“Como ovelhas são postos na sepultura; a morte é o seu pastor; eles
descem diretamente para a cova, onde a sua formosura se consome; a sepultura é
o lugar em que habitam. Mas Deus remirá a minha alma do poder da morte, pois
ele me tomará para Si” (SALMO 49:14,15).
A MORTE DO SALVO: “Mas Deus remirá a minha alma...”
Caro leitor, somos
agora levados a contemplar o que somente a fé pode ver, porque se dependermos
da visão carnal, jamais entenderemos o que o crente confessa no verso 15. O que
os olhos físicos não veem, nem a mente natural pode entender é o que Deus tem
preparados para Seus santos. Do lado de cá tudo é igual; não há aparentemente
qualquer diferença entre a morte do crente e do não crente. Seus corpos igualmente
são levados à sepultura. Mas a fé não vê as coisas assim, pois lida com o
invisível e não com aquilo que é físico e psicológico. Portanto, importa que
sondemos de perto essa confissão de fé feita por todos os verdadeiros crentes:
“Mas
Deus remirá a minha alma...”.
A primeira lição
que se desponta é a consciência do salvo acerca da transitoriedade desta
vida. Na salvação o homem é liberto dessa ilusão, dessa aparência terrena e
transitória. Na salvação o homem vê sua alma salva e não seu corpo físico. Na
salvação é descoberto o homem interior, o homem do coração é visto ali em
sofrimento e angústia, porque está longe de Deus e completamente abandonado
dentro desse corpo mortal. Quando Deus opera salvação no perdido é sua alma que
é remida, purificada e resgatada da penalidade eterna. Seu corpo não; seu corpo
continua sendo o que é até a morte; continua sendo mortal, corruptível e
carregado de humilhação.
Os verdadeiros
crentes precisam saber dessas coisas. Precisam estar conscientes que apesar da
alma salva, eles continuam habitando nessa prisão temporária e sujeito a toda
fraqueza e manifestação da morte. É esse o ensino que Paulo trata no cap. 7 e 8
de Romanos. Paulo mostra o quanto nossos corpos aqui são terrivelmente afetados
pelo pecado; estão sujeitos a toda essa limitação terrena e cheios de miséria e
gemidos. Os santos de Deus precisam ter cuidado com a mensagem moderna da
prosperidade, porque ela atinge até mesmo o nosso corpo mortal.
Muitos creem que
os corpos dos crentes não podem sofrer enfermidades, porque segundo eles,
Cristo levou essas enfermidades e dores sobre Si. Quanto engano! Cristo livrou
Seu povo das consequências eternas da morte física, mas não das consequências
temporárias. O livramento do corpo acontecerá na ressurreição. Ainda não
habitamos num corpo perfeito; nosso lugar de habitação terrena é feito de barro
e todo crente humilde está consciente disso. Estamos sujeitos às dores e
atrocidades da morte, enquanto habitarmos nessa tenda passageira. Acreditar num
corpo sem enfermidades aqui é viver numa falsa espiritualidade, sendo enganado
e sujeito às terríveis decepções desta vida.
Caro leitor,
quanto precisamos acautelar-nos dessa super fé e falsa espiritualidade de
nossos dias! Os crentes são exortados a viver na sobriedade e não na audácia de
exigir de Deus o que Ele jamais prometeu aos crentes. Paulo, um homem
grandemente usado por Deus experimentou esses dilemas no seu próprio corpo. Ele
tinha problema físico, mas jamais exigiu de Deus a cura. Viveu assim sentindo a
miséria do pecado e da morte em seu corpo mortal, até o fim.
Ora, tomemos nosso
Senhor enquanto aqui viveu. Seu corpo também foi semelhante ao nosso. Ele foi
chamado de Varão de dores (Isaías 53); Ele soube por experiência própria o que
significa padecer. Nosso Senhor não foi levado à cruz com um corpo de glória,
mas sim nesse corpo de humilhação e dor. Os crentes devem viver assim,
conscientes desses fatos. Qualquer atitude contrária é clara exposição às
promessas perigosas e letais do diabo.
Os crentes em Cristo
devem ser cuidadosos com seus corpos. Devem zelar pela sua aparência e honrar
esse vaso de barro, a fim de honrar o Senhor que habita neles por meio do Seu
Espírito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário