“Porque pela graça sois salvos,
mediante a fé e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não de obras para que
ninguém se glorie” (Efésios 2:8. 9).
A OBRA DA GRAÇA NA SALVAÇÃO: “Porque
pela graça...”
Caro leitor, que alegria enche meu coração por entrar nessas
maravilhas da graça! Os pecadores precisam saber acerca da grandiosa riqueza de
Deus para os mendigos espirituais, e toda essa riqueza foi adquirida por Cristo
na cruz. Todo trabalho de Deus na vida dos perdidos pecadores é pela graça
somente. Nada, absolutamente nada da parte de qualquer pessoa, porque graça é o
poder de Deus em atuação; é a força incrível deu Deus em lidar com o poder da
morte, do pecado, do mundo, do diabo e do inferno.
A graça salvadora mostra o que faz nos santos: “sois
salvos”. O tempo perfeito (na gramática grega) indica que a salvação é
uma obra feita por Deus, a qual jamais será desmanchada. Ora, não divergência
nas Escrituras. Em toda extensão das Sagradas Letras a salvação do perdido
pecador é vista como algo perfeito e eterno, porque foi planejada na eternidade
e conquistada pelo supremo triunfo de Cristo na cruz. O Senhor não veio
proporcionar uma salvação temporária; nunca o Senhor irá desmanchar o que Ele
mesmo fez na graça; nunca, jamais qualquer salvo cairá no inferno, nem faltará
um remido no céu. É fato que tudo o que foi feito na lei foi desmanchado,
porque a lei foi uma aliança que duraria pouco tempo; a lei ficou velha e
caducou, mas a graça é eterna, para todo sempre. Notem a linguagem do Senhor
Jesus em relação à Sua salvação, pois Ele sempre usa a expressão “vida eterna”.
Também, suas promessas ultrapassam esse breve viver daqui e
Ele mesmo desafia tudo e todos para exibir a grandiosidade dessa tão grande
salvação. Ele usa expressões assim: “Jamais hão de perecer” para desafiar o
inferno; “...e eu o ressuscitarei no último dia”, para desafiar a morte;
“...ninguém as arrebatará de minha mão”, para desafiar o diabo e o mundo.
Poderia gastar muito mais tempo aqui para mostrar o quanto os atos da soberana
graça são preciosamente apresentados em toda extensão da Palavra de Deus.
Também, ouçamos os salvos;
vejamos de perto como eles juntamente atribuem glória a Deus na salvação. Nunca
um salvo há de orar e atribuir glórias a si mesmo na salvação. Veja os hinos
preciosos cantados pelos crentes, porquanto os mais belos hinos exaltam a
majestosa salvação pela graça, pois enaltecem o trabalho de Cristo e o descanso
que agora suas almas obtiveram para sempre: “Na redenção, firmado estou”; “Que
segurança, sou de Jesus”; “Eu sou de Jesus, aleluia!” e outros milhares de
hinos antigos, com os quais os santos celebram essa história eterna do amor de
Deus em Cristo.
Outro detalhe nessa tão maravilhosa obra da graça é que a
salvação é igual a todos. Nunca a Palavra de Deus mostra uma salvação mais
abençoada e mais abundante para um grupo especial. Os apóstolos não foram mais
salvos do que os irmãos simples. Eles nunca se elevaram, como se fossem mais
importantes. Pedro, Paulo e João sempre mostram em seus escritos que foram
chamados para serem servos da igreja e que herdeiros da mesma graça com todos
os santos. Não há uma classe especial de remidos; não há um grupo que mais
mereceu, porquanto fez mais. Não! A justiça de Cristo é a mesma para todos e
todos juntos adoramos o Salvador e estaremos lá na glória, a fim de depositar
toda glória perante Aquele que nos amou.
Meu caro leitor, você apreciar essas verdades em seu
coração? Veja bem, que enquanto qualquer pessoa estiver encantada com seus
esforços e atividades, tal pessoa desconhece o real significado da graça
soberana. Enquanto habitar o orgulho religioso e moral no íntimo, o homem
continuará habitando nas trevas e será sempre um ignorante da obra de Deus no
viver. A graça opera em homens e mulheres caídos; opera em pecadores que viram
sua própria miséria e acreditam que eles mesmos diante de Deus são fracassados,
pois não passam de pecadores culpados. Mas é aí que a graça entra para realizar
tão grande obra de salvação eterna.
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