“E acrescentou: Senhor, lembra-te
de mim quando vieres no teu reino” (LUCAS 23:42)
UMA
PETIÇÃO CHEIA DE CONHECIMENTO
Caro leitor estamos presenciando uma
cena do impressionante encontro entre o amor misericordioso do Senhor com a fé
genuína. Tal acontecimento está completamente longe do entendimento deste
mundo, pois enquanto a multidão incrédula gritava em torno da cruz, eis que o
Filho de Deus tem seus olhos de amor fitando a face daquela alma que busca sua
salvação com sincera petição. Vemos no texto como a fé chega seguindo o facho
de luz da graça. Sua petição é carregada de verdadeiro conhecimento; ele tem
consigo tudo o que precisa para abrir a boca e invocar o Nome do Senhor, a fim
de ser salvo. A fé conhece o caminho certo; a graça segue a vereda até o
Salvador.
Caro leitor, notemos bem que Aquele que
sempre fora atirado à busca de um reino terreno melhor neste mundo; que sempre
ambicionara a riqueza mundana; que tinha as mesmas intenções que Judas tinha.
Mas agora tudo é mudado e ele é atraído para as coisas eternas. Meu caro amigo,
pense na natureza corrompida do ser humano, pois nossa natureza terrena é como
a de leão que rejeita o prato de salada e corre em busca da carne. Se não
houver a soberana atividade da graça é completamente impossível para qualquer
ser humano achegar-se a Cristo. Aquele moço teria agido da mesma maneira que
seu colega agiu. Aliás, ambos estavam mancomunados; ambos partilhavam da mesma
rebeldia, ignorância e atrevimento, pois zombavam e escarneciam do Senhor com a
mesma intensidade da multidão.
Mas algo mais é visto na petição
daquele moço. Percebemos que ele recebeu conhecimento da imortalidade do
Senhor Jesus: “quando vieres no teu reino”. Vimos que a verdadeira fé brilhou
em suas palavras, mediante o conhecimento de que aquele que estava ali
pendurado ao seu lado era de fato o Filho de Deus; era o Messias prometido e
não um mero sofredor. Também vimos que sua mostrou ter ele interesses eternos,
pois agora anelava o reino de Deus. Ele havia passado toda sua vida sendo
elevado pela vaidade e pela cobiça de ganhar o mundo e viver despreocupado com
sua alma. Agora o mundo é colocado no pó e seus interesses se voltam para as
riquezas eternas.
Mas a verdade é ainda mais profunda,
porque quando a fé é verdadeira, ela confessa a verdade; a fé quando vem de
Deus ao coração jamais há de transigir-se com qualquer mentira. Aquele moço
encara Jesus como o Autor da vida; ele vê ali mais do que um mero homem, ele
contempla o próprio Deus. Naquele momento a fé confessa que aquele Senhor veio
para vencer a morte; veio para abater esse terrível inimigo e arrancar seus
aguilhões; veio para desfazer o reino da morte e do diabo, a fim de revelar o
reino eterno. Aquele moço sabia tudo o que precisava saber, pois o tal
compreensão foi dado por Aquele que veio nos guiar em toda verdade – o Espírito
Santo (João 14).
Caro leitor, tais fatos não lhe trazem
regozijo? Quando uma alma deseja a sua salvação e libertação dessa terrível
prisão do pecado e da morte, eis que tudo o que ele precisa vem cheio de luz.
Para o pecador que deseja a salvação Cristo é Deus – Homem. Não há outro
salvador! A fé mira o Senhor da glória e desse rosto de amor seu olhar jamais é
desviado. A fé não busca dois ou mais salvadores; a fé é singular. Cristo
conquistou tudo, pois veio para sozinho para destruir as obras do diabo e dar
vida aos pecadores, a fim de levá-los para Seu reino de glória.
Naquele momento a fé daquele moço foi
envolvida pela ressurreição; ali a alegria da vida eterna encheu seu coração da
real esperança; ali o poder da morte simplesmente foi subestimado, porque se
despontou a ressurreição. O Salvador estava ali para morrer, mas para em Sua
morte derrotar a morte! Ali estava o poderoso Senhor que tomaria a mão daquela
pobre alma, a fim de arrancá-la dos interesses terríveis e letais do inferno, a
fim de conduzi-lo para o paraíso!
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