“Feliz o homem constante no temor de Deus;
mas o que endurece o coração cairá no mal” Provérbios 28:14
A PIEDADE
DEFINIDA: “feliz o homem constante no
temor do Senhor...”
Caro
leitor, já pudemos ver que piedade parte de um coração que tem o temor de Deus.
Não há qualquer possibilidade de tornar homens e mulheres piedosos, a não ser
pela obra transformadora da graça; quando Deus opera em nosso meio o novo
nascimento (João 1:13); quando Deus
concede aos homens um novo coração.
No
texto vimos que essa piedade é evidenciada pela fé perseverante: “...constante...”. A mudança no coração faz
o homem mostrar que sua fé é algo contínuo. Ele não é um crente hoje e amanhã
muda tudo; não é firme agora e logo se torna um mundano; não é aquele tipo que
parece estar se convertendo todo domingo, sempre indo à frente para fazer nova
consagração a Deus no “altar dos arrependidos”. A verdadeira fé mostra ser
constante e perseverante no andar. O homem guiado pela verdade bíblica é firme
e zeloso naquilo que crê e mantêm essa disposição contínua de agradar a Deus,
não obstante suas fraquezas.
Outro
item aparece, mostrando a piedade no viver daquele que tem o temor de Deus.
Haverá triunfo no viver: “Feliz o
homem...”. Veja caro leitor, que piedade não parte de um viver amargurado e
aprisionado por sistemas legalísticos. A graça não introduz homens e mulheres
em certo “desespero espiritual”. Deus não salva o homem, a fim de acorrentá-lo
sob a supervisão de homens dominadores. A graça nos chamou à liberdade (Gálatas
5:1), a fim de mostrar ao mundo as maravilhas da salvação em Cristo. O homem
piedoso é feliz, porque a piedade brota de um coração livre da lei, do pecado e
do domínio deste mundo. Examinemos isso conforme o ensino da Palavra de Deus.
Primeiro,
há uma felicidade em conhecer a Deus. Notemos que em todo caso de
verdadeira conversão o resultado é uma alegria que parte do íntimo; há real
alegria que parte de um coração que agora habita na luz. A verdade acerca de
Deus brilhou em seu coração. Quando não há conhecimento verdadeiro; quando a
luz bíblica do evangelho não chega ao coração, muito daquilo que chamam de
alegria não passa de euforia carnal, mera emoção momentânea.
É claro
que na conversão genuinamente bíblica, com base na sólida verdade do evangelho
há emoção verdadeira, pois é impossível conhecer a verdade e ser salvo, sem
envolver o homem por completo: “E conhecereis a verdade e a verdade vos
libertará” (João 8:32). O termo usado por “conhecimento” no Novo Testamento,
normalmente trata-se de “conhecimento por experiência”. Ora, quando o
carcereiro de Filipos (Atos 16), se converteu, houve real alegria na vida dele
e na família. Quando aquelas três mil almas se converteram no dia de Pentecoste
após a mensagem de Pedro, o resultado foi que eles estavam envolvidos em temor
e jubilosa alegria (Atos 2:46).
Por
que isso? Caro leitor, devemos entender que o evangelho bíblico opera no coração,
transformando-o. Tudo começa com humilhação; a verdade do evangelho lança a
estrutura certa do firme alicerce. Em Atos 2 é dito que ouvindo eles a verdade
pregada por Pedro, eles sentiram seus corações conturbados. Quando os homens
são humilhados pela verdade é porque Deus está colocando suas vidas sobre o
verdadeiro alicerce da fé cristã. É dali que procede a real e genuína alegria.
Sem o
conhecimento por experiência de que foram perdoados, justificados e
reconciliados por Deus em Cristo, os homens jamais conhecerão o verdadeiro
sentido da vida cristã em inabalável alegria no viver. Primeiro vem a queda,
depois o levantamento. Primeiro o reconhecimento de seus pecados, depois a
glória de uma tão grande salvação.
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