“...no meu leito, busquei o amado de minha
alma, busquei-o e não o achei. Levantar-me-ei, pois, e rodearei a cidade, pelas
ruas e pelas praças; buscarei o amado de minha alma. Busquei-o e não o achei.
Encontraram-me os guardas que rondavam pela cidade. Então lhes perguntei:
Vistes o amado da minha alma? Mal os deixei, encontrei logo o amado da minha
alma; agarrei-me a ele e não o deixei ir embora, até que o fiz entrar em casa
de minha mãe e na recâmara daquela que me concebeu” (Cantares
3:1-4).
DESCOBRINDO AS AFLIÇÕES DE UMA ALMA: “...no meu leito...”
Caro leitor, o sistema religioso deste mundo encobre a
triste condição das almas perante Deus. Os falsos mestres trabalham tendo em
vista trazer paliativos, a fim de que as pessoas não fiquem conhecendo a
miséria na qual estão longe de Deus. Os falsos pastores têm uma mensagem que
funciona como aspirina; eles são hábeis em encobrir a real enfermidade das
almas; eles conseguem fazer com que os pecadores sintam uma paz falsa, letal,
como faziam os falsos profetas nos dias de Jeremias: “Também
se ocupam em curar superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz;
quando não há paz”
(Jeremias 6:14).
Mas a
Palavra de Deus descobre as almas; a verdade chega até o recôndito, no lugar
mais íntimo do homem, exatamente aonde chega a comunicação da sabedoria tão
desconhecida para o pecador. É triste para as multidões quando Deus se afasta e
permite assim que elementos gananciosos apareçam para trazer ilusões
religiosas! Quão sério é para uma alma ser mantida na ignorância de Deus, sob
as paixões carnais! Curtindo um mundo perigoso, enganador, sutil e letal, os
homens mundanos não percebem o quanto estão sendo ludibriados. O caminho pelo
qual percorrem é escuro (Provérbios 4:19); suas almas estão aflitas, mas a
euforia carnal não permite que eles percebam.
Note
bem o mundano, a sua solidão íntima é mostrada no fato que está sempre à
procura de companhias. Ele quer sentir-se alegre; ele quer respostas nos meios
carnais, mundanos e mentirosos para continuar em sua euforia. É na aparência
mundana que ele desafia a Deus; que prossegue alimentando sua carne e
destruindo sua alma. Enquanto curte o programa mundano, o homem no pecado
prossegue achando que está ganhando, lucrando. Ele não consegue ver que está
algemado, que está aprisionado em seus pés. Para ele a visão que tem do mundo é
a real liberdade, a fonte da alegria. Para ele, lá adiante está o verdadeiro
paraíso; ele vive de sonhos e não de um andar sóbrio e consciente de que está
perdendo.
Nosso
Senhor afirma que aquele que quer ganhar a vida, fatalmente há de perdê-la.
Enquanto a alma estiver mantida na escuridão, sem a luz da verdade chegando ao
íntimo, ela prosseguirá assim, por fora tudo branco como casca de ovo, mas por
dentro tudo podre. Quanto mais profundo for o poço do pecado, mas difícil é
para a alma. Quanto mais curtir a carne; quanto mais venerar o prazer, mais
profundas e pervertidas serão as manifestações do pecado. A alma no íntimo é
açoitada pelos chicotes de uma consciência em fuga, porquanto a ausência da paz com Deus faz o viver do homem
mais infernal. A alma em sofrimento transtorna o ambiente e envenena a
sociedade. Duas vezes o profeta Isaías afirma: “Para o ímpio, diz o meu Deus: não há paz” (Isaías 57:21).
Meu amigo leitor, a mensagem do evangelho proclama essas
verdades; descobre o homem e mostra a verdade de um viver longe de Deus. O
evangelho chega e declara que a paz do mundo é falsa e perigosíssima! O
evangelho mostra a culpa do pecador e sua distância de Deus. Volte agora, ó
alma, para o Senhor! Desperte agora, ó alma para o teu Amado! Acorde agora, ó
alma, busque o teu refúgio! Aquele que na cruz morreu e que venceu a morte na
ressurreição, está agora a convidar o perdido pecador para a salvação gloriosa e
eterna!
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