“Por que te orgulhas
de teus vales? Por que te orgulhas dos teus luxuriantes vales? Ó Filha infiel!
Tu confias em tuas riquezas e dizes: Quem me atacará?” (JEREMIAS 49:4).
AS PALAVRAS DE UM DEUS
QUE REVELA ONDE OS HOMENS ESTÃO: “...te glorias nos vales...”.
O texto nos leva também ao próximo
assunto, mas sempre mantendo em vista o tema central. Onde os homens estão
vivendo? “...nos vales...”. Vamos checar bem as santas palavras do nosso Senhor,
sempre as vendo à luz daquilo que aprendemos acerca do nosso Deus. Só Ele
conhece cada ser humano; só ele sabe de tudo o que passa, até mesmo aquilo que
está oculto nas profundezas de nossas intenções, assim como podemos entender a
linguagem que Ele mesmo usa acerca do arrogante rei da Assíria: “Mas eu conheço
teu assentar, teu levantar e teu furor contra mim” (2 Reis 19).
Onde os homens estão? “No vale”! E eles
se orgulham disso: “Por que te orgulhas...?”. Ora, essa linguagem do nosso
Senhor nos traz importantes lições para nossas vidas, a fim de que aprendamos
acerca deste mundo. A ideia de “vale” é que o mundo está localizado, não lá em
cima, mas sim nos lugares baixos. O vale é sempre notável pelas montanhas,
tanto do lado direito quanto do lado esquerdo. No Velho Testamento os “montes”
(na linguagem profética e poética) normalmente trata-se de destaque, posição,
orgulho humano, etc. Mas quando se refere a Deus e ao Seu lugar de habitação,
então se trata do lugar inatingível pelos homens. No texto Deus está mostrando
o quanto os homens estão enganados; o quanto estão sob o orgulho do pecado,
porque estão lá embaixo; que há um Deus que os vê em todos os detalhes da vida.
Por causa desse terrível efeito do engano do pecado é que eles vivem assim, se
vangloriando de suas paixões.
Também, do texto emergem outras lições
que vêm do Senhor. Ele mostra que as bênçãos no “vale” vêm dos “montes”. De lá
descem as águas que fertilizam os vales. Os mundanos nem sequer cogitam essas
coisas; eles comem e bebem sem qualquer motivação para dar glórias a Deus. O mundo
inteiro mostra a mesma situação dos homens, porque eles são cegos e vivem no
endurecimento do pecado; eles tratam a criação de Deus como se fosse possessão
deles e que aqui podem se extravasar em seus atos iníquos. Mas, das montanhas vem o juízo de Deus.
Quando Deus começa a trazer punição a este mundo, normalmente olhamos para
cima; os juízos de Deus aparecem com um efeito devastador. Quando ele envia
seus juízos normalmente os homens aqui não têm como evita-los, porquanto Deus
se utiliza de instrumentos visíveis e invisíveis para que sejam objetos da sua
fúria contra o mal: “Será que sobrevirá algum mal à cidade, sem que o Senhor o
tenha feito?” (Amós 3:6).
Podemos perceber que há neste “vale” uma
aparência de segurança e prazer. Na linguagem do Senhor em relação aos
amonitas, vemos que eles se sentiam bem, que as anormalidades eram logo
esquecidas, que as mortes eram recebidas como coisas normais da vida e que
podiam continuar do jeito que estavam vivendo sempre, pois o pecado dava a eles
um senso de prazer e conforto aqui. Nada, nada mesmo pode tirar os mundanos
dessa falsa paz, dessa impressão de bem-estar que os leva à perdição. A voz de
Deus ressoa como misericórdia.
Quando o evangelho chegou em
Tessalônica, eis que tudo ali seguia a normalidade deste vale. Ali tinha
idolatria, trabalhos, maldades, etc. tudo misturado com outras atividades
certas e justas. Mas assim que as almas foram se convertendo em virtude da
pregação, eis que Deus começou a sacudir aquela cidade com o poder da sua
palavra. É claro que foi mesmo que mexer com casa de marimbondos e os apóstolos
com os novos convertidos sofreram com a perseguição.
Oh! Que o Senhor estenda esse toldo de
sua misericórdia sobre esta atual geração!
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