adoração, é profanação. Não há meio termo. O fogo trazido ao
santuário pelos filhos de Eli era fogo, mas para Deus era estranho porque não
foi tirado do altar, por esse fato aqueles dois jovens foram fulminados
mortalmente pela presença gloriosa do Santo de Israel. Quando não é adoração
verdadeira do coração, quando é algo apenas físico, então, tal adoração é algo
distante, será como um marido que aparece em casa, convive com sua esposa, mas
seu coração está distante dela, porque tem outra mulher. Quando a adoração é
feita assim, ligado apenas à tênue aparência, eis que a pessoa estará apenas
cumprindo uma obrigação e fará isso mecanicamente. Imagine alguém num culto
assim, ele estará presente ali, cantará, vai orar, vai ouvir a mensagem, mas o
fato que não obstante estar presente ali, de fato ele não está, pois seu
coração está longe dali. Então, não é adoração, mas sim profanação.
Ora, se nós,
seres humanos somos sensíveis a isso, o que podemos pensar do grande Deus? O
Deus de amor tendo perante Ele pessoas que não lhe amam, que nem sequer
interesse têm em aprender Dele e de admirá-Lo. Veja o que acontece, pois
pessoas estão apenas movendo suas bocas, mexendo com seus braços e com seus
olhos abertos, mas por dentro tudo está morto, longe do Senhor e aprisionado ao
mundo e aos desejos da carne. O que a aparência pode oferecer a Deus? Nada,
quando não vem do coração.
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