sexta-feira, 23 de março de 2018

“O VIVER ENGANOSO DOS MUNDANOS” (7)



“Por que te orgulhas de teus vales? Por que te orgulhas dos teus luxuriantes vales? Ó Filha infiel! Tu confias em tuas riquezas e dizes: Quem me atacará?” (JEREMIAS 49:4).
AS PALAVRAS DE UM DEUS QUE REVELA ONDE OS HOMENS      ESTÃO: “...te glorias nos vales...”.
        No vale os homens também revelam que estão vivendo na soberba do pecado: “...te glorias...”. Que fato tão triste! Mas não deve ser surpreendente para os que agora são crentes, porque podemos lembrar que éramos assim. Já falei abundantemente sobre isso na página anterior, mas vale a pena frisar um assunto que é de tanta importância. A função mais relevante do pecado é criar em torno do homem uma atmosfera de confiança. O pecado em si mesmo é a autodivinização; é cada ser humano entendendo o quanto ele é de tanta importância, que tem pleno direito de viver como vive, buscar o que gosta, lutar pelos seus sonhos, ganhar o mundo e curtir a vida. É impossível viver assim se os homens não estiverem cercados por esse ambiente de segurança que o pecado lhes fornece.
        Também, o texto nos mostra o quanto o mundo tão bem fabricado pelas artes de Lúcifer é um lugar tão atrativo: “...em teus luxuriantes vales...”. Os homens no pecado jamais trocariam o mundo pelo céu; aliás, aqui é o céu bem adaptado àquilo que eles gostam. Eles têm o nome aqui; suas famílias, amigos e bens estão aqui; vivem cercados por ilusórias promessas de um mundo melhor. Satanás tomou o Senhor e o levou às alturas, a fim de mostrar seu maravilhoso mundo, porque o anjo maligno viu no Éden o lugar afortunado de riquezas, onde poderia construir seu império do mal.
        Além disso, o pecado é tão ludibriador que mostra a criação como se tudo fosse feito para os interesses egoístas dos homens. O pensamento e sentimento pecaminosos dos homens fazem com que tudo seja manchado pela corrupção. O grande criador revestiu tudo de santidade e pureza, mas o pecado elimina tudo isso e transforma tudo em motivo para suas maldades. Notemos bem como os homens encaram as coisas santas; como eles vivem abaixo da condição dos animais, porque sendo criados para serem sacerdotes, agora rebaixam a criação, transformando-a em motivo de suas paixões. Tudo foi feito para que Deus fosse exaltado e louvado, mas o pecado ignora tudo isso e desfaz qualquer temor.
        Eu sei que o assunto aqui é vastíssimo, mas quero simplificar tudo ao afirmar que nada há no mundo que venha elevar o homem à presença de Deus. Tudo nele e fora dele milita contra isso; em tudo há um peso terrível que impulsiona o homem para baixo, para as posições ainda mais feias. Noutras palavras, os animais não veem a coroa da criação olhando para cima, mas sim para baixo. As palavras do Senhor dirigidas ao amonitas revelam essa condição dos homens: “Por que te glorias em teus luxuriantes vales...?”. Os homens nada têm lá em cima; nada aspiram da glória de Deus; nada sabem das maravilhas e riquezas eternas; nada entendem daquilo que Deus preparou para os salvos.
        Não é uma condição tão aviltante? Mas, mesmo assim o grande Senhor deixou sua glória e veio aqui, a fim de olhar para a condição miserável dos homens no pecado. Que compaixão do Senhor! Que amor glorioso! Ele mesmo entrou neste vale de dor, enfrentou todos os arqui-inimigos, recusou voltar atrás ante a tamanha humilhação e sofrimento, a fim de conquistar pecadores para si, e assim elevá-los à glória eterna. Suas palavras em Jeremias revelam o quanto compassivo é o coração do Senhor!
        Sua mensagem do evangelho proclama que Ele foi até à cruz, provando seu infinito amor por pecadores rebeldes. E você meu amigo, não quer conhecer esse amor do Senhor?

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