terça-feira, 29 de julho de 2014

NECESSIDADE DE PIEDADE NA VIDA (4)




Feliz o homem constante no temor de Deus; mas o que endurece o coração cairá no mal” Provérbios 28:14
A PIEDADE DEFINIDA: “feliz o homem constante no temor do Senhor...”
               Caro leitor, já pudemos ver que piedade parte de um coração que tem o temor de Deus. Não há qualquer possibilidade de tornar homens e mulheres piedosos, a não ser pela obra transformadora da graça; quando Deus opera em nosso meio o novo nascimento (João 1:13); quando Deus  concede aos homens um novo coração.
               No texto vimos que essa piedade é evidenciada pela fé perseverante: “...constante...”. A mudança no coração faz o homem mostrar que sua fé é algo contínuo. Ele não é um crente hoje e amanhã muda tudo; não é firme agora e logo se torna um mundano; não é aquele tipo que parece estar se convertendo todo domingo, sempre indo à frente para fazer nova consagração a Deus no “altar dos arrependidos”. A verdadeira fé mostra ser constante e perseverante no andar. O homem guiado pela verdade bíblica é firme e zeloso naquilo que crê e mantêm essa disposição contínua de agradar a Deus, não obstante suas fraquezas.
               Outro item aparece, mostrando a piedade no viver daquele que tem o temor de Deus. Haverá triunfo no viver: “Feliz o homem...”. Veja caro leitor, que piedade não parte de um viver amargurado e aprisionado por sistemas legalísticos. A graça não introduz homens e mulheres em certo “desespero espiritual”. Deus não salva o homem, a fim de acorrentá-lo sob a supervisão de homens dominadores. A graça nos chamou à liberdade (Gálatas 5:1), a fim de mostrar ao mundo as maravilhas da salvação em Cristo. O homem piedoso é feliz, porque a piedade brota de um coração livre da lei, do pecado e do domínio deste mundo. Examinemos isso conforme o ensino da Palavra de Deus.
               Primeiro, há uma felicidade em conhecer a Deus. Notemos que em todo caso de verdadeira conversão o resultado é uma alegria que parte do íntimo; há real alegria que parte de um coração que agora habita na luz. A verdade acerca de Deus brilhou em seu coração. Quando não há conhecimento verdadeiro; quando a luz bíblica do evangelho não chega ao coração, muito daquilo que chamam de alegria não passa de euforia carnal, mera emoção momentânea.
               É claro que na conversão genuinamente bíblica, com base na sólida verdade do evangelho há emoção verdadeira, pois é impossível conhecer a verdade e ser salvo, sem envolver o homem por completo: “E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32). O termo usado por “conhecimento” no Novo Testamento, normalmente trata-se de “conhecimento por experiência”. Ora, quando o carcereiro de Filipos (Atos 16), se converteu, houve real alegria na vida dele e na família. Quando aquelas três mil almas se converteram no dia de Pentecoste após a mensagem de Pedro, o resultado foi que eles estavam envolvidos em temor e jubilosa alegria (Atos 2:46).
               Por que isso? Caro leitor, devemos entender que o evangelho bíblico opera no coração, transformando-o. Tudo começa com humilhação; a verdade do evangelho lança a estrutura certa do firme alicerce. Em Atos 2 é dito que ouvindo eles a verdade pregada por Pedro, eles sentiram seus corações conturbados. Quando os homens são humilhados pela verdade é porque Deus está colocando suas vidas sobre o verdadeiro alicerce da fé cristã. É dali que procede a real e genuína alegria.
               Sem o conhecimento por experiência de que foram perdoados, justificados e reconciliados por Deus em Cristo, os homens jamais conhecerão o verdadeiro sentido da vida cristã em inabalável alegria no viver. Primeiro vem a queda, depois o levantamento. Primeiro o reconhecimento de seus pecados, depois a glória de uma tão grande salvação.

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