4. A culpa de todos os vossos pecados permanece como uma montanha sobre
vocês. Ó almas infelizes, vocês não o sentem, mas é isso que sela a vossa
miséria. Enquanto não forem convertidos nenhum de vossos pecados é apagado;
eles são todos registrados contra vocês. A regeneração e a remissão nunca se
separam; os não santificados não são justificados nem perdoados. É temeroso
estar em débito, mas acima de tudo, é temeroso estar em débito com Deus; não há
um aprisionamento tão terrível como o proveniente de Deus, não existe uma
prisão tão sombria como a procedente Dele. Olhem para um pecador esclarecido
que sente o peso da sua própria culpa; oh, quão terríveis são os olhares de
Deus, quão temerosas as lamentações do pecador! Os vossos confortos são
transformados em amarguras, o vosso orvalho em secura, e o sono aparta-se de
vossos olhos. É um terror para si mesmo e para todos ao seu redor, e está
pronto para invejar as próprias pedras que jazem nas ruas, pois elas não têm
sentimentos e não sentem a sua miséria. Ele desejaria ser um cachorro a ser um
homem, porque assim a morte poria fim à sua miséria; entretanto, agora será
apenas o começo daquilo que jamais terá fim.
Embora vocês desprezem agora a culpa do
pecado não perdoado, um dia vão descobrir que é uma carga pesada. É uma pedra
de moinho. "E quem cair sobre esta pedra despedaçar-se-á; e aquele sobre
quem ela cair ficará reduzido a pó". (Mateus 21:44). A culpa de nossos
pecados causou a agonia e a morte de nosso bendito Salvador. E se causou isso
na árvore verde, o que causará na árvore seca?
Oh, considerem vossa situação enquanto
há tempo. Será que podem pensar nessa ameaça sem tremer: "... morrereis em
vossos pecados..."? (João 8:24). Muito melhor seria morrerem numa prisão,
num fosso ou numa masmorra do que morrerem nos vossos pecados. Se a morte, da
mesma maneira que vai tirar todos os vossos confortos, tirasse também todos os
vossos pecados, haveria algum atenuante; mas os vosso pecados vos seguirão
quando os vossos amigos vos deixarem e todos os prazeres mundanos vos disserem
adeus.
Os vossos pecados não morrerão com
vocês à semelhança do que acontece com as demais faltas de um prisioneiro; ao
contrário, eles vos acompanharão ao julgamento para serem os vossos acusadores;
irão ao Inferno convosco para serem os vossos atormentadores. Oh, que trabalho
esses pecados lhes darão! Considerem as vossas dívidas enquanto há tempo; cada
um dos mandamentos de Deus está pronto para prendê-los e agarrá-los pela
garganta com os inúmeros laços que têm sobre vocês. O que farão, então, quando
todos eles juntamente vierem contra vocês? Mantenham abertos os olhos da
vossa consciência para considerar isto, a fim de perderem toda a confiança em
si mesmos e se dirigirem a Cristo, fugindo para se refugiarem na esperança que
está diante de vocês.
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